O que fazer quando ganha mais dinheiro do que ele?
Numa sociedade em que as diferenças entre os sexos são cada vez mais ténues, é comum encontrarmos mulheres em funções profissionais de chefia e com remunerações que superam em muito os ordenados dos seus colegas do sexo masculino. E como é que o namorado se sente ao ver a sua mulher ganhar mais do que ele? E o que é que as mulheres podem fazer acerca disso?
Guerra dos sexos… e das carteiras?
Um recibo de ordenado bem recheado apresenta normalmente uma série de vantagens acrescidas para as mulheres, onde se destaca sobretudo a sensação de igualdade social e de valorização por mérito próprio – coisa que, até há poucas décadas, estava bastante inibida à maior parte das profissionais ativas. Tendo um parceiro sem quaisquer preconceitos morais, e que valorize a ascensão profissional da sua mulher ou namorada, esta situação pode ser ainda um elemento de reforço da relação: na medida em que ele vai apreciar as suas conquistas e encarar como sendo dos dois o sucesso financeiro obtido.
Não se pode descurar, no entanto, as desvantagens que ainda ocorrem nos dias de hoje, precisamente nestas situações: há muitos homens que continuam presos ao velho estereótipo de que o ganha-pão deve ser garantido pelo elemento masculino e de que as mulheres continuam a ser “o elo mais fraco”. Esta barreira social pode ter consequências para uma relação em que seja ela quem assegura a maior parte dos rendimentos – é um assunto que irrita os homens e que pode tornar-se o motivo de muitas discussões.
Tratando-se de uma situação habitual e cada vez mais diluída nos estereótipos sociais não deixa, no entanto, de poder ser um fator de constrangimento na relação de um casal. De fato, existem ainda relacionamentos em que o problema se coloca: o que fazer quando ela ganha mais do que ele?
Tudo começa no diálogo
É mais que sabido que a comunicação aberta e transparente deve ser a base de qualquer relação. Por isso, numa situação em que a mulher seja mais bem remunerada do que o seu parceiro, o truque passa por descomplicar. O casal deve conversar abertamente sobre o tema e procurar perceber se este facto poderá afetar, por exemplo, a autoestima do homem. Será importante, nesse caso, reforçar que o ordenado não marca as qualidades individuais e que não será o dinheiro ganho no final de cada mês, um fator de conflitos na relação que pode ficar gravemente doente à conta dos cifrões.
Implementar justiça na divisão de despesas
Em todas as relações, é necessário que haja um acordo sobre os pagamentos das despesas. De acordo com o nostálgico romantismo dos nossos antepassados, é comum pensar-se que deve ser o homem a assumir a maior parte das despesas – seja em casa, seja num simples jantar a dois. No entanto, este princípio protocolar não revela qualquer sentido ou justiça nos casos em que a mulher aufere de uma remuneração mais elevada. Assim, recomenda-se que as despesas sejam repartidas de acordo com o rendimento de cada um e que se garanta que o homem sinta, mesmo com um ordenado inferior, que contribui igualmente para o pagamento das despesas mensais.
Focar as emoções e não as contribuições
A relação de qualquer casal começa de forma indiferente aos rendimentos mensais. As pessoas assumem um amor não pelo que ganham, mas pelo que sentem. Por isso, e independentemente do valor que aparece no recibo de ordenado, é importante que o casal se concentre naquilo que os uniu e que os mantém juntos: o amor. Assim, as questões financeiras não devem ser sobrevalorizadas e apenas se deve discutir o dinheiro quando efetivamente ele tem de ser discutido – tudo o resto será chama para uma fogueira de problemas e conflitos.
Projetar sonhos comuns
Numa relação estável e saudável, o facto de a mulher ter uma remuneração superior à do homem não deve ser um entrave, mas antes a possibilidade de se concretizarem sonhos em conjunto. Assim, há que instituir a regra de que, tal como na matemática, um mais um é igual a dois, e que os rendimentos do casal são apenas uma forma de ambos realizarem projetos a dois.
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