Pais & Filhos | Page 4 | A Nossa Vida
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Retrato de thaisa 2011
Qua, 31/10/2012 - 16:03
thaisa 2011:
Membro desde: 16.02.2011
Vera.F wrote:

se eu trabalho, que razão existe para viver as custas da minha mãe?

Não pretendo ofender ninguem! Nem venham já saltar as que estão desempregadas, que não foi a esses casos que me referi.

A razão, em muitos dos casos, chama-se comodismo (a meu ver, e conhecendo de perto alguns desses casos). O meu marido se não me tivesse conhecido se calhar ainda vivia com os pais. Roupinha lavada e passada, limpeza, comidinha no prato, tudo com preocupação zero e a "preço baixo", e ainda a beneficiar do "mimo" dos pais. Porque deixar tudo isso para ter preocupações e deixar de poupar algum dinheiro??? Optou por não manifestar a sua “independência”, embora tinha possibilidade para tal. Acredito que há muitos casos desses, até porque conheço mais alguns exemplos de perto. O dinheiro que iriam gastar numa renda preferem gasta-lo em viagens e outras do género (roupinha de marca, gadgets, carrinho da moda etc).
Os que não tem alternativas, porque simplesmente não tem uma fonte de sustento (emprego e um ordenado) acredito que é muito mais difícil conquistarem a sua independência, e que a luta para a conquistarem é dura. E há outros casos (não generalizando) em que a necessidade não obriga. O pouco dinheiro que existe, dá para a família se desenrascar. Enquanto houver o “desenrasque” , esse atrai o comodismo.

Retrato de Sofia1984
Qua, 31/10/2012 - 18:59
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010
thaisa 2011 wrote:
Vera.F wrote:

se eu trabalho, que razão existe para viver as custas da minha mãe?

Não pretendo ofender ninguem! Nem venham já saltar as que estão desempregadas, que não foi a esses casos que me referi.

A razão, em muitos dos casos, chama-se comodismo (a meu ver, e conhecendo de perto alguns desses casos). O meu marido se não me tivesse conhecido se calhar ainda vivia com os pais. Roupinha lavada e passada, limpeza, comidinha no prato, tudo com preocupação zero e a "preço baixo", e ainda a beneficiar do "mimo" dos pais. Porque deixar tudo isso para ter preocupações e deixar de poupar algum dinheiro??? Optou por não manifestar a sua “independência”, embora tinha possibilidade para tal. Acredito que há muitos casos desses, até porque conheço mais alguns exemplos de perto. O dinheiro que iriam gastar numa renda preferem gasta-lo em viagens e outras do género (roupinha de marca, gadgets, carrinho da moda etc).
Os que não tem alternativas, porque simplesmente não tem uma fonte de sustento (emprego e um ordenado) acredito que é muito mais difícil conquistarem a sua independência, e que a luta para a conquistarem é dura. E há outros casos (não generalizando) em que a necessidade não obriga. O pouco dinheiro que existe, dá para a família se desenrascar. Enquanto houver o “desenrasque” , esse atrai o comodismo.

é por estas e por outras que me causa bastante espanto as pessoas queixarem-se da vida delas. Não têm dinheiro para nada, trabalhar custa muito e levantar cedo também... principalmente enquanto ainda houver pais dispostos a "bancar" a preguiça e inércia dos filhos e a presenteá-los por terem estas "qualidades".

Vejo isso diariamente à minha volta. Desde putos que andam com 50euros no bolso a meninas de 19/20 anos que nem querem estudar, nem trabalhar, mas andam sempre muito bonitinhas de cabelinho e unhas arranjadas.
Carro não serve qualquer um, tem de ser um mini cooper ou um scirocco (depois de espatifar com o mini pago mensalmente pela mamã, que por sua vez também se queixa muito que a vida está má e nem trabalho tem).

Meus amigos, pensem duas vezes quando se levantarem da mesa para partir o bifinho ao menino/a, se este já tiver mãozinhas para o fazer. Pensem também duas ou três vezes antes de o acordar pela manhã se ele/a estiver atrasado seja para o que for.
As coisas começam a descarrilar logo cedo! Smile

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de DMRS
Sex, 02/11/2012 - 10:47
DMRS:
Membro desde: 24.08.2009

Sofia concordo com muito do que dizes-te mas também há casos e casos.

Há inclusivamente pessoas que omitem do currículo licenciatura, etc para poderem trabalhar (e muitos continuam sem conseguir).

Tenho primos meus que emigraram (não a trabalhar na área em que se graduaram mas na construção civil e não se fazem de coitados - é o que tem de ser) e foram pessoas que tiveram uns 2 anos a depender dos pais a procurar QUALQUER COISA que lhes desse dinheiro.

Pessoalmente sempre tive o objetivo de sair de casa e fi-lo aos 19 anos (os meus pais não me podiam pagar os estudos e a única alternativa era emigrarem de novo e pôr a saúde do meu pai em risco ao fazê-lo, por isso eu neguei essa ajuda). Para mim a saúde do meu pai vale mais do que o meu canudo.

Juntei-me com o meu namorado e tínhamos muitos planos para conseguir orientar a nossa vida, o "problema" foi que eu engravidei. No entanto, também a isso demos a volta e conseguimos ser auto-suficientes. Entretanto Consegui-mos a estabilidade económica para eu entrar na uni mas, agora apesar de querer QUALQUER COISA ninguém me dá trabalho. E porquê?! porque tenho um filho pequeno e estudo mas antes de estudar ninguém me dava trabalho porque tinha um filho pequeno!
É que o facto de eu ter um filho pequeno não me dá mais motivação para trabalhar?! o facto de estudar e conseguir tratar dum filho pequeno não significa que consigo organizar-me e que tenho motivação?!
É que tenho mas já me disseram na cara que "nem vale a pena deixar currículo porque não vais ser chamada, eles não contratam ninguém com filhos dessa idade"...

Também me irritam ao tutano aquelas menininhas(os) que se queixam por o carro já não estar na moda, porque o papá não lhes deu isto ou aquilo. Porque tiveram umas ferias menos boas este ano (tudo pago pelos papás claro) - sendo que muitas(os) nem são de famílias com grandes rendimentos.

mas há casos e casos...nem tudo vai para o mesmo saco.

Retrato de thaisa 2011
Sex, 02/11/2012 - 11:44
thaisa 2011:
Membro desde: 16.02.2011

O "problema" não é ter filhos, o problema é o facto de generalizar um conjunto de situações.
Há uns tempos atras estava a falar com uma colega da receção da empresa onde trabalho, ela estava a confessar-me o medo de perder o emprego, porque estava a substituir uma outra colega, que estava de baixa. Sugeri-lhe tentar "a sorte", já que é uma pessoa de quem toda a gente gosta pela simpatia e profissionalismo que comprovou desde que cá trabalha, numa outra empresa do mesmo grupo, que por acaso estava a procura de uma recepcionista. Ela agradeceu a sugestão mas, como tem um filho pequeno, o marido está muito tempo fora, não podia trabalhar por turnos. Trabalha muito bem, é uma pessoa agradável, mas não tem a "flexibilidade" que as empresas pretendem para usar e abusar dos colaboradores. Felizmente continua ser colega. E, do outro lado, tenho outras colegas que regressaram da licença de maternidade antes do prazo que lhes era concedido por lei, e estão aqui dia e noite (literalmente).
Não consigo fazer um juízo de valor sobre o certo e o errado, cada um sabe de si, das suas necessidades e do que é disposto a ceder em favor ao empregador e para o emprego, mas certo é que uma empresa vai sempre preferir alguém que não tem muitas “responsabilidades” e que se foque (ou vive em função de e para) no trabalho.

Voltando ao tópico, de modo particular, como filha única e como a relação com os meus pais foi sempre muito forte, sinto na minha obrigação de os ajudar em tudo que possam vir a precisar, mesmo que tenha que fazer alguns sacrifícios para isso. “Conquistei” a minha independência financeira aos 22 anos quando comecei trabalhar, e sai de casa aos 25 para viver com o meu namorado, agora marido. Depois de começar a ter rendimentos comida, roupa, saídas, férias, foi tudo por minha conta. Apenas não pagava “renda” por viver debaixo do mesmo teto dos meus pais. Aos 25 deixei de viver com eles. Nunca me compraram carro, nem telemóveis nem nada do género, nem deram apoios para o casamento (deram uma prenda um pouco maior que a dum convidado normal, mas não me pagaram roupa ou algo em concreto), nem quando compramos casa. Tinha uma mesada (nos anos da faculdade) que tinha que dar para tudo, e se quisesse poupar para algo mais caro – tipo um telemóvel, um fim de semana com os amigos, tinha que me desenrascar. Por ser filha única, por os meus pais serem mais velhos (tiveram-me tarde) e por ter uma família pequena, foi obsessivamente educada que tinha que ser independente, quanto mais rápido melhor. E tive a sorte de poder concretizar isso pouco tempo depois de ter acabado a licenciatura.
Não ponderamos ter filhos, mas se um dia acontecer, provavelmente vou tentar que o nosso filho ou a nossa filha tente seguir o seu caminho o mais rápido possível. Se quiser estudar, vai ter que se esforçar para isso, ter o canudo só pq os pais pagaram a propina não vale nada, se a própria pessoa não tem a convicção daquilo que vai ser o seu futuro.

Retrato de DMRS
Sex, 02/11/2012 - 15:32
DMRS:
Membro desde: 24.08.2009

Eu disponibilizava-me no meu CV para qualquer horário, para fim-de-semana e para os feriados.

Mais recentemente, enquanto estudante do pós-laboral disponibilizava-me para todo o dia (excepto noite - pq estaria na uni), fins-de-semana e feriados

E este ano, como ainda não tive nada nem ninguém que me chamassem, o meu filho iria para a escola (ou seja só o veria aos fins-de-semana) e devido a uns problemas administrativos optei por ir estudar para o horário diurno (tendo assim o fim de tarde/noite para estar com o meu filho).
Agora no CV tenho disponibilidade para os fins-de-semana e feriados.

Mas eu pude fazer isto porque temos rendimentos suficientes para tal e porque consideramos mais importante o meu filho ter, pelo menos contracto diário com um dos pais (já que não pode ter com os 2). E, tendo em conta, o que se passou nos últimos 2 anos.

Tenho também uma amiga minha que engravidou e o contrato dela acaba precisamente 1 mês antes de ter a criança (contrato que já foi renovado por 2 vezes, empresa onde lhe dizem que ela é muito boa funcionaria, que adoram o trabalho dela, etc) - agora já a avisaram que não lhe vão mais renovar o contrato.

As pessoas não são descartáveis mas é o que estão a ser para as grandes empresas e o governo só ajuda a isto. Se ninguém tiver filhos onde vai vir a mão-de-obra futura, quem vai renovar a próxima geração? quem vai pagar as nossas reformas?! As empresas do futuro também vão querer trabalhadores...

Claro que são opções ter filhos ou não, emigrar ou não. Mas se somos portugueses e se somos pro-ativos porque não nos dão hipoteses?!

ps: o facto de pessoas não terem filhos não são necessariamente mais empenhadas que quem os tem. Podem é ter mais liberdade mas isso não implica necessariamente mais responsabilidade, nem maiores capacidades. Também o oposto não significa pois há por aí muitos que acham que o estado lhes devia manter os filhos - isso a meu ver também não é o correcto mas que há muita injustiça perante pessoas que dão o litro isso há.
E isso também revolta principalmente quando sabemos que daríamos tudo de nós e ninguém nos dá uma misera oportunidade e, depois, vemos pessoas que não se empenham nem fazem nenhum a ter grandes oportunidades graças ao factor C.

Retrato de thaisa 2011
Sex, 02/11/2012 - 16:07
thaisa 2011:
Membro desde: 16.02.2011

E depois aparecem aqueles artigos com estatisticas que a natalidade baixou, que o pais é velho e etc etc. E incentivos??? Como é possível alguem ter filhos se teme pelo seu emprego e pelo futuro e as "consequencias" dessa opção? 4-5 meses de licença de maternidade acho sinceramente um gozo com a cara das mulheres e das familias. Descontamos percentagens aberantes dos nossos vencimentos e os beneficios, nem ve-los. Em fim... Essas e outras influenciam em grande medida a nossa opção, para não falar da impossibilidade de confiar na existencia num futuro...

Retrato de FisioLucy
Sex, 02/11/2012 - 17:06
FisioLucy:
Membro desde: 04.11.2009

Só tenho uma coisa a dizer, que é a base da educação que eu e o meu marido pretendemos dar aos nossos filhos: quando morrermos, deixamos-lhes o que construimos nesta vida.

De que adianta receberem uma grande, média ou pequena herança, se não foram ajudados quando precisaram...?

Retrato de Rute.
Sex, 23/11/2012 - 16:28
Rute.:
Membro desde: 05.02.2012
FisioLucy wrote:

Só tenho uma coisa a dizer, que é a base da educação que eu e o meu marido pretendemos dar aos nossos filhos: quando morrermos, deixamos-lhes o que construimos nesta vida.

De que adianta receberem uma grande, média ou pequena herança, se não foram ajudados quando precisaram...?

Concordo!!!

Rute