Traiu-me, e agora? | A Nossa Vida

Traiu-me, e agora?

Retrato de CasteloRodrigo
12.02.2014 | 15:35
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

Boas,

Nunca pensei escrever coisas deste género, e acredito que não seja o primeiro. É o seguinte. Estou a viver com a minha namorada há um pouco mais de 2 anos. Antes residia noutro país, e quando cá cheguei, vim viver com ela logo. Acontece que, não tendo amigos cá, não procurei muito tê-los porque, estupidamente, instalei-me progressivamente no conforto caseiro do meu lar, tinha a minha namorada que até nem estava muito presente. Ela tem um trabalho que a leva a estar ausente por largos períodos entre mçaro/abril e setembro/outubro.

Em outubro, de facto, esteve ausente durante 9 dias. Voltou um pouco diferente, falava de temas do género "sentir-se atraída-o por alguém", etc., no início pensei que fosse apenas conversa. Mais tarde chegou a dizer que tinha medo de um dia se deixar levar por alguém, caso a oportunidade surgisse, e começou a dizer que eu sou lindo e maravilhoso e que ela não me merece. Isto tudo em Novembro. No final do mês de Novembro, comecei a ficar mesmo maluco, suspeitava qualquer coisa, até que consegui entrar no e-mail dela. Gritei e chorei quando li a quantidade de e-mails que ela tinha trocado com outro homem. Descobri que eles se envolveram noutra cidade, em Outubro. Descobri que não houve sexo, apenas beijos, mas ainda dormiram juntos 3 noites. Depois encontraram-se cá, porque ela queria vê-lo na "realidade do seu mundo", dizia ela por e-mail, para verificar que realmente não tinha passado nada e não sentia nada. Só que eles foram falando e deixaram crescer novamente muitas emoções. Chegaram a ligar o skype enquanto eu estava em casa, o que considero uma humilhação do tamanho do mundo. Pelo que li nos e-mails, ao fim de 2-3 semanas ela ainda se sentia atraída por ele mas ao mesmo tempo estava a sentir-se roída pela culpa e pelo medo de me perder, falaram disso mesmo, contar ou não contar, e ela confessou-lhe que me amava, que eu sou lindo de morrer, que não me queria perder, etc.

Quando descobri, liguei-lhe para ela voltar imediatamente para casa. Não me vou estender em demasia, já estou a escrever muito, mas basicamente abriu-se um período de desespero, em que eu chorava todos os dias e todas as noites, quase a insultava, e ela sem saber o que dizer, a minimizar os factos ou a culpar-se, consoante o momento.

Estamos em Fevereiro. Ainda estou a viver com ela, porque não me consigo desligar. Ficou espantada por eu continuar com ela, eu também fico surpreendido: pergunto-me se sou um fraco por aceitar viver com alguém que me traiu, ou se pelo contrário estou a revelar muita coragem. Não sei. Tenho a ajuda de uma psicóloga que me tem apoiado, e em paralelo iniciámos uma terapia de casal.

Mas não sei se vai resultar. Continuo com imensos macaquinhos na cabeça. A todo o momento lembro-me de coisas que ela lhe escreveu, coisas horríveis de se ler como namorado traído. A traição levou-nos a uma séria reorganização no casal: não discutimos tanto como antes, sinto-a muito mais carinhosa, eu sempre fui carinhoso mas continuo ainda mais, embora também alterne com momentos em que parece que a rejeito. Abro-me mais para a vida, comecei a ter mais actividades, sair com pessoas, divertir-me. Mas quando sorrio, quando estou nestas actividades, quando rio, muito facilmente lembro-me que na verdade estou muito infeliz, sinto que nunca vou superar isto. Por mais que saiba mais ou menos o que, do meu lado, a levou a trair-me (falta de confiança na relação, conflitualidade, "sufocação" pelo facto de eu querer sempre estar com ela, devido ao que já expliquei, de não ter cá amigos etc.), não consigo explicar tudo, e continuo zangado com ela, muito zangado mesmo, porque não foi só um momento de "perdição", foram dezenas de e-mails, trocas de palavras bonitas.

É possível perdoar ou, pelo menos, passar à frente e sentir-se feliz? Com ela? Ela diz estar arrependida. Não sei se consigo acreditar. Num e-mail pouco tempo depois do sucedido, ela escreveu-lhe que não se estava a sentir arrependida, ele respondeu-lhe que cada segundo tinha valido a pena. Sei que as coisas mudaram, que entretanto descobriu a dor que uma traição pode provocar no outro. Ela diz-me que me ama, que se sente arrependida, que daria tudo para voltar atrás e fazer com que nada tivesse acontecido, diz-me que nunca mais vai voltar a trair-me porque agora já sabe, que é preciso "experienciar" esse sentimento de culpa e a dor do parceiro para perceber toda a dimensão da traição (do lado do traidor), e que agora tem a certeza que não pode acontecer de novo. Mas como acreditar? É possível confiar novamente? Como? Não quero passar a vida a espiar o computador dela (ela sabe que tenho feito isto), ou então fico doido. É que depois, ainda assim, confessa que ficou abalada consigo própria e que se está a perguntar quem ela é, afinal, se é capaz ou não de trair novamente, se ela "simplesmente é assim e pronto".

É tão difícil resumir toda a situação em tão poucas palavras, sinto que não disse nem 10% do que deveria dizer, devo-me ter esquecido de elementos importantes, mas ao mesmo tempo escrevi demasiado. Se é que me entendem.

Não queria que ninguém a condenasse aqui. Para isto já cá estou eu, infelizmente, a mandar umas bocas de vez em quando (algo que queria evitar mas não consigo). Só mesmo encontrar alguma resposta impossível, sei lá.

Cumprimentos e desculpem este testamento


Retrato de CasteloRodrigo
Qua, 12/02/2014 - 15:39
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

Peço desculpa, esqueci-me de explicar um pormenor: o homem em questão vive no Brasil. Daí o envolvimento unicamente emocional e o Skype, depois do regresso dela. O que também me leva muitas vezes a perguntar-me: e se ele não fosse brasileiro e morasse cá? Teriam continuado? Teria havido sexo? Teriam mantido a relação? São perguntas horríveis de se fazer mas estou sempre a pensar nisso, para além do resto...

Cumprimentos

Retrato de Carolina Lopes Brás
Qua, 12/02/2014 - 17:04
Carolina Lopes Brás:
Membro desde: 19.01.2014

Não vou escrever muito pq nem sei bem o que dizer...nunca fui traida mas por raiva o meu namorado ja traiu a minha confiança (tambem nunca envolvendo sexo). Foram as semanas mais horriveis da minha vida, chorei todos os dias, quis acabar mas ele simplesmente nao me deixou. Ja passou quase um ano e o que te posso dizer e que perdoei mas nunca esqueci. Estamos melhor que nunca mas quando discutimos eu atiro lhe sempre isso a cara e nao me arrependo de o fazer sabes porque? assim tenho a certeza que ele esta sempre recordado que podia ter destruido esta relaçao maravilhosa que temos.

Eu acho que o tempo cura tudo, no entanto se ele se tivesse envolvido sexualmente eu jamais o iria perdoar! Ele tem feito um optimo trabalho em fazerme sentir segura e isso ajuda muito pois tambem me tornei numa pessoa desconfiada. ele sabe que nao consigo confiar plenamente nele mas com o tempo isso pode mudar. Espero que contigo tambem.. ja pensas te em tirar uns dias para ti? depois quando se reencontrarem com as saudades as coisas podem ficar diferentes. Beijinhos e força! e estás a ser muito corajoso.

Carpe diem

Retrato de saraguapa
Qua, 12/02/2014 - 17:06
saraguapa:
Membro desde: 28.09.2011

Vou ser curta: acho que uma traição começa na cabeça e parece-me que não podes fazer nada para mudá-la. Ganhas se saíres e investires mais em ti. Vais-te sentir sozinho e triste durante o luto mas depois vais ter orgulho em ti e em como deste a volta à tua vida. Não se deve desistir à primeira mas neste caso parece-me o melhor!
Agora uma curiosidade: se ele mora no Brasil como dormiram 3 noites juntos? E se isso aconteceu numa viagem dela (ou dele) como sabes que não houve sexo? Estranho isso...

A felicidade começa no coração!

Retrato de MicaelaS2Filipe
Qua, 12/02/2014 - 17:10
MicaelaS2Filipe:
Membro desde: 31.07.2013

Tu és feliz?
Acho que não.
Enquanto tiveres com essas duvidas todas nunca vais poder seguir em frente.
Se não a queres deixar e achas que estás melhor com ela, tens de esquecer as dúvidas todas. Impossível, visto que tu estás com tantas questões.
Porque não dás um tempo a ti próprio? Vais de férias, vais para a casa de alguém familiar, amigo, etc.
Solta-te dela por uns instantes e pensa num sossego, onde não estejas sempre te a rever na mesma situação.
O meu marido também vive para mim como tu viveste para ela e essa ideia de traição nunca passou pela minha cabeça, pois acho que é o pior que se pode fazer a alguém. Ás vezes com tanta rotina ela quis viver outra vida para se desligar da dela e fez isso mas não é isso que desculpa uma traição. Desculpa dizer isso mas se calhar ela não te ama como tu a amas para perdoar.
Por ela se te traiu não foi a pensar em ti de certeza. Mas não vou julgar ninguém.
Agora tu tens que ultrapassar isso porque se não nunca vais ser feliz ou com ela ou sem ela.
Desejo-te todas as felicidades. Smile

Retrato de Maria do Porto
Qua, 12/02/2014 - 17:15
Maria do Porto:
Membro desde: 29.09.2010

... peço-lhe que faça um "exercício" comigo: imagine exctamente palavra por palavra do que descreveu, mas fazendo de conta que a pessoa "traída" é a Mulher e a pessoa "traidora" é o Homem.
Fica tudo um pouco diferente?
Isto é - a "pressão" para perdoar a traição é maaior sobre as mulheres.
A "pressão" para acabar tudo - e até ter atitudes de vingança - é maior sobre os homens.
Com toda a franqueza: eu acredito que uma traição não é forçosamente o fim de uma relação.
A "culpa" nunca é só e apenas do "traidor" - mas sim de alguma coisa na RELAÇÃO que não esta a funcionar.
Vocês, do meu ponto de vista, foram suficientemente inteligentes para perceber isso. Estão a ter ajuda profissional (psicólogo, terapia de casal...) como deve ser, para sarar o que estava mal, e foi origem deste episódio.
Na minha opinião, foi mesmo isso: um "episódio"!
Também lhe digo que não acredito que é possivel "esquecer" - não, vão ambos sempre recordar-se. O que é myito bom, porque é uma força para ambos evitarem cair nos mesmos erros.
Pelo que descreve, ainda está numa fase emocionalmente complicada - mas o tempo e a terapia vão ajudar a superar.
Inútil, mas inuútil mesmo, é pôr-se a pesnar em "ses": se ele estivesse cá; se tivesse havido sexo; se... Todos os "ses" dependem de demasiadas coisas! SEria tão provável isto como aquilo! Desista de se fazer "adivinho": as coisas aconteceram assim, nestas circunstãncias e com esta pessoa, e é com FACTOS que tem de lidar.
Posso até dizer-lhe que na minha opinião, a nível inconsceinte, a sua namorada andava a necessitar de "dar um grito de alma", que se materializou nesse "romance fogacho" - e que não foi d eforma inocente que ela "escolheu" um homem de longe, com quem a hipótese de continuar era remota. Acho até que aconteceu assim para, pelo mejnos a nível inconsciente, ela não ter de enfrentar a hipótese real de trocar um pelo outro.
Em toda a situação que descreve, há apenas um dado que me "preocupa" - e que curiosamente parece não o incomodar a si! É o facto de ela justificar a perman~encia na relação consigo por ser "lindo de morrer"!...
Isso é pouco, muito pouco, e até "mínimo" numa relação: então, e se o Castelo Rodrigo fosse apenas vulgar, ou feio...? Já desistiria do vosso Amor? Poria a hipótese de ficar com o outro...?
Espero sinceramente que não seja apenas por ser "lindo" que ela escolheu ficar consigo - porque garanto que com os anos é provável que engorde, fique careca e até sem dentes! Smile
Percebe o que quero dizer??
Acima de tudo, não permita que os estereótipos machistas agravem a sua dor: é tão corajosos, moralmente e superior e até belo perdoar, quando se é Homem, como quando se é Mulher! O Homem que perdoa e luta pela relação, não é um "fraco", e a Mulher que perdoa não é uma "heroína" - em ambos os casos, são apenas seres humanos, que fazem uma opção pelo Amor!
Agora não posso escrever mais - se necessitar de "falar", mande MP - ou comente estas palavras que lhe deixo.
Um abraço!!

Maria do Porto

Retrato de CasteloRodrigo
Qua, 12/02/2014 - 17:23
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

Obrigado pelas vossas respostas.

Respondendo à saraguapa: foi numa viagem de trabalho em que se conheceram. Depois, ela regressou, ele continuou a viagem, antes de rumar para o Brasil com escala em Lisboa. Sei que não houve sexo porque comentaram isso mesmo nos e-mails que li, ele comentou que se estava a arrepender por não ter havido sexo, ela até concordou, dizendo que teria gostado de "prová-lo", só para saber como era e para não ficar com dúvidas depois de como teria sido. Pormenores que me arrasaram. Quando a confrontei com isso, explicou-me que foi tudo uma mistura de coisas: chegaram a estar em cima da cama no hotel, a beijarem-se com desejo louco (isto já sabia pelos e-mails), mas não tinham preservativos, e de repente pensaram nos companheiros (ele é casado), estava a ser "estranho", "havia desejo mas não era aquela coisa" (disse-me ela), enfim eu cá sinto que foi simplesmente porque não havia preservativos, estavam cansados e pronto, não foram comprar e nos outros dois dias, aí sim, devem ter sentido que não podiam avançar mais. O contexto, a bebida, já não produziam os efeitos do primeiro dia. Mas eu próprio acho tudo isto estranho, não consigo entender, parece que só mesmo estando lá é que daria para perceber. Sinto que foi mero acaso não haver sexo, bastava ele ter preservativos e sinto no fundo que teriam avançado, embora ela me diga que "não sabe, isto é um cenário que não aconteceu". Ela explicou-me o facto de dormirem mais 2 noites para além da primeira, sem haver sexo, pela simples falta de carinho e conversa, estavam os dois mal na relação e não queriam sexo louco, só queriam companhia e algum carinho. Diz ela.

Bem, mais uma vez escrevo imenso. Nem sei se estou a ser claro ou confuso, as emoções negativas alteram a minha escrita. Desculpem.

Retrato de CasteloRodrigo
Qua, 12/02/2014 - 17:43
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

Cara Maria do Porto,

Gostei muito da sua resposta (gostei das outras também, verdade seja dita). Trouxe à minha reflexão elementos pertinentes e interessantes, como a questão do género, pressão social para perdoar, bem como a questão dos "ses", etc. De facto, e generalizando um pouco, existe de facto pressão sobre as mulheres para perdoarem, como existe pressão sobre os homens para não perdoar. Fez muito bem em relembrar-me isso. Tal como fez bem em mencionar o facto de a distância geográfica ter alguma influência inconsciente. É bem possível e a minha namorada também chegou a falar nisso.

O exemplo "lindo de morrer" é apenas um exemplo de que me lembrei enquanto estava a escrever aqui, ela referiu outras coisas, outras qualidades que eu tenho, o facto de me amar, de partilharmos um conjunto de valores, projectos, modo de vida, etc. Não sei porque só referi isto, seria injusto agora afirmar que ela só falou do "lindo de morrer".

Por fim, relativamente à culpa: claro, o papel de traidor e vítima não é tão nítido como parece, e tenho pensado muito acerca do meu papel dos últimos meses, do que correu mal, dos aspectos em que não fui aquilo que ela esperava de mim. Tento remediar, e até temos estado bem, as últimas semanas têm sido uma mistura de lua de mel e drama (discussões sobre o sucedido, choros, etc.). Mas a minha reflexão esbarra sempre na emoção negativa, sempre me lembro, até o sotaque brasileiro ouvido na rua ou na televisão me lembra o que aconteceu...

Afastar-me, como sugere a Micaela? Sim, pensei nisso, pensámos, mas a nossa vida actual não nos permite tão facilmente, aliás eu próprio gostaria de ir para a minha terra, estar uns tempos com a minha família, mas isso implicaria fechar-me novamente em relação à vida nova que estou a ter (ver pessoas, caras novas, actividades, etc.) E ficar eu aqui sozinho, enquanto ela vai, ficaria numa casa onde todos os dias vejo objectos, roupa dela, etc., não teria efeito, creio eu.

Cumprimentos e obrigado pela vossa paciência

Retrato de manuel m
Qua, 12/02/2014 - 17:49
manuel m:
Membro desde: 25.01.2013

caro Rodrigo
o que acabaste de contar é um verdadeiro pesadelo
pareces muito boa pessoa e inteligente
se deus te deu esse fardo é porque ele sabe que o podes suportar
a única coisa que te posso dizer é
ainda bem que não tens filhos
pois assim podes e deves de pensar em ti e so em ti
mulheres á muitas
(atenção não estou a dizer para acabares)
mas como notasse bem que estas muito apaixonado
pois á pessoas que conseguem superar , (esquecer não acredito)
e outra não .
só tu podes saber
se tens ajuda profissional quem somos
nos para te ajudar o que podemos fazer é ouvir os teus desabafos

ai podes contar

ps . maria do porto
acho desnecessário essas comparações
sé é mulher se é homem
traição é tiração
perdão é perdão o sexo da pessoa não é relevante

Retrato de Osha
Qua, 12/02/2014 - 18:26
Osha:
Membro desde: 27.08.2012

Olá,

antes de mais desejo coragem e força para ultrapassar a situação.
Para mim tratou-se já de uma traição, independentemente de haver ou não sexo...Afinal traição é apenas o "esconder"...o não ser sincero com o parceiro. E isso aconteceu-lhe. Acredito que possa ser possivel permanecer juntos, mas tudo depende da força do vosso amor e da forma como vão delinear o vosso futuro. Acho que deveria ter uma conversa e informá-la que aceitou continuar a relação mas que lhe pede em troca que nunca se esqueça o que isso representou para si, a mágoa que isso lhe deixou. Faça-a comprometer que num futuro episódio de atracção que possa surgir fale consigo sobre isso abertamente (afinal têm de ser abertos um com o outro senão não conseguiriam ter dado a volta ao assunto) pois isso pode mesmo voltar a acontecer e assim podem tomar decisões sem que ninguém saia magoado. Por seu lado comprometa-se a esforçar-se por não lhe abordar o assunto muitas mais vezes...E assim verão se tem ou não pernas para andar mediante o vosso trato. Se estiver constantemente a lembrar que ela errou então mais vale separar-se porque com o tempo vai fazê-la sentir-se muito mal mesmo a seu lado.
Apercebi-me que são um casal com vida profissional afastada e com alguns momentos menos bons na relação. Isso abre inevitavelmente espaço a carências, mas se forem sinceros um com o outro falam disso, discutem e encontram alternativas para dar a volta.
Não é fácil a sua posição, compreendo-o perfeitamente mas tem de ter assertivo quanto à decisão que tomou, criando condições para que eleve de novo a confiança na relação, descobrindo o que ia mal e tentando melhorar.
Cumprimentos

Retrato de sonia isabel c. r.
Qua, 12/02/2014 - 18:28
sonia isabel c. r.:
Membro desde: 08.01.2010

ola rodrigo
o que vou escrever talvez pareça 'horrível' estando no papel em que está (é algo que pessoalmente me perturba pois sei que todos estamos em risco e digo-lhe o que me mete medo é achar que não conseguia estar no seu papel) percebo-o na mesma, mesmo que não concorde que tenha futuro, acho que tentaria ficar e ver, como alguém referiu vê-se que está apaixonado.

não conheco a sua namorada se calhar vou precipitar-me mas vou falar-lhe na visão de mulher que tende a ceder a uma tentação, não acho que esteja no mesmo nível de amor que está, está num nível de capricho...não amadureceu não está apta para uma relação séria ao nível se calhar do que já planearam fazer... penso que (espero do fundo do coração que não) tem a sua relação comprometida...ponto um, penso que a sua necessidade da presença dela junta com a ausência que ela lhe dá são uma combinação mestre para alguma falta de comunicação entendimento... sinceramente acredito que possam ficar juntor por ora, acredito que a terapia os ajude, mas acima de tudo não acredito que ela esteja ao mesmo nível de compromisso, numa visão de futuro... de qualquer modo como disseram, já tem ajuda profissional e nós somos apenas opiniões de quem está de fora, de quem não passou por isso.

numa opinião só minha acredito que toda a gente possa viver um affair emocional que é o que me parece tratar-se mas ao mesmo tempo, e referiu-o, não passou ao nível a seguir porque não 'calhou' e não porque não quisessem... ela terá tido mais razões, mas penso que usar o facto de ser muito carente não desculpa ninguém, quando começou a falar revi-me nas suas palavras pois vivi o mesmo, prendi-me bastante ao meu namorado porque também eu sai do meu 'mundo' para outro e acabei por sobrecarregá-lo, e bastante até, e até a data de hoje não vi nem prevejo um cenário destes... e se ao acaso fosse ao contrário, e o meu namorado viesse viver comigo após estar tão longe eu ficaria radiante, mais entusiasmada que nunca e quereria também tê-lo comigo sempre...mas isto é uma visão muito pessoal..porque pense se isto aconteceu neste cenário em que à partida não tinham problemas assim tão graves (parece-me que foi muito à base da intimidade e diálogo)são coisas que se resolvem a dois com dedicação e amor, e isto já inseriu uma 3 pessoa, pense um pouco o que seria no futuro numa fase pior de casal, anos de rotina, problemas pessoais, financeiros stress...outras tantas coisas que nos acontecem ao longo da vida...

pessoalmente não acho que a deva crucificar mas no seu lugar eu ficaria muito atenta e não poria todas as minhas cartas na mesa...o amor cega-nos, no seu lugar talvez eu fizesse igual ou pior, nós mulheres somos ainda mais emocionais, mas aproveitando que estou de fora só lhe posso dar a minha visão mais racional... não é bonita pois eu acredito na frase que diz trair não é erro mas escolha...ainda que emocional relatou-me coisas que me perturbaram como ela estar a falar com ele consigo em casa...onde é que estava o sentimento de culpa e consciência dela nesse momento?

a verdade é que essa relação vive em funcãao dos sentimentos da sua namorada e ainda não se apercebeu...imponha-se...desejo-lhe sorte...por vezes as pessoas precisam da nossa ausência para notarem a nossa presença, infelizmente. pense nisso, pense mais em si...boa sorte

'Os fracos vingam-se ,os fortes perdoam e os superiores ignoram.'

Retrato de MicaelaS2Filipe
Qua, 12/02/2014 - 19:00
MicaelaS2Filipe:
Membro desde: 31.07.2013

Se não tens essa opção de ficar sem ela, então pode ser mais complicado.
Tens de ser forte, já o és.
De certas palavras que a Maria do Porto disse e tu mencionas-te eu tenho de concordar com elas.
O mundo das relações são altos e baixos. Porque não falas com ela e diz-lhe o que sentes e precisas de tirar tudo a limpo mais uma vez? Viver com dúvidas e desconfianças não é nada bom.
Por ela te trair uma vez não quer dizer que vais trair mais vezes, mas essa ferida precisa de ser sarada para poderes sair dessa tristeza e conseguires ter uma boa relação com ela. Não sei a quanto tempo estais juntos e o vosso passado da relação mas às vezes pode ter sido uma fase má e foi preciso isso acontecer.
Ás vezes são partidas do destino para nos testar e ver com quem podemos confiar e crescer.
Quem sabe ela não está arrependida e isso pode crescer mais a vossa relação.
Olha te digo isso deve ser uma situação muito dificil, que só quem passa deve saber o que é realmente é. Tu amas-a e isso nota-se pois se não já não estarias com ela e se é ela que te tu queres, tenta perdoar e viver o presente. O passado já lá vai.
Escolhe a forma que queres ser feliz e sê Smile

Retrato de Pipa13
Qua, 12/02/2014 - 19:20
Pipa13:
Membro desde: 30.12.2010

Olá
Não foste o primeiro a ser traído nem vais ser o último, estas coisas acontecem.
É um momento na vida de fraqueza, de insegurança, de carência por parte de quem trai.
Agora o que resta saber é se achas mesmo que foi isto que se passou. ..e se tens alguma culpa nisto. Penso que deves achar que sim porque tiveste a atitude (muito madura) de pedir aconselhamento profissional.
E segundo e mais importante, achas mesmo que ela está arrependida e se apercebeu do que ia perdendo?
Se sim continua. ..se não achas sincero esquece.
Estes tópicos já são recorrentes e as minhas respostas são sempre semelhantes seja homem ou mulher.
Lá por ter traído uma vez não quer dizer que traia outra vez. ..não está nos genes...
Quem trai também sofre, fez m***a da grossa e kd traiu é porque não se estava a sentir completo (a)
E de certeza que neste momento vive com medo que tu lhe digas que não vai dar para continuar. .. se ela gostar mesmo de ti é angustiante para ela acredita.
Acho que pior castigo do que perder quem se ama assim não deve haver. ...

Retrato de anamarisa1989
Qua, 12/02/2014 - 19:56
anamarisa1989:
Membro desde: 11.04.2012

Boa Noite,

Posso falar como pessoa que já traiu e como pessoa que tb já foi traida.

No início a relação estava má, e ele quis ver o meu telemovel (não suportava que falasse com rapazes devido ao meu passado de traições), ai eu mandei - lhe à cara que o tinha traido. Claro que doeu ve - lo triste quase a chorar e ai arrependi - me de ter traido. Depois acabamos. Passado 12 dias voltamos e durante um ano e meio nada de traições até cair de novo na mesma asneira, ai não me arrependi porque era uma curte tipo namoro. Nos primeiros dois meses depois da reconciliação permiti ter uma relação aberta podendo ele apenas estar com outras (eu não fiz nada com outro para lhe mostrar que já não queria trair). Acabamos depois de mais um deslize meu e passado um mes voltamos a curtir tipo namoro. Durou até Novembro de 2012, altura que o enganei de novo e ao mesmo tempo me apaixonei por um rapaz que conhecia. Ai decidi nunca mais voltar para ele.

Esse rapaz pelo qual o troquei, tb o enganei quando estivemos chateados devido a uma criancice dele.

O meu primeiro amor, traiu me com uma grande amiga minha, e nenhum deles quis me contar. Ela só me contou porque o primeiro dele ameaçou contar - me. Doeu muito ser traida pela amiga do meu peito. Depois disso nunca mais voltei para ele, nem esqueço o que ele fez. Posso ter perdoado mas esquecer nunca, dai hoje em dia ter medo de apresentar alguma amiga e voltar a ser traida.

Este meu actual nunca trai nem o vou fazer, porque as pessoas erram e mudam.

Falando por experiencia própria, se ela está mesmo arrependida não deve ter problemas que fale ao compurtador à tua frente, ou mande sms ao teu lado que possas ver. Se voltar a trair, deixa - a porque ela não te merece. E tu não deves sofrer, deves ter uma namorada que não traia e te faça feliz e não infeliz. Sai e conhece pessoas novas, não precisas de trair para teres novas amigas.

Sê feliz

Retrato de manuel m
Qua, 12/02/2014 - 20:11
manuel m:
Membro desde: 25.01.2013
anamarisa1989 wrote:

Boa Noite,

Posso falar como pessoa que já traiu e como pessoa que tb já foi traida.

No início a relação estava má, e ele quis ver o meu telemovel (não suportava que falasse com rapazes devido ao meu passado de traições), ai eu mandei - lhe à cara que o tinha traido. Claro que doeu ve - lo triste quase a chorar e ai arrependi - me de ter traido. Depois acabamos. Passado 12 dias voltamos e durante um ano e meio nada de traições até cair de novo na mesma asneira, ai não me arrependi porque era uma curte tipo namoro. Nos primeiros dois meses depois da reconciliação permiti ter uma relação aberta podendo ele apenas estar com outras (eu não fiz nada com outro para lhe mostrar que já não queria trair). Acabamos depois de mais um deslize meu e passado um mes voltamos a curtir tipo namoro. Durou até Novembro de 2012, altura que o enganei de novo e ao mesmo tempo me apaixonei por um rapaz que conhecia. Ai decidi nunca mais voltar para ele.

Esse rapaz pelo qual o troquei, tb o enganei quando estivemos chateados devido a uma criancice dele.

O meu primeiro amor, traiu me com uma grande amiga minha, e nenhum deles quis me contar. Ela só me contou porque o primeiro dele ameaçou contar - me. Doeu muito ser traida pela amiga do meu peito. Depois disso nunca mais voltei para ele, nem esqueço o que ele fez. Posso ter perdoado mas esquecer nunca, dai hoje em dia ter medo de apresentar alguma amiga e voltar a ser traida.

Este meu actual nunca trai nem o vou fazer, porque as pessoas erram e mudam.

Falando por experiencia própria, se ela está mesmo arrependida não deve ter problemas que fale ao compurtador à tua frente, ou mande sms ao teu lado que possas ver. Se voltar a trair, deixa - a porque ela não te merece. E tu não deves sofrer, deves ter uma namorada que não traia e te faça feliz e não infeliz. Sai e conhece pessoas novas, não precisas de trair para teres novas amigas.

Sê feliz

Hypnotized

Retrato de ceres
Qua, 12/02/2014 - 20:34
ceres:
Membro desde: 27.01.2014

Olá. Fui traída há pouco tempo. Perdoei. Nào conhecia a verdade toda. O que é certo é que na minha opinião 10 anos de casada merecem outra oportunidade. Porquê? Penso que simplesmente deixou de gostar de mim, não sei se já há muito tempo. Não foi correto. Se se interessou por outra devia ter revelado. 14 anos juntos merecia esse respeito . . . Durante o tempo que voltamos a tentar o importante é não atirar à cara, senão vais chegar a um altura e tudo vai rebentar. Nào se pode viver assim. Façam um pacto: não se fala sobre isso. É lógico que estás mais atento e tens os teus receios, mas se ela gosta de ti não olhes para trás. Pensa que estás a namorar uma nova rapariga e sê um novo rapaz.
É possível ser feliz como antes ou mais:-) Acredito realmente nisso.
Comigo não resultou, mas acredito que possa resultar:-)

Retrato de CarolCake
Qua, 12/02/2014 - 23:50
CarolCake:
Membro desde: 20.07.2012

Olá!
Li as respostas apenas por alto, mas não posso deixar de dar a minha opinião.
Penso que nunca fui traída e nunca traí! Portanto, admito poder ter uma visão enviesada da questão traição. No entanto, o tema é recorrente na minha vida, uma vez que a minha mãe (na casa dos 50 anos) está num relacionamento em que é repetidamente traída, sendo que vai sempre perdoando, alimentando a ideia de que ele pode ter outras, mas ela é a "principal", que ele vai mudar, que são as outras que correm atrás dele, que são coisas do momento, que é um escape dele, que ele fica muito aflito quando ela o confronta e que gosta muito dela por se mostrar atemorizado quando ela ameaça deixá-lo. Enfim... As traições continuam... E as desculpas amontoam-se.

Para mim, a traição é, acima de tudo, uma imensa falta de respeito pelo parceiro. E das situações que conheço, quem faz uma, faz mil.

"A "culpa" nunca é só e apenas do "traidor" - mas sim de alguma coisa na RELAÇÃO que não esta a funcionar." Pego nesta frase da Maria do Porto, cujas contribuições neste fórum gosto sempre muito de ler, para, desta vez, discordar do seu ponto de vista. Haverá situações em que a uma relação desgastada poderá levar a uma traição, mas NEM SEMPRE o traído terá culpas no cartório. Há pessoas que traem por trair.

A disponibilidade mental para a troca de e-mails, para o "quase envolvimento sexual", demonstram, na minha opinião, a ausência de noção de compromisso. Se não existe respeito e compromisso, a relação vai falhar.

Não queria ser tão directa na minha resposta, mas não consigo deixar de dizer: eu, na mesma situação que o Rodrigo, e por mais doloroso que isso fosse para mim, não perdoaria. Tomando a decisão de terminar a relação, será fundamental interiorizar que os "e se tivesse perdoado" poderão pairar na sua cabeça durante anos ou até durante uma vida inteira - acho portanto, que nestas situações é preciso segurança e força também para a opção "não perdoar".
Ao contrário da maioria das pessoas que, sendo o tema traição, juram a pés juntos que nunca perdoariam o companheiro, eu, no passado, sempre dizia que teria de ponderar bem e que, eventualmente, poderia perdoar se fosse traída - vi muitas caras de choque, mas era o que pensava. Até conhecer esta situação que a minha mãe vive - eu jamais me deixaria enganar pelo amor que sentisse por alguém. Porque é isso que acontece com a minha mãe - ela deixa que a paixão profunda que sente por aquele homem lhe tolde a razão e vai vivendo numa redoma de humilhação e desilusões.

Rodrigo, isto que relata é o que vejo a minha mãe viver: "Tento remediar, e até temos estado bem, as últimas semanas têm sido uma mistura de lua de mel e drama (discussões sobre o sucedido, choros, etc.)". Ciclos de felicidade genuína e ressentimento profundo.

Procure as suas respostas, mas não se esqueça que para a sua vida quer a felicidade completa, sem sombras ou incertezas. Não goste mais dela que de si próprio.

Retrato de csofia_
Qui, 13/02/2014 - 01:20
csofia_:
Membro desde: 19.12.2012

Calma, mas segundo percebi no final ela disse-lhe que te amava e tinha medo de te perder.
Se ela tivesse mesmo intenções de te trair, muito provavelmente nem tocava no teu nome quando tivesse com ele.
Isto é a minha opinião, q estou de fora, claramente pode não ser assim.
Vejo que estás completamente roído por rancor, e por isso sim, é melhor acabar. Não adianta estares a tentar castigá-la, e até acho isso injusto porque ela pensou em ti e daí não ter avançado.
Provavelmente vais carregar esse ódio e rancor muito tempo, por isso o melhor pra voces os dois talvez seja mesmo se afastarem, para teu bem e dela.

Retrato de CasteloRodrigo
Qui, 13/02/2014 - 12:24
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

[Cuidado, vem aí um testamento...]

Mais uma vez obrigado a todas/os pelas vossas respostas,

São opiniões bastante variadas e, ao contrário de que possam ter pensado alguns, são para mim tão legítimas quanto a opinião da psicóloga, que só vejo uma vez por semana e que não chega infelizmente para saciar a minha sede de conforto. E faz bem ler-vos. Só contei o que aconteceu a um amigo muito próximo mas que está no estrangeiro, não é tão fácil. Perdi 4 kg em dois meses, falta de apetite, sinto as marcas disto tudo na minha cara, enfim, o cenário normal imagino.

Relativamente à culpa do traidor e do traído: como já disse, de facto tenho os meus defeitos. Pelo que percebi em conversas com ela, ela em Outubro já não acreditava muito na relação, embora continuasse a chamar-me “amor”, “fofinho”, a mostrar algum carinho, embora não muito. Eu vivia um pouco nas nuvens, pensava que estava mais ou menos tudo bem. Tentou alertar-me algumas vezes, conversar comigo, e eu fechei-me (mesmo à homem, digamos), não quis conversar sobre os nossos problemas, não soube ou não quis ver que ela se estava a sentir mal na relação. Acreditem que estou muito arrependido neste aspecto, e noutros que a irritavam muito (quando ficava chateado, ir muitas vezes para a cama sem me despedir, levanto a voz nas discussões, não mantenho a calma...). Mas por outro lado, dava-lhe imenso carinho (algo que ela sempre reconheceu em mim) e ela não retribuia quase nada, parecia sempre estar a fugir de mim – eu também me tenho sentido bastante sozinho e nunca me passou pela cabeça trair. Pode ter sido um episódio, “um grito de alarme” como referiu a Maria do Porto.

Mas não deixo de concordar com a ideia da Sónia e da CarolCake: nível de amor, nível de capricho, maturidade, noção de compromisso e disponibilidade mental para a troca de e-mails. Tenho a sensação, e infelizmente ela parece concordar comigo, de que não me ama tanto quanto eu a amo. Há pormenores (que não vou escrever aqui, porque seriam muitos e porque talvez sejam desnecessários) bastante violentos para mim que nunca traí ninguém nem nunca tinha sido traído (que eu saiba), sendo que ainda por cima tenho em mim a fidelidade/exclusividade como um valor muito, mas mesmo muito enraizado. Quanto a ela… traiu (apenas com um beijo) quando tinha 21 anos, e acabou logo com aquele rapaz. Anos mais tarde, estava com outro, mas sentiu algo por mim, não aconteceu nada, eu nem sequer sabia, achava-a gira e interessante mas pronto, nada mais, nem passou pela cabeça que pudesse acontecer alguma coisa entre nós. Fiquei a saber que ela de vez em quando olhava para uma fotografia minha e punha-se a sonhar comigo, estando com outro. Agora é a minha vez de sofrer. Parece que quando as coisas correm mal, desliga-se e mete a função “interessar-se por outro”. Ela própria está muito perturbada com isto e questiona-se sobre si própria. Disse várias vezes que, afinal de contas, foi feita para ficar sozinha, que só sabe magoar as pessoas, que é uma pessoa horrível. Nós os dois relacionámos essa “procura de mais alguma coisa para além do que já se tem” com o facto de nunca ter conhecido o pai dela, algo que a faz sofrer bastante. Mas estou a fazer psicologia da "treta", provavelmente.

Já falámos bastante, aos poucos lá consegui ter algumas informações. Mas é difícil. Na altura em que eu apenas suspeitava que alguma coisa se estava a passar, expressei este medo, e ela um dia agarrou pelos braços, olhou-me nos olhos com ar muito convincente e disse: “não aconteceu NADA, não te preocupes, eu não te trai”. Imaginem agora o que é voltar a confiar numa pessoa que foi capaz de me mentir com aquele ar de quem está a dizer uma verdade absoluta. As 3 noites dormidas juntos, por exemplo, só soube mais tarde porque interceptei um e-mail dele: eu já tinha descoberto, exigi que cortassem o contacto de forma definitiva (de facto, cortaram o contacto, tenho provas disso), mas entretanto ele tinha acabado de lhe escrever um e-mail em que mencionava essas 3 noites em que dormiram juntos. Ela não mo tinha dito, e justificou o não ter dito por se tratar quase de “dormir como amigos”, e que dormir não foi sentido nem por um nem pelo outro como algo tão grave como o resto. Yap. Enfim…

Mas mais do que informações específicas que só me fazem mal, temos procurado avaliar o estado da relação, perceber o que estava a correr mal, o que ela quer, o que eu quero. Mas isto é tão recente que por mais coisas que corrijamos, a dor vem sempre ocultar o resto. Pergunto-me quanto tempo tenho que dar antes de tomar uma decisão “ficar e tentar vs. deixá-la” – estou entre as duas neste momento. A gente ia mudar-se para outra casa em abril, só que não sei se em casas separadas ou juntos. Não queria fazer uma mudança para depois separar-me ao fim de poucos meses. Não queria cancelar a mudança para depois aperceber-me que quero sair separado, e ter que esperar 4 meses para poder sair de facto (prazo a dar ao senhorio, pois temos casa arrendada). Também não queria sair separado já, tomar uma decisão radical tão depressa. Sinto-me pressionado neste aspecto: tomar uma decisão rápida por causa da casa.

Concordo contigo, Pipa, deve ser angustiante para ela. Creio que hoje se sente realmente arrependida, já a vi chorar não sei quantas vezes, muitas vezes tenta disfarçar, confessou que tem a sensação de já me ter perdido, e continua a achar que eu mereço melhor (embora às vezes eu me pergunte se isso é uma velha estratégia de auto-flagelação na esperança de que eu tente confortá-la).

Na verdade, há um aspecto horrível no meio disto tudo, que até me envergonha um pouco: posso ficar no desemprego dentro de um ano, por ter um contrato que vai acabar e acredito cada vez menos na renovação do mesmo (trabalho em ciências sociais, devem ter ouvido falar nos cortes nas ciências neste país). Não quero emigrar, pois estar neste país foi sempre o meu sonho, finalmente realizado, mas também não estou a ver o que posso e sei fazer para além da minha ciência, num país em que não estou assim tão habituado, em que não tenho os recursos (rede de contactos, conhecimentos institucionais, etc.) que tinha no outro país. Ao aspecto puramente emocional junta-se então a ansiedade do desemprego, o medo de ficar sozinho sem emprego. Sei que pode parecer estúpido, mas por vezes pergunto-me se não estou a ficar por saber que, a dois, é mais fácil ultrapassar momentos profissionais delicados. Nunca pensei sequer pensar assim, é quase condenável, não sei, mas curiosamente é um aspecto que está a mexer comigo: muitas vezes penso “se ficar com ela, fico com alguém que me traiu e em quem não consigo confiar e arrisco-me a ficar infeliz novamente porque ela vai recomeçar; se a deixar, arrisco-me a ficar na m***a grande daqui a um ano, o que vou fazer da minha vida?” E assim, parece que estou encurralado, qualquer saída é terrível e perigosa. Tenho tentado tirar esta ideia da cabeça e raciocinar apenas a partir da relação amorosa, do grau de confiança no futuro com ela, mas depois vem sempre este receio.

Desculpem o desabafo. Já notaram que estou perdido e que a equação é bastante complexa apesar de, como referiu o Manuel (a quem agradeço as palavras), não termos filhos. Obrigado pela paciência em ler-me.

Retrato de gato_lindogiro
Qui, 13/02/2014 - 13:22
gato_lindogiro:
Membro desde: 24.11.2013

Caro Rodrigo

Boa Tarde,

Situação Complicada.

Está com medo de ficar só?
Se você segue a sua vida com ela e daqui a 6 meses ela acaba como fica você e a sua vida?

Ainda tem tempo, pode começar a procurar outros empregos, noutras áreas. Mas viver com alguém que não se conhece, porque é mesmo isso, é muito perigoso para o seu lado emocional e não só!
Não tem economias para uns tempos desempregado? certamente irá receber fundo de desemprego. Já pensou como há mulheres que conseguem divorciarem-se ao fim de muitos anos de casadas com filhos e tudo? E conseguem.

Se ficar com a sua actual companheira é um risco para toda a vida, se a bomba não arrebentar antes.

O mais importante é gostar de si, visto que mais "ela" não gosta.

Retrato de sonia isabel c. r.
Qui, 13/02/2014 - 21:01
sonia isabel c. r.:
Membro desde: 08.01.2010

apesar de entender a parte em que fala do seu possível desemprego, há várias coisas contraditórias... as coisas estão a acontecer AGORA. nunca pode (tal como referiram) pensar nisso já que em 2 3 4 5 meses pode muito bem ela acabar ou pior,repetir o episódio...

esse pensamento que está a ter nem é pelo emprego em si mas pela sua insegurança que é geral.é apenas mais um dado no jogo.

só que falta um ano como disse... parece-me uma coisa dispensável para os problemas que já tem...concentre-se numa coisa de cada vez e pense, se ao acaso ficar desempregado acha que será isso a melhorar a sua relação ?(apoiar-se nela, ou focar-se nela nesse momento seu)... lamento informá-lo que é sempre uma má fase de casal falo por experiência, se a sua relação traz esta fragilidade pelo que estamos aqui a discutir não pense nunca que , se ao acaso tiver problemas com o seu emprego, vai encontrar nela o apoio que espera...

só mesmo se até lá conseguir pôr tudo para trás das costas e recuperarem o que perderam pelo caminho, é preciso relações fortes para todos os desafios que nós passamos individualmente.

em suma, nem pense nisso agora. tem um trabalho imenso pela frente só com a sua relação... não sei quanto a sua vida familiar, mas pense sim nas suas outras pessoas próximas, se necessário faça planos mas sozinho ou entre os seus...lamento da minha parte mas ao longo doas respostas que vou lendo vejo uma relação muito muito fraca... em que existe falta de respeito da parte dela, falta de dedicação, lamento mas não creio que tenham dormido juntos sem aquele 'sentir' que referiu, isso não existe o dormir com alguém por dormir, mesmo que não haja sexo. infelizmente só posso opinar baseada no que nos conta e o que vejo é uma namorada caprichosa, tem realmente problemas a resolver com ela mesma talvez com o passado dela, e afins, mas é uma pessoa concerteza com muita falta de atenção, e visa a procurá-la numa figura masculina, até acredito que seja mais à base de carinho que físico, mas de qualquer forma é uma traição para consigo...

tal como já disse e muita gente já repetiu, ela tem interesses próprios, e honestamente acho que o vê como o namorado troféu que está todos os dias à espera dela em casa, como diz a expressão em inglês ''husband material''... enquanto ela alimenta o ego ou os caprichos com atenção de outros, talvez em busca de qualquer coisa que lhe falta que só ela saberá, com terapia.
não quero com isto parecer, tal como pediu para não fazermos, que estou a condená-la já nem se trata disso ela errou, nós erramos e todos temos oportunidade de nos redimir , o problema aqyui é pelo menos do meu ponto de vista, ela não terá forças para isso, e só terá empenho quando vir e perceber que o perdeu, ela quando refere que o perdeu e que está muito perturbada e arrependida pode ser sincero mas noto que é uma boa forma de o ir manipulando e fazendo crer que pode haver uma luz ao fundo do túnel e vai ficando agarrado a esse fio.

eu penso que terão de viver separados. durante um tempo. precisa desligar-se dela e ela precisa de tratar os problemas que tem de intimidade e de maturidade, precisa perceber-se a ela mesma, e não comprometer-se consigo em nada mais, porque não está empenhada...garanto-lhe.

'Os fracos vingam-se ,os fortes perdoam e os superiores ignoram.'

Retrato de Carolina Lopes Brás
Qui, 13/02/2014 - 22:00
Carolina Lopes Brás:
Membro desde: 19.01.2014

Infelizmente tenho que concordar com a sonia, ha atitudes da sua namorada que me causam alguma confusao e desconfiança. O facto de ela mesma admitir que voce a ama mais do que ela a si pode querer dizer muita coisa. Quem ama ama, nao anda a ver se e mais ou menos do que o parceiro porque cada um tem a sua maneira de amar, mas para ela admitir isso e porque de facto nao deve estar consciente do que e o verdadeiro amor.

Tambem o seu passado nas relaçoes me perturba, e com isso concordo com a sonia quando ela refere "imaturidade" e "falta de atençao". Nao tenho muita experiencia pois tenho apenas 18 anos mas sou uma pessoa segura de mim mesma e penso que quando ha traiçao nao ha amor pelo parceiro porque o amor cega-nos e faz o nosso mundo girar a volta dessa pessoa sem haver espaço para uma outra, para mim isso e amor. E quero tambem salientar que nao acredito que seja possivel amar duas pessoas ao mesmo tempo.

Carpe diem

Retrato de ceres
Sex, 14/02/2014 - 04:48
ceres:
Membro desde: 27.01.2014

Bem, apesar de ter dito que acho que vale a pena tentar, tenho de concordar com a sonia e a carolina, poi há um dado novo na sua frase, ela dizer qu.e você merece mais. . .
Não sei se é bom ouvir isso. Ela realmente está consciente disso e pelo que escreve não tem feito mais do que chorar. No entanto, chora pois sabe que estragou algo que nunca mais vai ser igual, e se constantemente o assunto vem à tona chora porque sabe que é a única culpada do que está a acontecer.
Não sei se o melhor não seria realmente uma conversa a sério com ela, sem discussão. Onde pudessem falar sobre os vossos sentimentos , as dúvidas que você está a ter e o que ela ainda pensa ou não no que se passou com ela e como poderão viver assim. No entanto, não decidam aí o que querem fazer, deixem o teor da conversa arrefecer uns dias antes de tomarem uma decisão definitiva.
Diz que estão a fazer terapia de casal, mas por experiência própria digo-lhe q há quem não consiga admitir toda a verdade nem ao psicólogo...
Se a decisão realmente for a separação não pense que não é possível recomeçar, mas se possivel mantenha contato mensal com a psicóloga, pois é errado pensar que tudo o que ouviu e leu se apaga da sua cabeça após separaçâo. Aí sim, temos de fazer o q a psicóloga diz sobre pensar em nós, arranjar novos amigos, fazer coisas diferentes. O tempo passa a ser mais que muito e estamos sempre a pensa.r...
Só mais uma coisa: é muito difícil tomar a decisão de terminar, mesmo muito. E é preciso muita coragem e amor próprio.

Se acha que não está a conseguir viver assim pense em si, se é isto que quer para a sua vida, por mais que lhe custe.

Força.

Retrato de CasteloRodrigo
Sex, 14/02/2014 - 09:42
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

Obrigado por mais essas respostas,

Fui injusto e incorrecto ao dizer que ela não me ama tanto quanto eu a amo. Não me expressei bem e isto levou-vos a interpretar de uma determinada forma - peço desculpa. O que ela disse foi "eu amo-te, mas pelos vistos não sei amar como tu amas", estava então a comentar a profusão de carinho de que eu sou capaz (um traço de carácter meu desde sempre, e que nenhuma das minhas ex, de facto, conseguiu igualar, não sei porquê...)

Conversas, temos tido muitas, a discutir ou de forma calma. As minhas perguntas eternas foram respondidas por ela dezenas de vezes mas, como me disse a psicóloga, parece que eu ando à procura, não de uma resposta, mas de uma máquina de viajar no tempo para impedir o que aconteceu. De facto sinto a necessidade de ter mais conversa com ela, mas ela está a cansar-se com as minhas perguntas repetidas e tem medo de não conseguir aguentar tanta pressão - o que de um certo modo compreendo.

De resto, vocês acertaram em vários elementos, embora me custe admitir. Amanhã vamos de viagem, uma viagem que marcámos há um mês, numa altura em que parecia que as coisas iam correr melhor, sentimos a necessidade de nos aproximar. Não sei como vai correr, gostaria pelo menos de ter uma visão mais clara das coisas. Não sei se irei escrever aqui hoje ou amanhã, mas se não escrever volto daqui a uma semana.

Aproveito mais uma vez para vos agradecer pelo apoio, mesmo que bastante divergente, o que é normal num espaço aberto como este. Obrigado, tudo a correr bem para vocês

Retrato de Isacorreia
Sex, 14/02/2014 - 11:25
Isacorreia:
Membro desde: 09.05.2013

não me vou pôr com blas blas, vou ser curta e grossa, eu não aceitaria essa mulher, bolas, como é que você pessoa inteligente que é se sujeita a isso??
se você se ama a si próprio então mude de vida, certamente não lhe faltarão oportunidades de conhecer alguém que o mereça.

ACORDE PRA VIDA...

Retrato de Carolina Lopes Brás
Sex, 14/02/2014 - 21:46
Carolina Lopes Brás:
Membro desde: 19.01.2014

Isa as coisas nao sao assim tao simples quando toca ao amor

Carpe diem

Retrato de Uriel
Sex, 14/02/2014 - 22:14
Uriel:
Membro desde: 23.09.2013

Bem, vou tentar dar a minha resposta novamente, visto que a outra era "ofensiva" e com palavras menos próprias Confused Confused Confused Confused

Pelos vistos estás disposto e a fazer de tudo para a ter de volta, no meu ver , e como já passei pelo mesmo que te vou-te perguntar:

- Vais conseguir evitar desconfiar dela (pelo menos nos primeiros tempos), em que ela saia toda produzida numa saida á noite, ou evitar querer ver o tlm quando ela receba msg ou chamadas, quando ela não te atender o tlm ou responda a sms que tu lhe mandes?

- Quando surgir uma discussão , achas que consegues evitar mandar-lhe á cara a traição?

E quanto a ela dizer que não te traiu Frustrated Frustrated Frustrated Frustrated Frustrated

Dormiu com um homem três noites em que de certo houve amassos e beijos e sei lá mais o quê, tu não consideras isso uma traição???

Retrato de Isacorreia
Sáb, 15/02/2014 - 10:04
Isacorreia:
Membro desde: 09.05.2013

a maioria das pessoas é que complica as situações, com isto não quero dizer que a situação seja facil, sim existe amor e uma vida em comum, mas acho que na maioria das situações as pessoas acomodam-se, porque talvez seja mais fácil engolir um sapo de traição do que lutar contra um sentimento e virar a página...

Vou falar por mim, eu não tinha estômago para me deitar com o meu marido depois de saber que ele tinha andado aos beijos ou aos amassos com outra, sim porque neste caso pelo que me apercebo só não houve penetração porque ups não havia preservativo, mas pelos vistos o autor do tópico só considera sexo quando o dito entra na dita...

Peço desculpa ao autor do tópico pelas minhas palavras, mas é que o marasmo das pessoas causa-me assim uma espécie de urticaria psiquica

Retrato de Mr.V
Dom, 16/02/2014 - 18:38
Mr.V:
Membro desde: 05.09.2008

A pergunta do tópico, no meu caso, é de resposta curta...

A minha resposta para a minha mulher era:

Adeus, boa viagem e sê feliz!

E atenção, não estou na situação do autor do tópico, temos 1 filho, ela está grávida do segundo, somos casados há 7 anos...

A resposta que eu lhe daria era a que esperava dela...

Acho que para amarmos alguém, temos que nos amar a nós próprios...

Retrato de Maria do Porto
Seg, 17/02/2014 - 11:49
Maria do Porto:
Membro desde: 29.09.2010

Antes do mais, muito obrigada a todos os que referiram de forma positiva as minhas palavras.
Gostava de sublinhar que ser homem ou mulher influi na percepção e no entendimento da traição, sim - por causa dos preconceitos culturais e das pressões sociais, que variam tembém de acordo até com o grupo social a que se pertence! (A representação mental que se tem do valor "Fidelidade" é muito "midle class" - o "adultério" sempre foi muito tolerado nas elites, por exemplo... mas adiante: isto levar-me-ia a fazer aqui uma tese de socioligia dos relacionamentos! Laughing )
Por outro lado, quando referi que a "culpa" está na dinãmica da relação, e que portanto "sempre" há "dois cuplados", obviamente que não estava a ter em conta as personalidades desviantes, cvom traços de sociopatia, que traem sucessivamente e sem culpa. Isto já entra na categoria "patológico" e não me parece que fosse relevante para a ánálise... até agora!
E digo "até agora" porque nas descrições amis alargadas que o Castelo Rodrigo fez da situação, após o primeio post, algo me deixou alerta: a repetição de um padrão no comportamento dela.
Parece que semnpre que uma relação entra em "crise", a meniona em questão tende a procurar uma fuga - com outro. De forma mais física ou mais "imaginária", ela socorre-se de uma "relação alternativa" como resposta aos problemas das relações em que está.
Somando isto ao facto de ser filha de uma figura paterna ausente, eu temo "profetizar" que estamos preante uma relação sem futuro - naõ por causa da "traição" actual, mas por causa da complexidade da personalidade dela, que me parece problemática.
O facto de ela ter sido capaz de mentir, olhos nos olhos, negando a tarição, e de em certos momentos não ser capaz de de perceber que o comportamento dela foi condenável e configura DE FACTO uma taição... bem... isso para mim é mais alarmante.
Parece-me alguém com perfil manipulador, irresponsável e predisposto a usar a mentira e a dissimulção.
Isto é pior que o facto objectivo "traição"...
Caro Castelo Rodrigo - ficar ou não no desemprego, é para daqui a um ano. POde decidir continuar nesta relçaõ, e dentro de 4 ou 5 meses ela repetir a graça! Sad
Esqueça esse tipo de medos: temporariamente, até a "lavar pratos" consegue uns euros suficientes para sobreviver! Se não der para uma casa, alugue um quarto!!! Mas mais vale isso com auto-estima e dignidade, do que sujeitar-se a uma relação - que me parece agora ter potencial para ser um autêntico "buraco negro" - por medo de não ser capaz de "sobreviver sózinho"!

Um abraço!

Maria do Porto

Retrato de CasteloRodrigo
Seg, 24/02/2014 - 18:11
CasteloRodrigo:
Membro desde: 12.02.2014

Boas,

Obrigado por essas respostas adicionais. Depois da nossa viagem, que até correu bem mas que não dissipou nada em mim (como era óbvio), sinto-me cada vez mais inclinado a acabar com ela. Mas ainda não tomei nenhuma decisão, porque as dúvidas acabam sempre por me deixar confuso. Amo-a tanto, custa-me muito.

Mas queria aqui responder a uma ou duas coisas que li:

1) não percebo onde é que alguns intervenientes leram que eu não considero isto como uma traição, ou que eu considero que o sexo é apenas a penetração, ou ainda que ela negou a traição. Ou leram mal, ou expressei-me mal, não sei. Mas não encontro as palavras que levaram a tais interpretações. Ela não nega nada, simplesmente disse que na altura não considerou dormir com ele da mesma forma que o resto, e de facto eles nunca referiram isso nos e-mails, como se para eles isso não tivesse tido valor.

2) quanto ao marasmo evocado por Isacorreia: pois. Compreendo a crítica. Eu próprio sempre tinha defendido que uma traição é algo inadmissível e que tem que se pagar logo pelo afastamento do traído. E de repente vejo-me nesta situação, fico como que paralisado. Às vezes gostava que alguém me desse umas boas bofetadas para ver se realmente acordo.

3) Maria do Porto: mais uma vez gostei da sua interpretação das coisas. No entanto, não deixo de me perguntar: "e se eu traísse? não iria mentir também?" Não querendo defendê-la, claro, parece-me no entanto óbvio e quase "normal" que ela tenha tentado dissimular as coisas. O que não é incompatível com o sentimento de culpa que ia crescendo nos últimos dias antes da descoberta. Por um lado, como ela própria me disse, eu só descobri porque ela deixou imensos indícios, quase de forma propositada, com comentários e conversas que me despertaram "curiosidade", como que a tentar dizer-me mas sem saber como. Por outro lado, os últimos e-mails que ela trocou com ele tinham precisamente este teor: "conto ou não conto?", "não quero que ele viva com essa cicatriz", "não quero que ele sofra", são frases que ela lhe escreveu. Sinto que eu faria o mesmo, se um dia traísse - mas lá está, eu nunca traí ninguém. Quanto ao padrão que refere, sim, é alarmante, e não tenho nada a dizer contra isso. Por um lado, a nossa crise era no entender dela bastante grave, já não acreditava mesmo, sentia que estávamos no fim e só estava à espera que isto acabasse, um pouco como uma equipa de futebol a perder 3-0 e ter que cumprir os últimos minutos do jogo (desculpem a comparação estúpida - e eu nem gosto especialmente de bola...). Por outro lado, ela concorda com a ideia de que "se calhar sou assim mesmo", chorou várias vezes enquanto o dizia. E não deixo de me lembrar de algumas coisas que ela lhe escreveu: que "é saudável termos flirts sem o outro saber", que "a monogamia não é natural", que "compreende" quando o outro homem lhe disse "10 anos com a mesma pessoa, sempre o mesmo corpo, a mesma pele, chegamos a enjoar do corpo dela". Já a confrontei com isto, ela não sabe bem onde se situar no meio destas reflexões. Enfim...

Mais uns dias, sinto que não estou muito longe da decisão, seja ela ficar, seja ela seguir em frente, sozinho e livre.

Cumps

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