Sinto que fiz tudo ao contrário
Este assunto anda literalmente há meses a dar conta da minha cabeça...
Estou num relacionamento há pouco mais de 9 anos, que deram origem a dois filhos. O primeiro filho foi planeado. O segundo, nem por isso. Inclusive, o meu namorado não queria que eu seguisse com a gravidez para a frente e aí o nosso namoro enfrentou uma crise das grandes! Fiquei muito depecionada com ele, e só Deus sabe o que sofri nessa altura com tudo o que aconteceu e com as coisas que ele me disse.
Todos os dias me pedia para abortar. E eu só pensava em que raio de pai eu tinha escolhido para os meus filhos.
Senti revolta, senti repulsa, senti rejeição, senti ódio...
Foi uma fase muito negra da nossa relação. E nem sei como conseguimos ultrapassar tudo isto.
No entanto, por vezes vejo atitudes da parte dele para com os filhos que eu não gosto. Principalmente, para com o segundo filho... e não consigo deixar de pensar que eu sou a culpada pelo pai que escolhi para os meus filhos.
Não era este o pai que eu queria para os meus filhos. Sinto que errei, que andei iludida e que seclhar me precipitei...
Muitas das coisas da rotina do dia a dia dos miúdos, sou eu que faço. Ele por vezes ajuda, mas tenho sempre a sensação que é de má vontade, que ele não gosta desta vida que tem. É muito triste isto tudo.
Sinto me num beco sem saída e penso muitas vezes que fiz tudo ao contrário. Que devia ter "escolhido" melhor o pai para os meus filhos e para mim.
E o mais confuso e estranho, é que há uma pessoa na minha vida (que apesar de não ter nada com ele), desde que o conheci que só penso em como ele é parecido comigo e tem os mesmos valores que eu, como ele adora crianças, como ele é meigo, em como me identifico com ele... quase que penso que ele é que seria a pessoa certa para eu ter dado estes passos. (Atenção que essa pessoa não sabe que eu penso isto dele. Inclusive, já não tenho contato com ele há largos meses)
É normal eu ter estes pensamentos? Eu até me sinto mal de pensar estas coisas mas bolas, eu só queria que ele fosse uma pessoa melhor. Tanto para mim, como para os meus filhos.
Mas também sei que nós não podemos mudar uma pessoa..
Sinto que ele já não tem interesse em mim e que nunca foi esta a vida que ele quis para ele (assentar e ter filhos).
Acabo por sentir que também fui enganada durante este tempo todo..
O que devo fazer?
Olá Soraia, lamento.
Pessoalmente acho que se não está bem na relação com esse indivíduo, se ele é desagradável, se vos trata mal, porquê deixar evoluir a situação negativamente, é que dificilmente mudará para melhor. Se encontrou alguém que a trata bem, que gosta de si, se preocupa e se a Soraia confia nele, porque não lhe diz o que sente e segue em frente com essa pessoa? Os seus filhos estão primeiro, não tenha pena desse fulano que não parece valorizar a vida familiar que tem. Abraço
Olá,
Todos nós tomamos as melhores decisões mediante a informação disponível na altura.
Se na altura a Soraia93 soubesse aquilo que sabe hoje, muito provavelmente não estaria sequer com o seu companheiro, mas não sabia, e fez aquilo que achou melhor. Não se deve culpar por isso.
Primeiro que tudo tem que saber o que sente pelo seu companheiro. Ama-o? Sim? não? e o seu companheiro ama-a? estão juntos por comodismo na relação? Tenham uma conversa os dois. Se já não gosta dele ou ele de si , secalhar o melhor mesmo será terminar a relação e cada um ir à sua vida, ficando livres para encontrar outras pessoas que gostem, e o seu companheiro poderá ter a vida que sempre quis e que não tem. Se realmente virem que ainda gostam um do outro, então há esperança. Podem pedir ajuda a profissionais para ajudar a superar esta fase.
O facto dele não ajudar em casa com a rotina dos filhos, desculpe a minha honestidade e a minha franqueza, só é assim porque a Soraia93 o permite. Se ele não gosta de fazer coisas, paciência, também há muitas coisas na vida que eu não gosto de fazer e faço-as. Não é "ajudar" com os filhos, é "dividir as responsabilidades" dos filhos. São filhos dos 2, não é só de um. Não gosta mas tem que fazer. É obrigação dele enquanto pai.
Resumindo, o que é que eu fazia? via o que sentia pelo meu companheiro e partia para uma nova etapa a partir daí.
Tudo de bom
Um dia estava a falar com uma Srª vítima de violência doméstica, que cheia de angústia, cheia de mágoa, cheia de dor, sintetizou as coisas numa frase “Ele não trás dinheiro para casa, ele não me ajuda com os filhos, ele não me satisfaz na cama, então ele não me serve para nada”.
Apesar de pequena esta frase envolve muito, para não dizer tudo, do que é uma relação entre um homem e uma mulher.
Estamos numa relação, porque nos interessa, porque existem objetivos comuns. Por isso o Código Civil, fala em contrato conjugal e em sociedade conjugal.
Isto é uma sociedade, é um acordo, onde cada uma das partes tem que cumprir com o prometido, em relação as espectativas que o outro tem em relação aquela sociedade.
Mas afinal para que é que serve esta sociedade, tão peculiar?
Facilita o nascimento e educação da futura geração, que irá perpetuar os nossos genes neste mundo, uma vez que todos morremos. Para além disso deixamos ficar os nossos bens, a alguém nosso, é quase, como se afinal não tivéssemos morrido.
Se observar bem, duas das três frases proferidas pela fulana que acima referi, vão cair diretamente aqui, permitir, facilitar, garantir, que a nossa prole vai ter sucesso, e a terceira, também ainda que tenhamos que retirar os modernos contracetivos da equação.
Qual é o melhor homem? É aquele que garante melhor o futuro da minha/dele prole. Atenção que não é só o que tem mais dinheiro, é também o que é mais dedicado com os filhos e o que melhor “genética ”, tem para doar.
Se para qualquer rapariguinha de 18 Anos, isto é mais do que sabido e conhecido, mesmo que ela não se aperceba, ou que não esteja para pensar nisso constantemente, até porque é transmitido de mãe para filha e pela restante sociedade, já a maioria dos homens, nem sequer sabe que isto existe, nem sequer se apercebe que um relacionamento conjugal, assenta nestas três poucas questões e então as mulheres procuram avidamente homens que encaixem nestes pilares. (atenção que isto é ciência, eu não ando a inventar nada, nem ando a fumar daquilo que faz rir, acredite).
Daí as frases, tão ao gosto das mulheres, que dizem, sempre primeiro “ele é um bom pai”, só depois vem a outra “ele é um bom marido”, pense lá se não é assim.
Bom pai porquê, porque forneceu bons genes? Porque ajuda com os filhos, no dia-a-dia, ou porque tem tanto poder, tanto dinheiro, que o sucesso da prole estará antecipadamente garantido? Umas darão mais valor a uns pilares, do que a outros, e é por isso que nós homens temos algumas chances, senão só o Cristiano Ronaldo é que se reproduzia.
Sugiro que explique estas coisas ao seu companheiro, que o vosso contrato, só existe, se ele cumprir ou pelo menos tentar cumprir, com a sua parte, que aceitou os “genes” dele mas que o sucesso da prole, também depende dele e que se ele quer perpetuar os seus “genes”, garantindo sucesso, vai ter que ajudar, senão NÃO SERVE PARA NADA, e o contrato pode-se quebrar, sendo então encontrado um novo homem, por si, que esteja mais atento a estas questões.
Fique bem.
Membro desde: 08.11.2016