Olá a todos. Venho pedir ajuda, pois não sei mais o que fazer. Estou junto com a minha namorada desde 2016, e temos um filho com 6 anos. A minha namorada sempre gostou muito de álcool, e desde 2020 que tem se descontrolado bastantes vezes. Vai por exemplo ao supermercados compra um pack de cervejas e bebe ao pack em poucas horas se for necessário e o resultado já se sabe qual é... Já tivemos várias discussões sobre isto, o qual ela fica chateada, sem me falar um, dois dias como se tivesse razão, e depois no final acabamos sempre por "resolver " as coisas. Mas claro que acaba por voltar ao mesmo. Já estou cansado de lhe dizer que não pode ser, que temos um filho e ele não pode crescer com isto acontecer frequentemente. Ultimamente e tão tem sido todas as semanas discussões devido a isto, e da última vez até me "convidou" a sair de casa, caso eu não estivesse bem com ela, e isto porque eu falei com ela sobre esta situação, mais uma vez.
E outra situação que foi pior ainda, foi que em abril eu descobri, com provas que ela andava a falar com o patrão por mensagens no telegram de teor sexual. Como ele a perguntar-lhe a ela se ela gostaria de o acompanhar a um motel, e ela disse que não podia porque estava a trabalhar, mas para ele não dizer aquelas coisas que ela ficava com vontade. Nesse mesmo dia quando descobri, foi quando ela saiu de casa e disse que tinha que ir ao trabalho ter com o patrão para assinar umas folhas, e eu cheguei a ver parte da conversa em tempo real. Fiquei pior que estragado, não sabia o que fazer, tive que ter um enorme controlo, mas quando ela chegou a casa eu apenas lhe perguntei "e tão gostavas de ir com o teu patrão para um motel é?". E ela ficou uns minutos paralisada, pois.nao estava a espera daquilo. Depois claro diz-lhe perguntas, ela disse que já andavam a falar pelo telegram desde fevereiro mas que não falavam sempre e que foi ele que disse que por lá era mais seguro. Disse-me que ele a tentou beijar nesse mesmo dia, mas que ela não deixou, que lhe disse para ele parar. Jurou-me por tudo que nunca houve nada físico entre eles, que apenas ele a beijou na testa uma vez. E ainda por cima a mulher do patrão trabalha com a minha. Eu conheço ela e ele. Vivemos numa pequena vila. E quando ela lhe disse que eu tinha descoberto ele disse-lhe que o que importa é isto nunca vir a público. Eu andei uma semana inteira sem lhe falar, a pensar imenso no que fazer, ela fartava-se de chorar, a dizer que me amava, que não sabia porque fez aquilo. E eu depois de muito pensar perdoei-a, mas desde aí que sinto uma insegurança enorme. E tenho um pressentimento que eles continuam a falar algo sem ser de trabalho (porque eles sempre falaram também de trabalho por mensagens). E ainda para mais ele é bastante mais velho que ela, te to que ele conhecê-la desde pequena e já ele não era muito novo. E pior que tudo é que eu acabo por estar a protege-lo a ele para protegê-lo a ela. Eles sabem que se eu deito isto cá para fora que acabo com a vida pessoal dele e profissional dela e pessoal também. Mas é o que tenho vontade de fazer, porque eu não mereço isto, ela sempre teve alguns problemas (anorexia, bulimia, álcool, mutilação) e fui eu que a levantei quando a conheci. Fiz e faço sempre de tudo para ela estar bem. E é isto que recebo em troca. Muitas vezes pergunto-lhe se ela continua a falar com ele, e ela diz que não, que se quiser até posso ver no telemóvel dela. Mas eu sei muito bem que ela pode falar e apagar as mensagens, que é o que fazia antes de eu descobrir.
O que faço com estes problemas todos? Ela é acompanhada pela psiquiatra.O que vocês fariam? Preciso de respostas, desde que descobri isto que não ando nada bem.
Obrigado.
Esses dois problemas, são efetivamente graves, vamos ao primeiro (álcool), sendo certo que se calhar eles estão interligados (bebe mais porque, tem remorsos das asneiras que anda a fazer), mas não tenho dados suficientes para fazer uma afirmação dessas.
O álcool por si só se ela quiser resolve-se, com um psi, alcoólicos anónimos, etc a sua missão é conseguir que ela aceite, a ajuda de profissionais, que vão tentar ajuda-la primeiro a reconhecer que existe um problema e só depois tentar resolver esse problema.
Os outros problemas, de auto mutilação, etc, resolvem-se, no mesmo local, com os mesmos profissionais.
Agora o problema principal é a “traição”, permita-me apelidar a mesma desta forma, pois eu acho que é, isso mesmo, uma “traição”.
Nunca ficará a saber se ela foi, está a ir ou irá no futuro, para a “cama”, com o patrão, ficará sempre essa dúvida na sua cabeça e daqui a 30 Anos, ainda se lembrará disso perfeitamente, mesmo quando já se tiver esquecido, do seu próprio nome.
Você também não pode lhe dizer “não voltas a ver esse gajo, nem a trocar mensagens com ele”, muito usual nesta situações, a não ser que lhe imponha, que ela mude de emprego, uma situação a considerar.
Não pode deixar de recordar que ela não era só assediada, pelo patrão, respondia ativamente, alimentando a situação e tendo aceitado que os acontecimentos tomavam esse rumo, sem nunca lhe ter dito, a si nada, inclusive sugeriu que o patrão a “excitava”, não pondo de lado um eventual encontro. Esse silencio, quando descoberta, é muito mais revelador e muito mais importante, do que a importância que você lhe está a atribuir, não eram só uma mensagens inocentes….
A história do “se eu estou contigo é porque te amo”, também não cola, uma vez que há muito boa gente, que não prescinde do melhor de dois mundos, tem alguém jovem e que lhe vai garantir a educação das crias em casa, no futuro, enquanto vai usufruindo de outras regalias (dinheiro, poder, estatuto, ou simples diversão), com uma outra pessoa. Isto é muito visto nos locais de trabalho.
Isso do amor é uma construção do romantismo, com este fulgor, atual, tem mais ou menos 300 Anos. Para trás, os relacionamentos de cariz sexual, entre homens e mulheres eram norteados por outras perspetivas, do género: “Este/esta vai-me ajudar criar os filhos, tem dinheiro”, “aquele/aquela tem um bom gene” etc. Um homem não pensa da mesma forma que uma mulher e no que diz respeito a estas situações, então muito menos. Elas entram com fatores, na equação, que nós nem sequer sabemos que existem e vice-versa.
Mas vamos ao que interessa, por mim era já “partir a loiça toda”, com a mulher dele a saber e tudo, ele não se havia de se ficar a rir e naturalmente, claro o divórcio.
No entanto você tem que ponderar a situação do seu filho, ele é o mais importante de tudo.
Pelo menos, pelo menos (escrevi duas vezes), se não considerar o divórcio, exigia que ela abandonasse o emprego e que nunca, mas nunca mais falasse com ele. Vamos lá ver se ela gosta tanto de si, assim. Caso contrário era o fim. Sim eu sei o dinheiro é preciso, não será fácil arranjar outro emprego, blá, blá, blá, mas a sua estabilidade emocional também é importante, não se anule, não se aninhe, mostre, a si mesmo, que você é importante.
Quer despoletar a situação? Chega ao emprego dela e arma uma grande peixeirada e pois de incendiar tudo, já fica a saber o que é que vai sobrar, o que é importante e por aí fora, fico-me por aqui, boa sorte.
Boas... sinceramente segue a tua vida... não te vou dizer que não vai custar... que não vais chorar, mas acredita que passado algum tempo vais ver que foi a melhor opção. Não podemos deixar as coisas arrastar... o tempo também ajuda a curar, depois vais te encontrar, e vais evoluir como pessoa e quando deres contas estás feliz, independentemente se estás com alguém ou não. Vive a vida, já se viu que não te dá o devido valor, resolve da melhor maneira. Não vale a pena culpares alguém, ou a tua namorada, ou o patrão ou outra coisa qualquer. Chegou ao fim, descobriste, agora segue em frente, fizeste tudo que tinhas para fazer. Fica em paz, é o melhor. Não ganhas nada em dizer ao mundo todo que ela fez isto é aquilo... sim, deves estar com raiva, mas aproveita o tempo que vais estar sozinho para investires em ti e seres feliz. Espero ter ajudado com a minha opinião.
Membro desde: 24.06.2022