O meu filho rejeita o meu namorado | Page 2 | A Nossa Vida
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Retrato de SweetBlonde
Sex, 26/10/2012 - 11:41
SweetBlonde:
Membro desde: 02.08.2012

Viviane.rafael wrote: Fui ler o teu topico no de mae para mae e fiquei com lagrimas nos olhos ao ler o que sentes, veio-me uma sensaçao de arrependimento e do que devo ter feito a minha mae sofrer. Ja nao tenho 14 anos, mas ja passei por eles e posso dizer que nao sei mesmo como a minha mae aguentou tudo, mas tudo tem uma justificaçao, nao é so pela idade.

Eu ate os meus 12 anos era a filha querida do pai, adorava andar com ele para todo o lado e amava meu pai (e minha mae tambem), a noite quando me iam dar um beijo eu chorava a pedir para nunca envelhecerem.

Chegou a epoca da rebeldia como em todos, atençao que ate ai a problematica era a minha irma. Posso dizer que foi muita influencia de amigos que tinha e tambem de acontecimentos que foram ocorrendo. Como nao tinha uma ligaçao muito forte com minha mae, nunca contei lhe nada, nunca quiz desabafar com ela e explicar o porque que tinha mudado e pedir ajuda a ela, com meu pai senti vergonha.
Depois era o factor amigos, tinha uma amiga que com aquela idade os pais eram super liberais, e os meus nao, entao revoltei-me completamente, com o passar dos meses fugia de casa so porque meus pais nao me deixavam ir ao cafe (tinha 13 anos, aonde cabia na cabeça de alguem fugir nessa idade, porque nao podia ir ao cafe) quando era encontrada via o desespero da minha mae a chorar e o meu pai muito magoado mas aliviado. Ate que começei a ter outras companias, pessoas que ja nao estudavam e claro que meus pais nunca aprovariam eu ser amiga deles, entao ja nem ia as aulas e ficava na casa de alguem a fumar e beber, e saia de casa de manha para ir para a escola. Eu mal via meus pais e falava com eles, nem sabia que devido as inumeras discuçoes por minha casua ja estavam a inicio de divorcio, meu pai proibia-me de sair e minha mae por traz permitia por eu fazer chatagem psicologica. Ate que um dia a minha mae chegou ao pe de mim e disse "para o mes que vem vais para o Brasil viver com a tua tia" claro que nao queria, ia perder meus amigos que nao eram amigos, ia para um pais viver com alguem que nao eram meus pais.
Promessa cumprida e fui para la viver, la a minha vida mudou completamente, no inicio foi a revolta de estar contrariada, outro foi viver com primos que mexiam em tudo que era meu, ja nao tinha privacidade. Cheguei a pegar-me a porrada com a minha tia, ate que puseram me numa psicologa e posso dizer que foi a melhor coisa da minha vida, ela ajudou me a ultrapassar a rebeldia da adolescencia e a encontrar justificaçoes para o que me tinha acontecido! La encontrei me estudava, trabalhava na loja da minha tia e ainda praticava o desporto pelo qual criei uma paixao e fez encontrar o meu estado zen.

Quando regressei a portugal posso dizer que tinha perdido quase os meus pais, devido as discuçoes que tinham como casal, acabaram por se separar e cada um vivia no seu canto, meu pai ja tinha uma namorada e minha mae um namorado. Continuei a viver na casa deles, mas sozinha, com 16 anos cresci sozinha a acatar com as consequencias dos meus actos passados.

Hoje vejo a minha mae uma vez por semana ou de duas em duas semanas, e so vejo o meu pai mais vezes por trabalhar ao lado da casa dele, porque fiquei quase um ano sem falar com ele. Magoa-me muito o que eu fiz, de certa maneira destrui um casamento e custa me imenso ja nao ter o meu pai que era a pessoa que eu mais amava no mundo.

Sofia,

Desculpa estar a invadir o teu tópico mas é só para responder à Viviane e em parte também podes aprender algo com isto.

Viviane, não sabes a culpa que sinto ao pensar que se calhar a minha filha é assim pela forma omo eu a tenho tratado. Uma mãe questionou se eu lhe disse as vezes suficientes que a amava, que tinha orgulho nela. Eu penso que sim mas como osu impulsiva e não tenho andado muito bem psicologicamente começo a pensar que ela é assim porque eu ralho com ela mas temos de lhes pôr um travão, não?

Por exemplo, amanhã ela que ir ao cinema com os amigos (rapazes e raparigas) e almoçar no centro comercial. Por mim tudo bem, ela tem andado atinada, mais calma. Disse-lhe que pedisse ao pai também. O pai autorizou. A "discussão" hoje de manhã foi porque queria ir ao jantar em vez de ao almoço e eu a explicar que não dava porque já tinha coisas combinadas para depois do jantar e que nao dava jeito nenhum ir para a outra banda e depois ir para Cascais buscá-la, quando moro em Lisboa! Mas pronto, lá amuou e resmungou e fez caretas. Às tantas disse-lhe vê lá se combinas as coisas de modo a não me dares cabo do dia, senão, não vais!

Há dias assim! Tenho chorado muitas lágrimas.

Aliás, comoveu-me ver o que a Sofia tem passado com o filho.

Eles pura e simplesmente pensam que são o centro do mundo e que tudo gira à volta deles. Mas não é, nem pode ser assim!

EDITEI só para te dizer (Viviane) para não te recriminares, os teus pais separam-se porque tinha de ser, podes ter influenciado mas não deves ter sido o motivo principal. Quando isso aconetece há sempre culpa de ambos os lados. O importante é que tu percebeste que tinhas de mudar de comportamento e mudaste. É como eu digo à minha filha. A vida vai-se encarregar de te mudar.

Beijos às duas

Sweet Blonde

Retrato de Viviane.rafael
Sex, 26/10/2012 - 13:12
Viviane.rafael:
Membro desde: 21.11.2009

Ela vai crescer e vai e arrepender. Isso de dizeres ou nao vezes suficientes que a amas acho que nao quer dizer nada, amar nao é so dizer, é demonstrar, se sempre demonstras-te que a amavas nem que com pequenos gestos ela vai sentir isso, mas agora nesta flor da idade que esta a descobrir tudo, um mundo que antes para ela nao isistia, é nesta altura que ela descobre as drogas, a bebida, o tabaco, é dificil ela assimilar tudo, perceber que nem todos sao bons, o que é errado e nao. Isso faz parte e com o evoluir da geraçoes eles tornam-se mais rebeldes pelas facilidades que os pais agora dao.

É complicado ela conhecer este mundo e nao saber o que pode dizer aos pais por saber que vai ser criticada. Como ira dizer a mae que o colega fuma e que quer esperimentar, é do direito dela querer ou nao esperimentar isso, entao claro que em pequenas duvidas ela se feche no seu mundo, mas isso é so ate ela se encontrar e saber que os pais so lhe querem o bem.

As vezes a ajuda de um psccologo ajuda e por mao nela tambem. O pior castigo que os meus pais me deram foi por me num centro de estudos, onde iam me buscar e levar, achei tao injusto essa atitude... Mas so fizeram o melhor para mim e fez-me acalmar um pouco. Mas pouco tempo mesmo... Depois era quando me desafiavam, no centro de estudos uma vez disseram-me "este ano nao passas, nao consegues mesmo" achei uma afronta e estudei tanto so para passar e calar, pois pelas faltas que tinha dado tinha perdido muita manteria, mas pronto o acordo com a minha mae era, se eu passasse saia do centro!

Retrato de DMRS
Sex, 26/10/2012 - 22:27
DMRS:
Membro desde: 24.08.2009

Sofia

já te foi dito muita coisa de importante.

Aquilo que eu acho é que para além de teres que te impor.

Se cederes uma vez, está preparada para teres que ceder sempre pois o nível das "asneiras" vão escalando até que ele obtenha o que quer (como as crianças que estão habituadas a que cedam perante birras)

Acho que a terapia familiar poderia ajudar: podem ter criado rotinas e esquemas de socialização que agora não permitem ao teu filho ver o quão bom é esta relação; não sei se na anterior relação houve situações de violencia (fisica ou psicologica) ou que o teu filho tenha experienciado como tal e que agora tenha receio que tornem a ocorrer; também pode ter a ver com a relação estabelecida com o seu filho quando viviam somente os 2 (p.ex se partilhavam a cama, se viam filmes juntinhos só os 2) e que o façam sentir que isso lhe foi roubado... No entanto, isto são coisas que seriam pertinentes serem avaliadas por um profissional e que podem estar no cerne da questão

No entanto, para além disto, acho que seria importante que o seu namorado tentasse ter uma conversa com ele (mesmo que ele finja que não houve) dizendo-lhe que a ama, que pretende fazê-los felizes; que quer fazer parte da família dele, que até o "curte" e que ele parece ser um miúdo fixe e que gostava de o desafiar a conhecê-lo etc. (ou seja, abrir-lhe o coração e pedir-lhe uma hipótese dizendo-lhe que não pretende tirar o lugar dele mas ter um novo na vossa família).
Pode também ser útil e ajudar se tiverem algo em comum (gostar de um jogo, de um desporto, etc) e tentarem conhecerem-se melhor/criar uma relação a partir daí.

De resto, em casa para tentar impor limites é necessário que o filho saiba o que tem que fazer (ele até pode saber mas fazer-lhe, p.ex, uma lista das regras e das consequências caso não as cumpra) obviamente que terá que as fazer valer. Nenhuma ameaça vale a pena quando não se está disposto a cumpri-la! pois isso só irá fazer com que haja mais desrespeito.

Falando em desrespeito - é muito importante que mostre ao seu filho que não tolera as faltas de respeito nem para consigo nem para com o seu namorado. Não por ele ser seu namorado mas porque é uma pessoa e ele deve respeitar a todos. Deve fazer-lhe ver que há formas de se exprimir e de dar a sua opinião sem passar para esse campo. Se quer ser ouvido como um adulto convém que se porte como um.

ps: Em relação a ele dizer que antes a Sofia era mais feliz: explique-lhe. Diga-lhe que você é a mãe e que nunca o iria querer pressionar com os seus sentimentos mas a realidade é que sentia falta dum companheiro.
Diga-lhe que é maravilhoso ter um filho mas que há coisas para as quais precisamos de outras pessoas para nos ouvir, da mesma forma que ele, apesar de a adorar, não lhe conta tudo e precisa dos amigos para o ouvirem. Diga-lhe que sabe isso e que o entende e que gostaria que ele fosse um homem e também entendesse que o ama mas que também ama o seu companheiro e que somente é feliz com os 2.

*isto pode ou não ajudar... mas pode ser um ponto de partida*