Boa noite,
Não sou muito de me expressar em fóruns, mas vou tentar ser breve, preciso de desabafar e talvez ler algumas opiniões.
Sou casada à 14 anos, mas desde que tive um aborto às 20 semanas de gravidez, a vida de casal começou a mudar. Não sei se os homens sentem as perdas de maneira diferente, mas a verdade é que não senti nenhum apoio da parte de meu marido. Isto aconteceu há cerca de 5 anos. Confesso que me senti sozinha, incompreendida e sem qualquer apoio da parte dele, mas o tempo foi passando e eu aprendi a viver com esta dor e perda, e acabei por perdoar / esquecer a falta de apoio.
Há cerca de 3 anos meu marido começou a abusar no álcool, ele sempre gostou de beber, mas só o fazia nos jantares de família e amigos. Mas destes anos para cá, começou a fazê-lo ao fim de semana e acabava por sair com os amigos para as noitadas e chegava a casa num estado deplorável.
Já tive imensas conversas com ele sobre essa situação e ele não admite que estava e está viciado. No decorrer deste período já consegui que fosse a 3 médicos especialistas na área e, apesar de lhe dizerem que realmente tem o vicio do álcool, continua com a mesma postura, que não é viciado e se consegue controlar. Claro, que durante este espaço de tempo o consumo passou a ser diário. E por enquanto só começa a beber depois de terminar o trabalho.
Já lhe pedi o divórcio, conversei com ele com calma e enquanto estava sóbrio, mas não aceitou. Entretanto,o nosso filho, de 12 anos, já se apercebeu que o pai abusa no álcool, e já me disse que quer viver a maior parte do tempo comigo. O pai diz que caso nos divorciemos quer guarda partilhada, diz que o nosso filho ainda não tem idade para decidir.
Eu sei que o pai tem direito, tanto quanto a mãe, a estar com o filho, seria o correcto a fazer em circunstâncias normais, mas o meu filho não quer e a verdade é que tenho medo de o deixar sozinho com o pai.
Estou neste dilema, ainda não consegui avançar com o divórcio, pois não quero ver nenhum dos dois a sofrer...
Desculpem estar a insistir, mas sinto-me muito ansiosa, angustiada e deprimida.
Esta situação está a acabar comigo. Ele todos os dias bebe e eu não suporto mais esta situação.
Já lhe pedi o divórcio, mas meu filho não que ficar com ele, não sei que fazer. Já tentei negociar a guarda partilhada, mas ele não cede, diz que o filho não tem poder de decisão e que terá de ser uma semana para cada lado. Não quero ver meu filho sofrer...
Alguém já passou por situação semelhante? Sendo o pai alcoólico, não será possível chegarmos a acordo em relação à guarda de uma criança com 12 anos?
Há alguém ou algum advogado (a) no fórum que me possa ajudar?
Obrigada por me lerem...
Olá,
O primeiro passo para a recuperação é o seu marido admitir que tem um problema, o que não acontece.
Não é obrigada a viver esse inferno. Sendo alcoólico acho difícil um juiz dar a guarda partilhada, pois se não consegue tomar conta dele próprio, não vai conseguir tomar conta do filho. Tem é que provar em tribunal que ele é alcoólico, não deve ser difícil visto já ter ido a vários médicos. O facto do filho não ter idade para decidir, não quer dizer que não tenha uma opinião sobre o assunto...
Deixo-lhe aqui um site de mães, em que já houve vários tópicos sobre separações complicadas. Escreva lá e com certeza que alguém a vai ajudar.
De qualquer forma sugiro que contacte um advogado.
https://www.demaeparamae.pt/forum/familia
Membro desde: 16.08.2023