História do café
O café é, atualmente, uma das bebidas mais consumidas e apreciadas em todo o mundo. Conheça a história do café e saiba o porquê desta bebida ser um verdadeiro sucesso comercial e um fator de união entre vários povos.
As origens do café
O café começou a ser consumido em meados do século IX nas terras altas da Etiópia, no continente africano, e esse é um hábito que ainda hoje se mantém atual.
Segundo uma das lendas mais antigas, a descoberta dos efeitos estimulantes do café está relacionada com a história de um pastor de cabras. Ele observou que os seus animais ficavam particularmente ativos depois de comerem um determinado tipo de folhas e bagas vermelhas. Não resistindo à curiosidade, ele próprio comeu os frutos vermelhos que se encontravam nos arbustos e começou a sentir-se com uma maior vivacidade e energia. Ao saber do sucedido, um monge da região realizou uma infusão de frutos vermelhos com o intuito de resistir ao sono enquanto orava. O sucesso desta medida foi evidente e isso fez com que o café fosse considerado uma oferta de Deus, pois ajudava as pessoas a manterem-se acordadas.
A importância do café no Oriente
O conhecimento dos efeitos poderosos do café espalhou-se rapidamente e, durante os séculos XV e XVI, passou a ser consumido no Oriente.
A sua implementação não foi pacífica, uma vez que, segundo algumas pessoas, as propriedades do café eram contrárias às leis do profeta Maomé. Contudo, o sabor único e requintado do café conseguiu vencer rapidamente essas barreiras e convenceu o paladar dos doutores maometanos mais ríspidos. O café passava a ser considerado uma bebida benéfica para a saúde que auxiliava o processo digestivo, afastava o sono e alegrava o espírito.
Um dos tipos de café que era produzido na época e que ainda hoje é um dos mais conhecidos é o Arábica, que tem uma quantidade mínima de cafeína, um aroma intenso e um sabor suave.
O café passou a ser carinhosamente tratado como o “vinho do Islão” (o vinho normal era estritamente proibido para a religião muçulmana) e foi apelidado de "Kahwah" ou "Cahue", que em árabe significa "força". Passou a ser considerada a bebida de eleição de todos os árabes e desempenhou um papel muito importante no mundo muçulmano e no auxílio da realização das tarefas diárias das suas populações.
Porém, o sabor refinado do café ultrapassou as fronteiras do Oriente e depressa se estendeu a todo o mundo.
A difusão do café
No século XVII, o comércio realizado através da rota das especiarias, permitiu que os comerciantes venezianos introduzissem um novo produto na Europa Ocidental: o café. No entanto, a afirmação europeia deste produto revolucionário foi de difícil aceitação. O facto de ser considerada uma bebida muçulmana fez com que existisse uma resistência enorme por parte de todos os cristãos. Essa dificuldade foi ultrapassada com a intervenção do Papa Clemente VIII que aprovou o café como bebida, o que permitiu que o seu consumo fosse autorizado.
A partir daqui, o café passou definitivamente a fazer parte dos hábitos europeus, sendo que, em pouco tempo, se assistiu à fixação das lojas de café na Europa. Este é um período em que se assiste ao aparecimento de diversas casas de café que ficaram mundialmente conhecidas, como por exemplo: o Café Nicola, em Lisboa, onde se encontravam vários políticos e escritores; o Virginia Coffee House, em Londres e o Café de La Régence em Paris, onde se reuniam nomes famosos como Rousseau, Voltaire, Richelieu e Diderot.
Desde então que a procura de café não mais parou e isso possibilitou que a sua produção fosse realizada fora do seu local de origem. No século XVIII, os holandeses introduziram a cultura do café nas suas colónias e graças ao dinamismo do seu comércio marítimo, executado pela Companhia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, nos Estados Unidos da América. Desde então, o negócio do café começou a desenvolver-se de tal forma que se tornou ao longo dos anos como a mais importante fonte de receitas de muitos países, como por exemplo do Brasil.
Atualmente, o café impulsiona o comércio mundial, dado que é o segundo produto de consumo mais comercializado no mundo (o petróleo é o primeiro) e isso acontece porque esta é uma indústria que gera e rende milhares de euros/reais todos os anos.
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