
Ecoturismo: passear de mãos dadas com a natureza
Mesmo nos momentos de lazer, exige-se, cada vez mais, um olhar atento e uma pegada mais verde e o sector do turismo não é exceção. Aliás, foi justamente dentro do âmbito da consciência ambiental que surgiu o chamado ecoturismo. Aliando as componentes ambiental, ecológica, económica e turística, esta solução de turismo amigo do ambiente, adequado à realidade dos dias de hoje, tem ganho cada vez mais adeptos.
Em que consiste o ecoturismo?
Já não é segredo para ninguém que a situação do planeta terra tem vindo a agravar-se cada vez mais e, sobretudo, de modo bastante mais célere do que havia sido previsto. Os recursos naturais estão a esgotar-se e boa parte da biodiversidade, em todo mundo, está em risco de extinção. O cenário advinha-se grave e, por isso mesmo, tem vindo a afetar praticamente todas as áreas sociais e comerciais. Ou não fosse a saúde do planetaum assunto que importa a todos e sobre o qual cada um de nós tem uma quota-parte de responsabilidade. Naturalmente, o turismo não é exceção. Antes pelo contrário, este pode apresentar-se como um setor chave nas questões de preservação do ambiente.
O ecoturismo, também conhecido como turismo ambiental ou turismo ecológico, nada mais é do que uma vertente de turismo desenvolvida em espaços naturais, buscando aliar, de forma adequada, vários fatores relevantes. O objetivo é descobrir locais onde seja possível uma interação plena e ecológica com o meio ambiente, os animais e as plantas, assim como com o património histórico, ambiental e cultural da região visitada. Igualmente relevante para quem pratica este tipo de turismo é o respeito pela população nativa do local escolhido e pelos recursos que possuem. O ecoturista procura sempre uma experiência única e exclusiva que lhe permita explorar a natureza, a história, a cultura e os costumes, de forma adequada e sem interferir negativamente com nenhum destes aspetos. Acima de tudo, o ecoturista respeita, aceita e promove a manutenção destes espaços verdes.
A origem
O conceito de ecoturismo começou a ser utilizado na década de oitenta, do século XX. Numa primeira fase, aludia às viagens feitas por estudiosos que procuravam observar e analisar o meio ambiente. Só mais tarde o termo se oficializou, referindo-se à vertente turística que tinha por finalidade a promoção e organização de viagens e atividades para amantes da natureza.
Atividade em expansão
Seja pela consciencialização ambiental, seja pelo gosto em torno do mundo natural ou simplesmente pela vontade de criar uma relação mais próxima com o meio ambiente, o certo é que esta atividade tem despertado o interesse de cada vez mais adeptos em todo o mundo. O ecoturismo já se tornou efetivamente a vertente turística que regista o maior crescimento anual. Enquanto o chamado “turismo convencional” aumenta cerca de 7,5% por ano, o ecoturismo tem registado um crescimento entre 15 e 25%. Estima-se que o turismo ambiental seja já fonte de receitas mundiais superiores aos 260 bilhões de dólares. Além disso, a Organização Mundial de Turismo acredita que mais de 10% das pessoas que optam pelo turismo convencional pretendem, pelo menos um dia, praticar turismo ecológico.
Princípios básicos do ecoturismo
Os grandes princípios do ecoturismo resumem-se na célebre frase: “Da natureza nada se tira a não ser fotos, nada se deixa a não ser pegadas, nada se leva a não ser recordações”. A ideia é justamente alertar todos para aquilo que os ecoturistas seguem como regra básica das suas atividades. Um ecoturista é alguém que se preocupa vivamente com os problemas ambientais, com a biodiversidade e com a natureza, de uma forma geral. Por isso, pratica as suas atividades da forma mais verde possível, evitando poluir ou danificar os locais por onde passa e onde pernoita, assim como respeitando tudo e todos aqueles que o rodeiam.
Outro desafio que se coloca ao ecoturismo relaciona-se com um importante conceito para a atual sociedade: o desenvolvimento sustentável. Este segmento do sector turístico promove a ideia de que se devem usar somente os recursos que sejam estritamente necessários, de modo a evitar comprometer o futuro da humanidade. Assim sendo, devem gerar-se receitas aceitáveis, sem cobrar demasiado à natureza e ao planeta, promovendo assim o desenvolvimento das comunidades locais inseridas nas rotas do turismo. A ter em conta os dados acima apresentados, a ideia parece estar a resultar e promete ser capaz de manter ou até mesmo elevar os lucros do sector.
Atividades que se inserem na filosofia do ecoturismo
São muitas e bastante variadas as atividades que se inserem na filosofia do ecoturismo. Na verdade, o que determina se uma dada atividade pode ou não ser considerada como turismo ecológico não é tanto a atividade em si, mas o modo como os seus praticantes a executam, procurando minimizar ou eliminar o seu impacto na natureza.
Se está interessado em iniciar-se no ecoturismo, mas tem dúvidas sobre o fato de gostar ou não da experiência, comece por uma atividade mais leve ou que não implique pernoitar num determinado local. Se o saldo for positivo, avance posteriormente para outro tipo de modalidades. Qualquer uma das seguintes será uma boa escolha:
- Caminhadas
- Observação de ambientes naturais
- Percursos de bicicleta ou provas de BTT
- Asa delta, parapente ou paraquedismo
- Mergulho
- Desportos náuticos e fluviais
- Campismo
- Pernoitar num hotel ecológico
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