sinto-me mal comigo mesma | Page 2 | A Nossa Vida
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Retrato de Angel_Mine
Sáb, 01/10/2011 - 15:29
Angel_Mine:
Membro desde: 08.09.2011

Acabaste de admitir que estás doente. Isso é um passo muito importante na tua vida.

Alguém muito próximo de mim teve uma depressão que a fez "bater mesmo no fundo". Tentou suicidar-se. Sei o que custa passar por isso porque estive presente nessa fase da vida dessa pessoa. Claro que hoje em dia está melhor e (não se diz curada) estável.

Peço-te uma coisa... Fala abertamente com o teu namorado e ele TEM que te apoiar. Se não o fizer... Talvez não goste de ti verdadeiramente. Tens que arranjar forças onde nem sabes que existem e lutar. Pela tua vida e pela tua felicidade. Porque um dia mais tarde vais olhar para trás e sentir que és forte. Passaste por algo que poucas pessoas conseguem passar.
Vai ao médico. Nos dias em que não te apetecer sair (ou mesmo vestir), veste-te e sai. Apanha ar! SORRI para todas as pessoas que vires na rua. Mesmo que não as conheças. Diz "Bom Dia" a todas as pessoas que vires no supermercado ou no autocarro, mesmo que não as conheças.

Apoia-te em ti mesma e nas pessoas que te querem realmente bem!

Felicidades e Força.

Beijinho, Kiss

" Tenho Em Mim Todos Os Sonhos Do Mundo "

Retrato de angelam-silva
Sáb, 01/10/2011 - 17:42
angelam-silva:
Membro desde: 01.12.2010

Ola
Como te compreendo.
Infelizmente estou a tentar recuperar de uma depressão , e nao esta nada fácil.
Aqui no fórum vais encontrar muito apoio tal como eu , ajudou me e muito vir ca escrever sempre que me sentia mal , pois tens sempre alguém a te apoiar.
Em 1º deves procurar o mais breve possível um profissional para te ver e te ajudar.
Se realmente tiveres que tomar medicamentos não podes pensar que não queres tomar para não ficar viciada . muita gente consegue deixar , depende de caso para caso.Eu também por essa ideia de não querer tomar medicamentos deixei me ir ao fundo e agora esta a ser muito mais difícil para conseguir recuperar.O apoio da família , namorado e amigos é muito mas muito importante se não fossem eles não teria conseguido.
Deves falar com o teu namorado muito abertamente e lhe explicares que andas assim .Assim como deves falar com os teus pais e lhe explicar como te sentes.
Desejo te as melhoras e que tudo te corra pelo melhor , sempre que precisares estamos ca para o que for preciso.

Afilhada da Talim com muito orgulho
Afilhada do El_Lobo com muito orgulho

Retrato de angel.espiritualidade
Sáb, 01/10/2011 - 21:48
angel.espiritualidade:
Membro desde: 14.04.2011

Eu não acho que a Mariana esteja doente. Isso não invalida, obviamente, que peça a opinião dum médico. Mas parece-me que a Mariana sofre simplesmente de uma falta de sentido pragmático, e nesse aspecto dou razão ao seu namorado.

Eu, se estivesse desempregado, o primeiro gasto que cortaria seria nas saídas com amigos, e sobretudo nas cervejas e nos cafés. Os amigos devem compreender que estar desempregado é muito, muito difícil e que a pessoa não pode continuar com os mesmos hábitos, só para fingir a normalidade perante os outros. Em segundo lugar, agora que consegue ganhar 300 euros por mês, a situação tornou-se menos dramática, já fica com 200 euros por mês como dinheiro de bolso, não é assim tão mau quanto isso. Não estou a dizer que seja esta a situação ideal, mas o pior já passou. A partir de agora, basta continuar a tentar arranjar outro emprego melhor.

Retrato de Catarina Neves
Sáb, 01/10/2011 - 23:03
Catarina Neves:
Membro desde: 06.05.2008
Mariana_Lagos wrote:

Olá a todas

Pensei muito antes de colocar aqui este tópico, pois vai expor a minha vida de um modo que nunca expus a ninguém. Decidi postar, apesar de tudo.

O que se passa é o seguinte: Acho que estou com depressão, só não afirmo pois não fui ainda ao médico(já sei que se ele confirmar a minha depressão vai me dar anti depressivos e eu não quero ser viciada nessas drogras).
Digo isto pq desde há dois meses que todos os dias me sinto deprimida, desanimada, frustrada com a vida, com pouca vontade de fazer qualquer tipo de actividade. Dantes sorria a toda a hora e agora é muito difícil.

O que faz com que me sinta assim mal é o facto de ter estado quase um ano desempregada. A segurança social não me deu o subsídio de desemprego por morar com os meus pais, mesmo eles ganhando apenas 500 eur cada um( o meu pai 550 e a minha mãe 525). Eles disseram que eu se vivia com os meus pais tinha que ser sustentada por eles pois eles tinham rendimentos para isso. Os meus pais continuaram a exigir-me 100 euros por mês para pagar a minha comida e eu entendo-os pois eu já não tenho idade para eles me sustentarem, tenho 24 anos, mas com essa despesa dos 100 eur mais a gasolina que gastava para sair( uma vez que lá por tar desempregada não ia estar todos os dias em casa, sem conviver com amigos), mais as despesas de cafes e cervejas quando saia, fez-me ficar com a conta quase a zero. Não estourei, passei um ano sem comprar roupa e a maquilhagem que comprei foi da essence. Nessa altura, sem dinheiro e sem emprego estava a ficar desesperada. Depois arranjei um part time na minha área ( sou educadora de infância), mas pagam-me 300eur e ainda me mandam limpar as sanitas(não vou dizer o local pois é contra o código de ética profissional). Todos os dias envio curriculum para locais, vou às vezes aos locais e não consigo emprego. Sinto-me mal se tiver que ir trabalhar fora da minha área para o resto da vida.
Com isto tudo, deixei de ser a namorada alegre e brincalhona e passei a ser a namorada careta, sempre irritada e chateada e a queixar-me. Com isto o meu namorado está a ficar farto de mim, já mo disse, disse que eu exagero muito e que há de melhorar, mas não entende que eu estou doente, então começa a resmungar comigo por eu estar aborrecida, o que me faz chorar e sentir falho em tudo na vida.

Ele tem razão em estar farto, sou péssima companhia, mas não consigo sentir-me melhor e ele não ajuda pois está a ficar farto e irritado e diz que estar comigo deixou de ser bom e divertido.

Desculpem escrever muito.

... os antidepressivos não são nenhuma droga! São um medicamento que pode salvar-te a vida e devolver muita qualidade ao teu dia-a-dia!! (ao contrário das cervejas - bebida que até aprecio bastante!).

A pergunta é: queres ficar melhor? Queres dar a volta à situação? Procura um médico ou mesmo um psicólogo.

Não percebi a história de não te darem subsídeo de desemprego. Ou eu ando muito desatenta, ou alguma coisa aí não está bem!

Sugiro que pesquises no fórum, sobre este tema. Já foi amplamente discutido e, eventualmente, pode ajudar-te alguma coisa (o que não invalida a ida ao médico).

Retrato de cpc
Dom, 02/10/2011 - 00:30
cpc:
Membro desde: 21.04.2008

Concordo com a Catarina, que sabe muito bem o que diz. Procura ajuda médica e não te sintas mal por isso, eu deixei avançar muito a minha e nem sequer conseguia perceber o que se estava a passar comigo, passei uns meses complicados cheguei a sentir-me muito mal um dia, que pensava que ía morrer. Fui logo medicada com algo mais forte e já sei que durante os próximos 6 meses vão ser os meus melhores amigos e não me sinto mal, antes pelo contrário, encontrei uma saída. Se não fossem eles não tinha força para continuar. Mas procura um bom médico, eu fui desesperada ter com a minha médica de familia a dizer que já não aguentava mais, as lágrimas corriam e ela receitou-me valdispert, tomei não senti nada, deixei de tomar e tentei que passasse sozinho que se aquilo não fazia nada era porque o problema não vinha dali, até que comecei a piorar e tive que ir ás urgencias onde me disseram que valdispert se dava a crianças por isso não tinha sentido nada. Bestial.

Retrato de Yara2
Dom, 02/10/2011 - 04:26
Yara2:
Membro desde: 05.02.2008

Em 1º lugar, procura um médico para te fazer um diagnóstico mais concreto e veres qual é realmente a tua situação.
Se for mesmo uma depressão, não vejo porque nao queres tomar os medicamentos, se forem precisos.

Em 2º lugar, está qualquer coisa errada nessa história do subsídio de desemprego.
Se descontaste durante X tempo, os teus pais ate podiam ganhar 2000€ que tinhas direito ao subsidio de desemprego.
Qual o teu historial de descontos?

Tens de te informar a partir de quantos meses de descontos é que tens direito e se verificares que foste enganada voltas lá e eles têm de repor uma situação em que erraram...

Retrato de fatima silva
Dom, 02/10/2011 - 10:28
fatima silva:
Membro desde: 01.05.2007

Se fores ver os meus tópicos antigos vais ver que andei numa fase muito complicada, nada fazia sentido. Ao contrário de ti decidi ir ao psiquiatra e psicologa, també má medica de família, os dois primeiros meses foram complicados, não consegui ir trablhar, não tinha vontade para nada e se morresse para mim era um alívio. A minha família e o meu marido apoiaram-me sempre ( e para o meu mariodo era muito complicado entender o que eu estava a passar e já era a 3ª depressão que ele estava a passar comigo). Eu não melhorava e tive que aumentar a medicação e a pouco e pouca voltei a ser a Fátima que era, sempre bem disposta e que adora fazer sorrir os outros.
Neste momento continuo a tomar a medicação na mesma dosagem pois sei que ainda preciso pois no meu trabalho as coisas não ando fáceis e que preciso de estar forte para o que vier.
Eu sei que uma das razões para me levar á depressão é pensar muito nos que os outros estão a pensar de mim, querer agradar sempre a todos e muitas vezes sentir-me mal por ter feito algo por mim e ter dito não a alguem. Eu estou a tentar mudar essa maneira de ser e colocar-me a mim em primeiro lugar, fazer as coisas por mim e não pelos outros. Eu não quero voltar a passar pelo que passei, sentir-me um autêntico pedaço de caca, uma estorvo para toda gente.
O meu consellho é que vás ao medico e fales da tua situação e não tenhas medo da medicação, é como a Catarina Neves disse um vez, os diabéticos têm que tomar medicação para ter uma vida saudável, os depressivos tb têm...
Muita força e se precisares é só dizeres!!!! Smile
Bjs

Retrato de Mariana_Lagos
Seg, 03/10/2011 - 01:30
Mariana_Lagos:
Membro desde: 13.09.2011
Catarina Neves wrote:
Mariana_Lagos wrote:

Olá a todas

Pensei muito antes de colocar aqui este tópico, pois vai expor a minha vida de um modo que nunca expus a ninguém. Decidi postar, apesar de tudo.

O que se passa é o seguinte: Acho que estou com depressão, só não afirmo pois não fui ainda ao médico(já sei que se ele confirmar a minha depressão vai me dar anti depressivos e eu não quero ser viciada nessas drogras).
Digo isto pq desde há dois meses que todos os dias me sinto deprimida, desanimada, frustrada com a vida, com pouca vontade de fazer qualquer tipo de actividade. Dantes sorria a toda a hora e agora é muito difícil.

O que faz com que me sinta assim mal é o facto de ter estado quase um ano desempregada. A segurança social não me deu o subsídio de desemprego por morar com os meus pais, mesmo eles ganhando apenas 500 eur cada um( o meu pai 550 e a minha mãe 525). Eles disseram que eu se vivia com os meus pais tinha que ser sustentada por eles pois eles tinham rendimentos para isso. Os meus pais continuaram a exigir-me 100 euros por mês para pagar a minha comida e eu entendo-os pois eu já não tenho idade para eles me sustentarem, tenho 24 anos, mas com essa despesa dos 100 eur mais a gasolina que gastava para sair( uma vez que lá por tar desempregada não ia estar todos os dias em casa, sem conviver com amigos), mais as despesas de cafes e cervejas quando saia, fez-me ficar com a conta quase a zero. Não estourei, passei um ano sem comprar roupa e a maquilhagem que comprei foi da essence. Nessa altura, sem dinheiro e sem emprego estava a ficar desesperada. Depois arranjei um part time na minha área ( sou educadora de infância), mas pagam-me 300eur e ainda me mandam limpar as sanitas(não vou dizer o local pois é contra o código de ética profissional). Todos os dias envio curriculum para locais, vou às vezes aos locais e não consigo emprego. Sinto-me mal se tiver que ir trabalhar fora da minha área para o resto da vida.
Com isto tudo, deixei de ser a namorada alegre e brincalhona e passei a ser a namorada careta, sempre irritada e chateada e a queixar-me. Com isto o meu namorado está a ficar farto de mim, já mo disse, disse que eu exagero muito e que há de melhorar, mas não entende que eu estou doente, então começa a resmungar comigo por eu estar aborrecida, o que me faz chorar e sentir falho em tudo na vida.

Ele tem razão em estar farto, sou péssima companhia, mas não consigo sentir-me melhor e ele não ajuda pois está a ficar farto e irritado e diz que estar comigo deixou de ser bom e divertido.

Desculpem escrever muito.

... os antidepressivos não são nenhuma droga! São um medicamento que pode salvar-te a vida e devolver muita qualidade ao teu dia-a-dia!! (ao contrário das cervejas - bebida que até aprecio bastante!).

A pergunta é: queres ficar melhor? Queres dar a volta à situação? Procura um médico ou mesmo um psicólogo.

Não percebi a história de não te darem subsídeo de desemprego. Ou eu ando muito desatenta, ou alguma coisa aí não está bem!

Sugiro que pesquises no fórum, sobre este tema. Já foi amplamente discutido e, eventualmente, pode ajudar-te alguma coisa (o que não invalida a ida ao médico).

Olá Catarina, obrigada pelo comentário. A minha aversão aos antidepressivos tem um motivo. A minha mãe esteve com uma depressão grande quando perdeu um bébé. Andou a tomar anti depressivos mas dizia todos os dias que era errado tomá-los, que eram uma droga, que temos que vencer as coisas sem esses medicamentos. De um dia para o outro, resolveu fazer o desmame, sem consultar o médico, o que é gravíssimo. Na altura não lhe disse nada pois ainda era novinha e não percebia tanto da vida. O que lhe aconteceu é que teve uma ressaca enorme, tal qual os drogados. Passou dois dias de cama a gritar e a transpirar e a dizer que se sentia mal, eu fiquei aterrorizada com aquilo. Eu sei que os médicos fazem o desmame gradual para evitar isso, mas aquilo chocou-me. É escusado dizer que quando largou os anti depressivos ficou pior e passava os dias a chorar agarrada a roupas de bebé e acho que ficou com tendências suicídas pois passava a vida a dizer que preferia não ter nascido e que não valia a pena viver.Com o tempo e muito apoio do meu pai melhorou e curou-se depois passou anos a dizer-me para curar os desgostos com força interior e nunca com drogas e que se as usasse que fosse por pouquissimo tempo.

Quanto ao subsídio de desemprego, para ter tinha que ter trabalhado 450 dias consecutivos, mas eu apenas tinha trabalhado 11 meses, que dá mais ao menos 330dias. Requeri o subsídio social de desemprego, fiz a prova de recursos e não me foi atribuído pois o Sócrates acha que os pais têm que sustentar os filhos, tenham eles a idade que tenham, mas nem todos os pais o fazem, pois não têm essa obrigação. Eles fazem as contas aos rendimentos e se der 316 eur por pessoa(não contam as despesas) não atribuem o subsídio social. O país está em crise e resolvem assim.

Vou ler os tópicos que me sugeriste. Com o meu namorado está tudo cada vez pior, ele diz que as pessoas que têm depressão estão assim porque querem, porque decidem sentirem-se assim. Ele diz que eu estou assim porque quero, porque invento motivos para me sentir mal, que não passo fome, não tenho motivos para andar assim tão em baixo. Pôs se a dizer que se estivesse em África a fugir à guerra e sem nada para comer e sem família, aí tinha motivos para estar assim triste. Já não nos damos bem pois ele não me entende e com isto ainda vou é perder a relação. Eu falei em ir ao médico e ele disse: queres ser drogada, força!

Sad

Retrato de _Marta_
Seg, 03/10/2011 - 01:54
_Marta_:
Membro desde: 08.12.2008
Mariana_Lagos wrote:

Com o meu namorado está tudo cada vez pior, ele diz que as pessoas que têm depressão estão assim porque querem, porque decidem sentirem-se assim. Ele diz que eu estou assim porque quero, porque invento motivos para me sentir mal, que não passo fome, não tenho motivos para andar assim tão em baixo. Pôs se a dizer que se estivesse em África a fugir à guerra e sem nada para comer e sem família, aí tinha motivos para estar assim triste. Já não nos damos bem pois ele não me entende e com isto ainda vou é perder a relação. Eu falei em ir ao médico e ele disse: queres ser drogada, força!

:(

O que o teu namorado ainda não entendeu (e não te preocupes que não é o único no mundo a não entender) é que a depressão é uma DOENÇA. Uma coisa são estados depressivos (que toda a gente tem): um dia não, um dia em que olhamos as coisas de uma forma mais negativista e até aqui é pacífico. Outra coisa é uma doença: ninguém escolhe estar doente. E da mesma maneira que algumas pessoas têm maiores ou menores predisposições para terem uma gripe, por exemplo, também existem pessoas mais ou menos predispostas para terem depressão: desde factores genéticos, a factores ambientais, passando até pela resiliência pessoal. Ninguém escolhe ter uma gripe, mas toda a gente se preocupa em curá-la: não interessa se temos de "emborcar" uma embalagem de Antigripes, paracetamol e ibuprofeno, por exemplo. Ninguém questiona a insulina dos diabéticos, o comprimido diário dos cardíacos ou até a pílula, mas toda a gente questiona os antidepressivos, como se fossem bichos papões que raptam criancinhas que não comem a sopa. E, sinceramente, não entendo esta resistência aos antidepressivos e às doenças de foro psicológico/psiquiátrico.
A comparação que o teu namorado faz é normal fazerem-na; no entanto, é completamente desajustada à realidade. Cada povo, cada pessoa, manifesta preocupações relativamente ao meio onde se insere. Obviamente que as pessoas em África preocupa-se com aquilo que Maslow define, na pirâmide humana das necessidades, o nível um: o da sobrevivência. Nós, que já temos isso assegurado, preocupamo-nos com níveis posteriores. Nem sequer é correcto fazer tal comparação. Vou até mais longe: aquilo que para mim pode ser um motivo para não dormir e para me preocupar e até mesmo para desencadear uma depressão pode ser algo que, para o meu vizinho do lado, não lhe diz rigorosamente nada. Isto apenas para ilustrar que até para pessoas que vivem no mesmo ambiente e com o mesmo tipo de necessidades, os problemas são diferentes, bem como a forma como os encaram.
Queres um conselho? Vai ao médico, não ligues ao que ele te diz. Os antidepressivos podem-te salvar a vida, tens noção disso? E não, não tem de acontecer o mesmo que aconteceu à tua mãe, até porque sabes porque é que aconteceu e vais fazer as coisas correctamente. Se achares por bem, consulta também um psicólogo.
As pessoas comentam muito, mas a vida é tua! Wink

Retrato de angel.espiritualidade
Qua, 05/10/2011 - 17:18
angel.espiritualidade:
Membro desde: 14.04.2011
_Marta_ wrote:

Ninguém questiona a insulina dos diabéticos, o comprimido diário dos cardíacos ou até a pílula, mas toda a gente questiona os antidepressivos, como se fossem bichos papões que raptam criancinhas que não comem a sopa. E, sinceramente, não entendo esta resistência aos antidepressivos e às doenças de foro psicológico/psiquiátrico.

De facto, é fácil de observar que os espíritos acendem-se imediatamente que se começa a comentar sobre antidepressívos. Creio que há explicações objectivas para este fenómeno. Pensemos no seguinte. Hoje em dia, doenças como a diabetes ou doenças do coração são relativamente fáceis de detectar. Emfim, talvez "fácil" não seja a palavra mais certa, mas os mecanismos de detecção dessas doenças são de natureza tecnológia. Em forte contraste, para detectar uma depressão, ou para decidir se determinados simptómas representam uma depressão, não é possível usar uma máquina nem uma análise química. Tem que ser o próprio médico a avaliar, com base na sua experiência profissional, se um início duma depressão deve ser tratado já com métodos químicos ou deve ser encaminhado para um psicólogo ou deve meramente ser mantido em observação. É tudo muito mais subjectivo, e essa subjectividade é propícia para acender qualquer discussão.

Os próprios mecanismos de actuação dos respectivos medicamentos são muito melhor compreendidos no primeiro caso (diabetes, doenças de coração, etc) do que no segundo caso (depressão).

Verdade seja dita, ambas as "partes" mostram por vezes algum fundamentalismo. Trago como exemplo a seguinte citação de
http://anossavida.pt/forum/viver-com-depressao-and-deal-with-it

Silvia Duarte wrote:

Eu tomo porque o MEU médico assim o recomendou e prescreveu e sim,FAZ MUITO BEM ao meu organismo,só eu e a inha familia sabemos como fico se não tomar o abençoado cipralex diário.

Não me lembro de ter visto neste fórum um diabético ou um doente coronário a defender a sua medicação com tanta fervura, nem a mostrar tanto carinho quando menciona o nome do medicamento que toma ...

Retrato de _Marta_
Qua, 05/10/2011 - 17:38
_Marta_:
Membro desde: 08.12.2008

Já discuti e defendi a minha posição em vários tópicos sobre o assunto. Não é uma opinião meramente pessoal, mas também técnica, e em parte alguma sou fundamentalista. SE o médico decide que é necessário medicação, não acho que deva haver resistência seja de que ordem for à toma dessa medicação. É giro de ver (NOT!!) como as pessoas só questionam a medicação em doenças de foro psicológico/psiquiátrico.

Retrato de angel.espiritualidade
Qui, 13/10/2011 - 22:36
angel.espiritualidade:
Membro desde: 14.04.2011

As soluções dos nossos problemas não se encontram nas farmácias. É este o título da entrevisa concedida ao diário Destak por Álvaro Carvalho, Coordenador Nacional para a Saúde Mental. O psiquiatra admite que há um excessivo consumo de antidepressivos e ansiolíticos. Passo a citá-lo: "É preciso estudar mais a fundo o porquê desta situação, saber, por exemplo, se a classe médica está a receitar demasiados antidepressivos (como acontece também com os antibióticos), mas inclino-me para pensar que a forma de organização social portuguesa, que nos tem tirado autonomia, e nos tem tornado muito imediatistas, é em parte responsável por esta situação, de ansiedade/insatisfação permanente, que procuramos neutralizar magicamente em vez de pararmos para pensar nas causas."
http://www.destak.pt/artigo/99513-as-solucoes-dos-nossos-problemas-nao-s...

Retrato de andreia1980
Sex, 14/10/2011 - 09:17
andreia1980:
Membro desde: 05.01.2010

Olá...

Resolvi participar neste tópico porque de momento encontro-me em situação de depressão, depressão essa, que eu já sabia que a tinha há muito tempo por variados factores, mas na passada 6ª feira as coisas pioraram muito ao ponto de me levar ao hospital e aí fui vista por um psiquiatra que me medicou, neste momento estou a antidepressivos e XANAX em dose tripla!

Tenho muito sono, falta de energia, agilidade, falta de vontade de fazer o que seja - compreendo-te! Mas também é certo que não nos podemos deixar abater 100% e lutar para melhorar.

No meu caso eu fiquei assim com o fim duma relação de 7 anos, da qual passaram 5 anos e não me "curei", falta-me apoio familiar ao nível emocional, como por ex: um abraço da minha mãe que eu tanto desejo e sinto falta, e pelo facto de morar sozinha, que também não ajuda, pensa-se em muita coisa (má)...

Mas o importante é admitirmos que não estamos bem e partir para a cura - física, mental e espiritual. Não é fácil, mas uma coisa a seu tempo.

Desejo-te as melhoras, e quando quiseres falar, estou por "aqui".

Bjinhos

Retrato de Mariana_Lagos
Seg, 17/10/2011 - 02:37
Mariana_Lagos:
Membro desde: 13.09.2011

Obrigada Andreia, desejo-te muito apoio e felicidades.

Fui ao médico de família, mas ainda não contei a ninguém da minha família. Ele receitou-me uns comprimidos, mas ainda não os fui comprar por medo, acho que os comprimidos me podem rotular como dependente de anti depressivos.

Sinto-me anti social, evito pessoas(mas só aquelas que não considero amigas do peito) e conversas e adoro dormir. Quando é hora de acordar fico revoltada e parece que sinto uma dor no peito, pois sinto-me de novo indefesa pois sei que é hora de enfrentar o dia-a-dia. Adoro estar em casa sozinha pois não tenho que enfrentar pessoas que não me entendem. Falo de pessoas que conheço(exceto se for uma grande amiga), que começam a perguntar-me o que se passa comigo e eu não quero falar e ainda me sinto pior.

Eu não vou entrar na discussão sobre os anti depressivos serem necessários ou receitados "em excesso", pois ando muito confusa em relação a isso. Não julgo quem o faz, só não entendo muito bem que efeitos pode ter na saude a longo prazo, não sei até que ponto existem outros tratamentos. A educação que recebi foi no sentido de usá-los apenas em curtos períodos de tempo, que é errado tomá-los uma vida inteira, como muita gente faz.

Retrato de alicelucas
Qui, 20/10/2011 - 02:00
alicelucas:
Membro desde: 26.06.2011

Mariana, o teu cérebro está com um desequilíbrio químico. Se digamos, a tua tiroíde estivesse com um desequilíbrio químico e estivesses com problemas de queda de cabelo e controlo de temperatura, também tomavas comprimidos para isso, não tomavas? Então porquê esse tabu em relação ao cérebro?

Tu tens uma depressão, receitaram-te anti-depressivos. Também já tomei anti-depressivos e ansioliticos e aconteceu-me como te vai acontecer a ti: não te vais dar bem na 1ª e se calhar até na 2ª semana das tomas do comprimido. Dependendo do que te deram, provavelmente vais ter mais sono, ou até uma "estranheza" difícil de definir. Aguenta firme. E isso de "usá-los apenas em curtos períodos de tempo" é totalmente errado. É como tomar um antibiótico 3 dias, quando se devia tomar uma semana, porque nos sentimos "curadas".

A minha mãe também teve uma depressão muito muito grave em 1993-1997. Tomava Lorsedal. Rapidamente passou de 1mg para 2,5mg para 2,5mg x 6 vezes ao dia. E é desses casos que falas: ela ainda toma. Mas sempre que tenta deixar, é como a tua mãe, deixa de uma vez só. É claro que não consegue lidar com a ressaca e volta a tomar. Conheço muito boa gente que tomou o mesmo comprimido e fez desmames graduais, acompanhados por terapia / grupos de ajuda e agora estão perfeitamente normais e livres do comprimido.

Eu própria, tomei o comprimido durante ano e meio e entretanto fiz terapia com um psicólogo. O meu desmame, que foi muito bem feito, demorou 7 meses, sempre gradual, sempre acompanhando quão forte eu me sentia. Haja bom senso!

Lembra-te só de uma coisa que é importante. O comprimido não é a cura. O comprimido é uma forma de te pôr num estado de espírito em que fiques receptiva ao processo de cura.

Retrato de angel.espiritualidade
Qui, 20/10/2011 - 10:18
angel.espiritualidade:
Membro desde: 14.04.2011
Mariana_Lagos wrote:

Fui ao médico de família, mas ainda não contei a ninguém da minha família. Ele receitou-me uns comprimidos, mas ainda não os fui comprar por medo, acho que os comprimidos me podem rotular como dependente de anti depressivos.

Sinto-me anti social, evito pessoas(mas só aquelas que não considero amigas do peito) e conversas e adoro dormir. Quando é hora de acordar fico revoltada e parece que sinto uma dor no peito, pois sinto-me de novo indefesa pois sei que é hora de enfrentar o dia-a-dia. Adoro estar em casa sozinha pois não tenho que enfrentar pessoas que não me entendem. Falo de pessoas que conheço(exceto se for uma grande amiga), que começam a perguntar-me o que se passa comigo e eu não quero falar e ainda me sinto pior.

Experimente falar com um (bom) psicólogo.