Qual "vida amorosa"? | A Nossa Vida

Qual "vida amorosa"?

Retrato de VitaminaC
01.04.2015 | 23:36
VitaminaC:
Membro desde: 01.04.2015

Quando eu era uma mulher bem jovem o pior cenário era aquilo a que chamavam uma "relação funcional". Aquela coisa em que existe uma espécie de harmonia, os anos vão passando, os filhos vão crescendo e a diferença entre ser casal ou amigo é mesmo nenhuma.
Parecia-me na altura que isso era uma vida sem paixão, uma coisa fria, assexuada, razoável da 3ª idade para cima. E mesmo aí... cada um sabe de si.

Também me lembro de ver casais que já não tinham nada a ver um com o outro, mas não podiam separar-se por uma razão muito simples: Não tinham dinheiro para viver a solo. Esse era outro cenário do tipo pesadelo.

Quando eu sonhava com mil coisas, achava inacreditável que tantas mulheres e homens aceitassem o inaceitável. Menos do que bom. Menos do que perfeito. Vivemos no tempo da autonomia. Já ninguém precisa de se casar. É divertido ser solteiro. Só vale a pena casar se for para ser perfeito! Era a minha teoria.

Pois.

Nada como o passar do tempo, para nos fazer olhar para a nossa vida e as nossas ideias com outros olhos. Os olhos do tempo são tramados.

Achei que nada podia correr mal. Nenhum de nós queria saber da casa. Queríamos uma família, queríamos viver, queríamos a aventura da vida.
O tempo passou, eu tive essa criança. Deixei de ser A mulher. Passei a ser A mãe! e essa mudança... ainda hoje custa a acreditar. Já lá vão vários anos. Deixei de ser uma mulher. Passei a estar aqui, a ser "admirada", o que quer que isso signifique.

Quartos separados. Nenhuma ajuda em casa. Nenhum carinho. Nenhum afeto. Chega, come e deita-se no sofá. Brinca, adora, mima o nosso rebento e eu sou invisível. Diz-me olá. Paga as contas.

Não tenho dinheiro para viver a solo.
Vivemos com alguma harmonia. Mas só alguma. Existe aqui alguma funcionalidade e alguma patologia. Embora eu ache que isso descreve 50 por cento das casas que conheço. Mas ainda assim.

Não posso falar com ninguém. Os amigos são comuns. Já não tenho família quase nenhuma e a que tenho é do tipo que só chateia.

Não estou infeliz. Sinto-me bem comigo. Tenho sonhos, meus, coisas minhas de que ninguém sabe. É o meu mundo. Estou falida. Mas confio no futuro, vá-se lá perceber. Acredito na vida.

Hoje deu-me para vir aqui. Sinto-me a traír um bocadinho. Mas é que hoje estava uma carta anónima para o meu marido na minha porta, porque uma pessoa se enganou no lado da porta e os vizinhos enfiaram aqui na frincha.
Sem remetente, letra feminina, sem apelidos. Só o primeiro nome do meu marido, a morada enganada e o selo.

... fui pôr na cama dele.

E não pude deixar de pensar que quando eu era uma mulher bem jovem isto seria ainda pior do que o pior cenário.
E foi por isso que vim desabafar,
Deixem lá.
A vida dá muitas voltas... A vida dá muitas voltas.


Retrato de csofia_
Qui, 02/04/2015 - 02:49
csofia_:
Membro desde: 19.12.2012

Boa noite...
Preferia que fosse uma história de ficção, bruta e honesta, do que um relato verdadeiro de vida, apesar de adivinhar que existem bastantes assim.
É facil mandar comentários a partir de um forum.. mas é mais dificil estar na pele.
Sinto que ainda tem uma ligação emocional com o seu companheiro, na parte em que revela que já nao há carinho ou afeto... quando já não gostamos das pessoas, não nos queixamos que essas coisas já não existem.
Faço uma sugestão: pq não fazer um pequeno curso ou workshop sobre qualquer coisa q sempre quis aprender? Nesse tipo de pequenos cursos, é fácil fazer amigos. As vezes quando conhecemos novas pessoas, e fazemos novos amigos, ficamos com uma nova força.

E as vezes é dessa pequena força que precisamos para mudar um bocadinho a nossa realidade...

Porque já não estamos na decada de 50 ou 60, em que as pessoas ficavam presas em casamentos sem amor por causa dos filhos. Isso já não é vida, não vale a pena.

Retrato de terapiasdamente
Sex, 03/04/2015 - 13:19
terapiasdamente:
Membro desde: 03.04.2015

Clap
Olá minha querida,
Em primeiro de tudo parabéns. Foi preciso coragem para falar de um tema tão delicado. A escolha das suas palavras para elucidar o seu problema demonstra perfeitamente o que sente e o quanto está magoada.

Identifico já alguns comportamentos seus que poderão estar na origem deste problema.
A utilização da palavra NÂO.

Posso provar e para isso faço um exercício muito simples em que apenas preciso da sua imaginação e que lei-a um ponto de cada vez e execute imediatamente o pedido que é feito. É fundamental que o faça para compreender e mudar o comportamento.

Vamos lá:

1- Imagine e visualize uma cor que não seja a cor vermelho.

2- Qual foi a primeira cor que visualizou?

3-Terá sido o vermelho? Smile

A negação obriga a nossa mente a trabalhar duas vezes mais, uma para criar mentalmente uma coisa que não quer e depois tentar alterar com outra que pretendemos.

Mentalmente, o que se passou consigo foi olhou para cenários que não queria e repetiu vezes sem conta que não os queria, no entanto talvez se tenha focado tanto no que não queria que entendeu que o que queria seria exactamente o oposto e esqueceu-se de se FOCAR como um raio laser no que pretendia para si.
Permita-se a si própria procurar o que quer e deixe de pensar no que não quer.
O cérebro Humano suprime a palavra não. Poderia explicar isto cientificamente mas uma vez que estamos num blog, dou apenas um exemplo, que todas as mulheres que já estiveram grávidas certamente vão identificar.

Lembra-se da altura em que estava grávida e vestia roupinhas ajustadas à barriguinha e ia comprar as roupinhas para o bébé? Não foi super curioso que ao andar na rua, no shopping, no super-mercado, parecia que havia grávidas por todo o lado??? Isto acontece porque o cerebro identifica o estado e procura exemplos no exterior. Acontece com toda a gente. Já que assim é, em vez de estar no estado de NEGAÇÂO, entre no estado que deseja para si.

Este discurso está a fazer sentido? Acredito que sim.

Agora a outra parte,
Todos nós gostamos de ter por perto as pessoas que nos fazem sentir BEM, já as pessoas que nos fazem sentir mal, procuramos afastar-nos delas, tal como os gatos dá água. De igual modo, também nós podemos fazer com que as outras pessoas se aproximem ou se afastem de nós. Tudo depende daquilo que temos para dar aos outros. Damos alegria, boa disposição, bem-estar e as pessoas chegam-se para nós, algumas delas parecem autenticas esponjas, tal é o bem estar que encontram próximo de nós... Já se o que temos para oferecer são criticas DESTRUTIVAS, indiferença, cara fechada e "rabujice" as pessoas de igual modo se afastam.

Só damos aquilo que temos, por isso ao darmos devemos sempre compreender se o que estamos a dar nos interessa ou não... É assim que podemos melhorar o nosso MEIO. A titulo de exemplo, as empresas de aviação ensinam os tripulantes que levam crianças a por primeiro as mascaras em si próprios e só depois nos rebentos. A explicação é simples, o adulto em caso de emergencia tem outras capacidades de ajustamento à situação que a criança ainda não possui. Pode fazer respiração boca-a-aboca, pode carregar a criança, pode salva-la. Se puser a máscara primeiro na criança, a probabilidade de sobrevivência reduz drásticamente, já que a sua capacidade de sobrevivência diminui e imagine, em situação de pânico quem socorrerá a criança?
Voltando à sua situação, permita-se gostar de si, de quem é, para que os outras a valorizem e queiram estar consigo. Dedique tempo a si, pode ser a meditar, pode ser a fazer exercicio (pessoalmente, considero o meu corpo o templo da minha mente já que um influencia diretamente o outro) pode ser em conversar com Deus. Seja o que for faça-o.

Podendo ser esta a formula para dar a volta ao seu casamento ou não, é garantidamente a fórmula para encontrar o bem-estar que sempre desejou para si.

Há tanto para dizer neste campo, que corro o risco de ser chato.
(sim sou homem)

Caso seja uma pessoa que vive no norte do país e acredita em espiritualidade, recomendo que venha na próxima segunda-feira ao workshop cura CEO.
http://www.terapiasdamente.pt/blog/cura-ceo-nas-conversas-com-luz/
Publicidade aparte, é algo que vale a pena e coloca as pessoas em sintonia com o EU interior.

PS: As minhas desculpas por eventualmente ter feito algum juizo de valor errado. Compreenda que estou a tentar vestir o "traje da sua vida" com base nas palavras que publicou.

Muitos beijinhos e votos de uma santa Páscoa.
Filipe Xavier

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