Opinião/dar casa a familiares | A Nossa Vida

Opinião/dar casa a familiares

Retrato de pasb
29.07.2014 | 19:18
pasb:
Membro desde: 16.01.2013

Ola a todos...
Precisava de uma opinião,porque não sei mesmo o que fazer:Vou tentar resumir...
O meu padrasto ficou sem o Sub desemprego em Maio;a minha mãe ganha à comissão(sem ordenado base)e tenho um irmão de 13 anos.
Não pagaram a renda este mês(Sendo que a caução já foi usada anteriormente)e não vão ter dinheiro para o proximo.
Ja lhes paguei 2 rendas e várias despesas mensais...
Sou divorciada e vivo sozinha com o meu filho,tendo a meu cargo as despesas normais.
A filha do meu padrasto é médica e o marido engenheiro...Não ajudam com nada,nem tão pouco querem saber(no fundo o meu irmão também é irmão dela)...
A minha duvida vem no seguinte sentido:estava a pensar deixá-los vir para minha casa e dividirmos as despesas;eles organizavam a vida e em Dezembro começavam a procurar casa.
Aqui começam as duvidas:será que depois conseguem?Será que vai ser uma convivência pacifica(tendo em conta que eu e o meu padrasto nas temos a melhor relação)?E se depois não sairem?Como é depois,em relação ao agregado familiar?E depois??e depois???Quero ajudá-los porque,no fundo ela é minha mãe e ele meu irmão...Não sei que faça...
Opiniões please...


Retrato de DMRS
Ter, 29/07/2014 - 22:20
DMRS:
Membro desde: 24.08.2009

Estás numa situação realmente complicada.
Tendo em conta que não tens uma boa relação com o teu padrasto acho que seria uma péssima ideia colocá-lo em tua casa pois pode correr muito mal. Mas por outro lado, tens a tua mãe e o teu irmão e é uma situação excepcional.

Só tu os conheces.

Vou-te dizer algumas coisas que, para mim, seriam "essenciais" para decidir se aceitava ou não o padrasto em casa:
Se ele tiver as "condições" necessárias dadas por ti será que se acomodaria? Achas que o teu padrasto se acomodou ou tem-se realmente esforçado para encontrar emprego? Esteve a "gozar" o desemprego na boa-vida ou queria realmente encontrar emprego? Está à espera que a tua mãe o mantenha ou procura efectivamente ocupação? Tem vicios? Esforçou-se e desistiu dos vicios que tinha? Preocupa-se com o teu irmão e com a tua mãe ou somente consigo mesmo?

Para mim, perante as respostas a esta questão (tendo em conta que ele também tem uma filha) eu abrir-lhe-ia a minha porta ou não. Para o meu pai/mãe que me criaram e me deram de comer e, sem sombra de dúvida para o meu irmão jamais os abandonaria mas se visse o meu padrasto a ser relaxado, irresponsável, gastador, preguiçoso etc não lhe abriria as portas da minha casa. Mas só a ele.

Por outro lado, se visse um padrasto que, apesar dos seus defeitos, tivesse dado o "litro" e simplesmente tivesse azar no trabalho, não conseguisse um trabalho mas que eu visse que realmente se esforça, se preocupa, que se sacrifica para tentar ajudar eu ajudá-lo-ia também a ele e também o acolheria.

Mas mesmo que o acolhas acho que caberia também à filha dele ajudar nas despesas. Claro está que falta saber se ela sabe (há pessoas que escondem a situação em que estão), se ela não tem um orçamento limitado (há pessoas que ganham muito bem mas estão atolados em dívidas) e qual a atitude dela perante a situação.

Em suma, para mim iria depender da pessoa que ele é.
Mas preferia sempre tentar arranjar outras opções que trazer pessoas para minha casa porque nunca vi isso a dar bom resultado. Mas isso sou eu.
Cabe-te a ti reflectir e ver o que achas que é o melhor também para ti porque tens um filho para criar e também deves pensar no bem-estar dele.

Ps: se mudarem a morada fiscal para tua casa vai alterar o teu agregado familiar. Não sei quais as repercussões disso ou se existirão.

Retrato de Maria do Porto
Qua, 30/07/2014 - 14:20
Maria do Porto:
Membro desde: 29.09.2010

Mas antes de pensares em ceder parte do teu espaço, não seria razoável pensar noutras soluções?
Para começar: falar com o senhorio actual, para negociar a possibilidade de pagar a renda em falta de uma forma faseada - e pernitir que eles fiquem na casa digamos que por mais um mês.
Durante este tempo, procurar uma solução (outra casa) dentro das reais possibilidades/orçamento do casal.

Também seria positivo se conseguisses conversar pessoal e directamente com a filha do teu padrasto, para tentar perceber se tem razões pessoais para não ajudar - ou se de facto se trata apenas de "má vontade". Recorda-te que ela pode ter muito más recordações do pai (tu rópria parece não teres a melhor das impressões dele!), ou até ter a sensação de que o casamento dos pais dela acabou por culpa da tua mãe. Num contexto destes, ela não sentirá o mínimo afecto pelo vosso irmão comum, nem nenhuma solidariedade pela situação.

Concordo inteiramente com a opinião acima expressa: "meter" ou não o padrasto dentro de portas dependeria em muito do tipo de pessoa e de atitude dele perante a vida: é trabalhador, esforçado, bom marido e bom pai? Talvez a coisa resulte... Se não... bom: estás preparada para sustentar mais três pessoas e perderes a tua privacidade, por alguém que não mereça?

Boa sorte - pensa muito! pensa bem!
Beijinhos

Maria do Porto

Retrato de Lillith
Qua, 30/07/2014 - 16:46
Lillith:
Membro desde: 18.05.2010

Pegando nas palavras da Maria do Porto, mais uma vez sensata como é seu hábito, "pensa muito! pensa bem!"
Talvez te vá custar (a ti e a outras pessoas que leiam o que escrevo) ler o que penso, mas o facto é que as primeiras pessoas que nos dão um pontapé, são geralmente aquelas que mais ajudamos.
Geralmente isso acontece quando deixamos de estar 100% disponíveis, porque achamos que é hora de mudarem de atitude e se fazerem à vida, porque estamos cansadas, ou porque simplesmente não podemos fazer mais do que aquilo que já fizemos.
Regra geral a gratidão inicial por parte dessas pessoas que ajudamos, em pouco tempo passa a um sentimento de direito adquirido, pelo facto de haver ligações familiares muito fortes e num curto espaço de tempo passamos a não fazer mais do que a nossa obrigação. Até tu referes a situação económica da filha do teu padrasto, como que tivesse obrigação.
Não me interpretes mal. Concordo contigo em quase tudo, e no teu lugar estaria a pensar as mesmíssimas coisas. A tentar encontrar uma solução, a tentar perceber o porquê da enteada da tua mãe não ajudar.
O problema é que corres o risco de te acontecer o mesmo quando decidires que é hora de terminarem as ajudas e arranjarem uma casa. Mesmo que com muita vontade, e se o dito trabalho teimar em não aparecer (já nem falo se não houver vontade)? Depois vais estar metida "nas quentes" e não vais conseguir correr com eles de casa para fora com o argumento de que precisas do teu espaço e da tua privacidade. Vai passar a ser tua obrigação dar-lhes tecto, cama e mesa se as coisas continuarem a correr mal?
Eu falo também escaldada com a minha situação familiar. Tenho duas irmãs mais novas e no dia que me cansei de segurar as pontas das porcarias e irresponsabilidades como era a minha obrigação (segundo a minha mãe porque sempre foi assim e é assim que elas são felizes, logo eu devia aguentar, sou a mais velha e tenho que ter mais juízo), descambou... Falam mal de mim quanto podem, porque teoricamente a família é para estar lá quando é preciso (e até está, mas ser preciso é uma coisa, passar a vida à espera que sejam os outros a resolver tudo por elas é outra coisa).
Entre as duas está tudo na maior. Estiveram-se sempre nas tintas uma para a outra, logo não há cobranças. Continuam as melhores amigas, não gastam é 5 minutos a ajudarem-se em nada.
Ninguém pode fazer a sua vida à custa da felicidade/estabilidade dos outros, e essa ajuda que queres dar pode transformar-se nisso mesmo.
Estuda bem todas as possibilidades. Fala com a enteada da tua mãe e tenta perceber as motivações dela.
Obviamente não lhes vires as costas, mas levá-los para tua casa pode ser o pior dos teus pesadelos.

Retrato de liliana_gaio
Ter, 05/08/2014 - 18:09
liliana_gaio:
Membro desde: 25.03.2011

A minha sugestão é se achas que tens que ajudar, ficares com o teu irmão. Dás a mão e acolhes o teu irmão como teu filho. E assim além de ajudares, estás a dar uma oportunidade a que a tua mãe e padrasto procurem vida. Se o fizeres, tem consciência que pode ser que tenhas que ficar com o teu irmão por muitos anos. Pode ser que não, mas se fores prevenida, é melhor.

Liliana

Retrato de phiatorres
Qui, 14/08/2014 - 17:38
phiatorres:
Membro desde: 11.11.2011

Olha, eu estou como a Lillith...
Pode parecer um bocado mau mas as coisas são como são.
Os meus pais são fiadores da minha irmã num negócio que ela abriu e que eu sempre disse que ia dar para o torto porque ela é irresponsável e gosta pouco de trabalhar. Só porque eu e o meu marido ganhamos razoavelmente bem e temos empregos estáveis, quando os meus pais ficarem sem nada para pagar as dívidas que ela acumula pois gasta tudo em saídas à noite e roupas, eu é que os vou sustentar? Era o que mais faltava Sad !

Mas lá está, cada caso é um caso e tu melhor do que ninguém conheces a tua família.