A hora do patrão | A Nossa Vida

A hora do patrão

Retrato de Bxuxas
25.02.2014 | 01:22
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012

Bom dia a todos,
Desiludido, mas é mesmo assim.

Depois de uma epoca de desemprego, tive uma oportunidade numa operadora de telecomunicações, num departamento até simpático, com o único defeito de ser inicialmente em regime de part-time.
Passado um mês, tive a oportunidade de iniciar uma nova aventura, já na minha aérea profissional, bem perto da minha residência e com um acréscimo de vencimento.
Logo na primeira semana, ligam-me num sábado a dizer que na próxima semana irei passar a semana fora. Depois, tinha que dar 1 hora ao patrão de forma gratuita e ainda colocam objetivos de produção, fazendo como quase que seja impossível sair antes das 19h. Parece ser normal naquela empresa, sair às 20h.
Sempre ofereci horas às empresas, mas porque queria e quando necessário, não por obrigação.
Ou seja, com este emprego estou a perder a minha vida familiar, para além do ambiente de trabalho não ser o melhor. O Patrão engana os funcionários e os funcionários respondem na mesma moeda.

Resumindo, passou uma semana, não estou contente, aqui em casa ninguém ficou contente e estou arrependido de ter deixado o meu rico "part-time".

Solução:
- Comer e calar?
- Aguentar, até arranjar qualquer coisa? (não sei como ir a entrevistas, visto que é impossível sair da empresa sem dar "cana", ou pior, estar deslocado quando chamado para entrevista)
- É desta que emigro? Longe da família, mas pelo menos, tento algo que acredito!
- Despedir-me e dedicar-me à procura de emprego, assegurando também o ir buscar e levar o miúdo à escola, fazer as refeições, etc..

Resumindo, o menos por vezes é mais!


Retrato de Sofia1984
Ter, 25/02/2014 - 01:36
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010

Sem dúvida que concordo com a tua última frase.O "menos" às vezes é mesmo "mais".

Como optimista que sou, acredito que se formos felizes no nosso trabalho também seremos melhores pessoas.
Nunca fiquei num trabalho contrariada, e quando este me impedia por questões de horários "fazer-me" à vida, saía, e nos próximos tempos investia todo o meu tempo à procura de outro.
O máximo que estive sem trabalhar, sem contar com a época em que fui mãe e fiquei em casa com o meu filho (porque quando o tive estive com ele até fazer 10 meses, depois arranjei trabalho, depois despedi-me e voltei a ficar com ele mais 6 meses), foi um mês.
Sempre arranjei trabalho assim, a sair de carro por aí e ver o ambiente.

Acredito que consigo passar alguma coisa no contacto presencial e é esta a minha forma de tentar a minha sorte neste meio tão cheio de gente à procura do mesmo.

Não fiques num sítio onde não te sentes minimamente compensado (embora ache que as compensações não são unicamente monetárias...). Andar a trabalhar para pagar as contas ao fim do mês é o prato do dia,e as contas não se pagam com ar e vento... mas caramba...se há alternativas, porque não tentar/arriscar?

Procura um local onde sintas que o que tens para dar é exactamente o que aquela empresa procura. Faz por acordar feliz para mais um dia de trabalho e considera isso parte do teu salário.
Se isso te faz ter mais paciência para a tua família/filho (s), então está ganho...às vezes é preferível ter uma vida mais pacata,não nos metermos em grandes despesas e termos cabeça a gerir os gastos mas sermos felizes num trabalho onde se ganha pouco mas nos sentimos bem, do que andarmos a trabalhar feitos mouros, perder a nossa vida nisso, e ganhar muito.

Eu pelo menos sigo esta ideologia...

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de Sofia1984
Ter, 25/02/2014 - 01:44
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010

Só mais uma coisa: eu faço muitas formações,vou a seminários, palestras. Tudo o que consiga or para criar "contactos". Não perco uma oportunidade para dizer "estou disponível e essa é a minha área!"

Muitas vezes nas formações quando todos se munem de um pessimismo globalizado acerca de trabalho ou emprego -como queiram- acho que muitas vezes as pessoas me olham assim meio de lado por eu dizer que tenho sempre trabalho. Tipo "olha-me esta, acha-se a última bolacha do pacote".
lol

Mas a realidade é que faço muito por isso, não se trata de fazer e entregar currículos, ou de enviar candidaturas pela net, trata-se de marcar presença, não ficar na penúmbra a ver passar a caravana, não me sujeitar a ser "mais uma" que envia um curriculo-igual-a-tantos-outros pela net... e ter um discurso optimista e profissional perante o meu potencial empregador.

"eu já estou ali", já me dei a conhecer, até posso depois da conversa deixar um currículo, mas já me adiantei, não foi preciso chamar-me para uma entrevista porque eu já me antecipei.
Já sei bastante sobre o sítio, o que vendem, mais ou menos que clientela têm. Tento saber o nome da pessoa que gere, ou do dono.
É importante não nos candidatarmos "só porque sim", mas tentarmos perceber ao que vamos...

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de Api
Ter, 25/02/2014 - 15:34
Api:
Membro desde: 02.09.2012

Olá João,

essa é uma daquelas decisões difíceis de tomar e das quais podemos sempre no futuro ficar a pensar "e se". Mas a verdade é que a nossa vida são dois dias e se não fazemos o que gostamos e nos realiza, estamos a desperdiçar a nossa vida.
Como é óbvio, é bem mais fácil falar do que fazer, principalmente falar quando não somos nós.
Mas olha no meu caso, troquei um emprego em que achava que não evoluía mais, por um novo e simplesmente não me dei bem, nomeadamente porque o ambiente era mau, e então voltei a despedir-me e agora todos os dias procuro um emprego, contacto amigos e conhecidos e conto-lhes a minha situação, de forma a ter uma maior rede de contactos. Nunca se sabe de onde pode surgir uma nova oportunidade. Agarro-me à esperança de que amanha receberei aquele telefonema a dizer que fiquei com o lugar, ou pelo menos a marcar uma primeira ou segunda entrevista, mas pelo menos sei que estou melhor assim do que no mau ambiente em que estava.

Já pensou em voltar a falar com a sua antiga entidade patronal onde fazia o part-time? poderão eles estar interessados em o reintegrar?

Aproveito para felicitar a Sofia, pelo seu espírito de força e garra! Acho que vou seguir-lhe os passos, e começar a ir lá!

Beijinhos*

Retrato de Bxuxas
Ter, 25/02/2014 - 23:56
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012
Sofia1984 wrote:

Não fiques num sítio onde não te sentes minimamente compensado (embora ache que as compensações não são unicamente monetárias...). Andar a trabalhar para pagar as contas ao fim do mês é o prato do dia,e as contas não se pagam com ar e vento... mas caramba...se há alternativas, porque não tentar/arriscar?

Procura um local onde sintas que o que tens para dar é exactamente o que aquela empresa procura. Faz por acordar feliz para mais um dia de trabalho e considera isso parte do teu salário.
Se isso te faz ter mais paciência para a tua família/filho (s), então está ganho...às vezes é preferível ter uma vida mais pacata,não nos metermos em grandes despesas e termos cabeça a gerir os gastos mas sermos felizes num trabalho onde se ganha pouco mas nos sentimos bem, do que andarmos a trabalhar feitos mouros, perder a nossa vida nisso, e ganhar muito.

Eu pelo menos sigo esta ideologia...

Gostei muito do comentário. Conseguiste resumir o meu dilema.
Seria é claro mais fácil, se não tivesse responsabilidades e pudesse largar o trabalho já hoje, no entanto, essas responsabilidades, também me dizem para estar em casa e ser presente.
Tenho o bichinho de ir para fora, mas é arriscado, mas as soluções são poucas.
Para terem uma ideia, após ontem ter saído às 19.30, hoje sai às 18.30 e ouvi logo um comentário.

Retrato de Bxuxas
Qua, 26/02/2014 - 00:08
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012
Api wrote:

Olá João,

essa é uma daquelas decisões difíceis de tomar e das quais podemos sempre no futuro ficar a pensar "e se". Mas a verdade é que a nossa vida são dois dias e se não fazemos o que gostamos e nos realiza, estamos a desperdiçar a nossa vida.
Como é óbvio, é bem mais fácil falar do que fazer, principalmente falar quando não somos nós.
Mas olha no meu caso, troquei um emprego em que achava que não evoluía mais, por um novo e simplesmente não me dei bem, nomeadamente porque o ambiente era mau, e então voltei a despedir-me e agora todos os dias procuro um emprego, contacto amigos e conhecidos e conto-lhes a minha situação, de forma a ter uma maior rede de contactos. Nunca se sabe de onde pode surgir uma nova oportunidade. Agarro-me à esperança de que amanha receberei aquele telefonema a dizer que fiquei com o lugar, ou pelo menos a marcar uma primeira ou segunda entrevista, mas pelo menos sei que estou melhor assim do que no mau ambiente em que estava.

Já pensou em voltar a falar com a sua antiga entidade patronal onde fazia o part-time? poderão eles estar interessados em o reintegrar?

Aproveito para felicitar a Sofia, pelo seu espírito de força e garra! Acho que vou seguir-lhe os passos, e começar a ir lá!

Beijinhos*

Api, a questão é mesmo, se não colocamos um travão logo no inicio, não seremos nós próprios e os nossos dias resultaram num inferno. Eu gosto de trabalhar, não me agrada conflitos.
Dei até ao final da semana, para decidir o que quero fazer. Já pensei em ligar ao ex boss, quem sabe tenha a oportunidade de voltar. Ganhava menos, mas sempre foram muito corretos.

Retrato de Api
Qua, 26/02/2014 - 09:43
Api:
Membro desde: 02.09.2012

Falar com o antigo chefe poderá ser uma boa opção. Boa sorte!! Smile

Retrato de Bxuxas
Qui, 27/02/2014 - 20:34
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012

Bem, hoje só apetece dizer, do que vale tanto esforço pelo patrão, para ele quando quiser ele coloca-nos a correr. Compreendo que as empresas, necessitem de adaptar-se, não sendo possível manter todos os quadros, agora, trabalhar gratuitamente com a esperança de não ser dispensado, é escravatura dos tempos modernos!

Retrato de Sofia1984
Sex, 28/02/2014 - 00:30
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010
joaorosa80 wrote:

Bem, hoje só apetece dizer, do que vale tanto esforço pelo patrão, para ele quando quiser ele coloca-nos a correr. Compreendo que as empresas, necessitem de adaptar-se, não sendo possível manter todos os quadros, agora, trabalhar gratuitamente com a esperança de não ser dispensado, é escravatura dos tempos modernos!

eu digo sempre que nasci pra trabalhar muito mas recuso-me a subvalorizar-me. trabalho muito mas para aquele que esta disposto a compensar-me por isso. . .

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de Bxuxas
Sex, 28/02/2014 - 03:50
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012
Sofia1984 wrote:
joaorosa80 wrote:

Bem, hoje só apetece dizer, do que vale tanto esforço pelo patrão, para ele quando quiser ele coloca-nos a correr. Compreendo que as empresas, necessitem de adaptar-se, não sendo possível manter todos os quadros, agora, trabalhar gratuitamente com a esperança de não ser dispensado, é escravatura dos tempos modernos!

eu digo sempre que nasci pra trabalhar muito mas recuso-me a subvalorizar-me. trabalho muito mas para aquele que esta disposto a compensar-me por isso. . .

Isso é relativo.
Trabalhas muito em 8h ou 10h?

Olha para mim, eu nem fumo e sou um rapaz calado.

Retrato de Sofia1984
Sex, 28/02/2014 - 12:12
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010
joaorosa80 wrote:
Sofia1984 wrote:
joaorosa80 wrote:

Bem, hoje só apetece dizer, do que vale tanto esforço pelo patrão, para ele quando quiser ele coloca-nos a correr. Compreendo que as empresas, necessitem de adaptar-se, não sendo possível manter todos os quadros, agora, trabalhar gratuitamente com a esperança de não ser dispensado, é escravatura dos tempos modernos!

eu digo sempre que nasci pra trabalhar muito mas recuso-me a subvalorizar-me. trabalho muito mas para aquele que esta disposto a compensar-me por isso. . .

Isso é relativo.
Trabalhas muito em 8h ou 10h?

Olha para mim, eu nem fumo e sou um rapaz calado.

Tu sabes que "trabalhas muito" não pelas horas que fazes, ou pelos intervalos para fumar... mas quando te elogiam por seres proactivo e te dizem que gostariam de ter na empresa mais pessoas como tu.
Eu sei se trabalho muito ou pouco quando vejo emails com feedback do bom desempenho da equipa e da aceitação das tuas ideias como uma mais valia e a sua implementação no teu posto de trabalho.

Sei que "trabalho muito" quando peço um aumento e me é concedido, ou quando um cliente elogia o meu trabalho perante a equipa/gerência.
Sei que "trabalho muito" quando está na hora de ir para outro lado, e os patrões me mantêm a porta aberta, caso eu queira voltar.

O trabalho que fazes dentro de uma empresa não se cinge apenas às horas de trabalho, ao que está no contrato...à tua "obrigação" no papel...eu vejo um bom trabalho como aquele em que há respeito e reciprocidade da "troca de favores", em que te facilitam a vida e facilitas a vida ao "patrão" também.

Vejo um trabalho não apenas como um local onde tenho direitos, mas também deveres.

E quando estou num sítio onde só querem X por X, não me motiva. Tento outro lugar. Porque o que procuro é conseguir ser empreendedora dentro da empresa e que me valorizem por isso.

Até hoje não tenho tido "azar" com os patrões, a minha experiência com esta visão das coisas tem sido extremamente positiva, à excepção de um local onde estive, onde passava 14h por dia e andava sempre a correr, e a "levar nas orelhas", quando deveria estar em formação. Surprise Sei agora que a empresa está a dever salários aos funcionários, e inclusive já se fala em insolvência.

Nitidamente não queriam aquilo que eu queria ser, e eu também não queria ser aquilo que eles queriam. Tentei noutro lado!

Ah! eu de calada não tenho nada! falo pelos cotovelos.

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de Bxuxas
Sáb, 01/03/2014 - 07:29
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012

Sofia1984, também já passei por locais onde fui promovido e aumentado sem pedir.

Agora a realidade é outra. Parece que o que fazes nunca é suficiente. Colocam-te o objetivo de 300 com muito esforço chegas lá, amanha já te pedem 350. Ou seja, estás sempre em falta e começas por dar mais 1/2 para tentares cumprir e quando dás por ti, já lá ficas + 2 ou 3 horas.

Chego à conclusão que querem alguém para um trabalho e eu procuro mais do que isso, um emprego inserido num projeto, onde o conhecimento e vida própria, sejam reconhecidos e valorizados, não se resumindo a faturação.

Retrato de Sofia1984
Sáb, 01/03/2014 - 22:12
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010
joaorosa80 wrote:

Sofia1984, também já passei por locais onde fui promovido e aumentado sem pedir.

Agora a realidade é outra. Parece que o que fazes nunca é suficiente. Colocam-te o objetivo de 300 com muito esforço chegas lá, amanha já te pedem 350. Ou seja, estás sempre em falta e começas por dar mais 1/2 para tentares cumprir e quando dás por ti, já lá ficas + 2 ou 3 horas.

Chego à conclusão que querem alguém para um trabalho e eu procuro mais do que isso, um emprego inserido num projeto, onde o conhecimento e vida própria, sejam reconhecidos e valorizados, não se resumindo a faturação.

Concordo.

O que fazes, de facto, nunca é suficiente e as empresas /"patrões" são realmente exigentes.
Mas vejamos o seguinte: esta é uma tendência que também se tem verificado no mercado em si.
Os clientes estão também mais exigentes! cada vez querem ou mais pelo mesmo preço, ou a mesma quantidade mas mais barato, ou melhor qualidade ao mesmo preço.
Se pensarmos um pouco no que podemos fazer dentro das empresas, temos de ter em conta esta mesma realidade.
às vezes nem é uma questão de fazer mais quantidade...mas porexemplo, se dermos ideias para melhorar os processos já é óptimo, pois estamos a trabalhar no sentido de aumentar a competitividade de determinada empresa e isso é sempre valorizado.
Também nos cabe um pouco a nós, funcionários, criar um pouco de estímulo no nosso local de trabalho e ter auto motivação para construir uma "carreira" dentro de uma empresa, ainda que nem todas ofereçam oportunidades "físicas" de progressão.

Essa realidade de "fazer cada vez mais", é uma realidade muito comum na indústria, onde perder menos 10 segundos em cada peça pode fazer a diferença. São produzidas centenas de milhar todos os meses, 10 segundos em cada uma é muito tempo.
As empresas procuram pessoas com potencial para analisar estas oportunidades de melhoria, sugerir alterações, sermos pro activos e querermos, nós próprios fazer sempre mais.
Eu penso assim porque se tivesse uma emrpesa era isso que pretendia de um bom funcionário.
Ele podia ser uma pessoa pouco produtiva, mas se tivesse uma excelente qualidade de trabalho e ideias, por mim estava acima de uma pessoa que produzisse sempre no máximo, mas que não fosse empreendedor. Só posso contar com aquela pessoa para trabalhar com as mãos... para ser rápido.
Quando o que as empresas precisam é, acima de tudo, de pessoas inteligentes QUE também sejam eficientes.

Se formos rápidos, inteligentes e trabalharmos com qualidade, acredita...ninguém mais te larga.

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de Sofia1984
Sáb, 01/03/2014 - 22:16
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010

O que queria dizer com o meu comentário, é que não me incomoda que me peçam "mais", porque sei que isso é o "cliché" da indústria (por exemplo), e eu própria tento arranjar sempre forma de ser mais eficiente e de fazer sempre mais.

Quanto aos horários, se eu tiver de ficar mais tempo, algum dia hei-de pedir para sair mais cedo e se me cortarem alguma coisa, reclamo.
Se não me derem ouvidos podem pedir o que quiserem, que não fico nem mais 5 minutos...se me quiserem mandar embora por causa disso, tudo bem.
Como disse antes, para mim patrão e funcionários têm de ter atenções recíprocas. Quando isso se perde, para mim deixa de ter interesse.

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

Retrato de Bxuxas
Dom, 02/03/2014 - 09:19
Bxuxas:
Membro desde: 30.04.2012
Sofia1984 wrote:

...
Como disse antes, para mim patrão e funcionários têm de ter atenções recíprocas. Quando isso se perde, para mim deixa de ter interesse.

Começava mesmo por aqui.
O proprio trabalho é desde já uma "reciprocidade", fazes uma tarefa mediante "x" valor, agora, refiro dar horas ao patrão diariamente, ele nem paga ou empurra para o banco de horas.
Eu compreendo que algumas entidades queiram implementar os KPI`s de forma a monitorizar os desempenhos e prever produções, no entanto, e pela experiência que passei numa operadora, rapidamente as pessoas concluem que o ideal é estar na média, precavendo-se desta forma, para um dia que corra menos bem e não cheguem a determinada produção.

Claro, que iniciativas, poderão demonstrar empenho e valorização pessoal e profissional. E depois? Vejo as chefias nesta empresa a ficarem longamente fora de horas, sábados e domingos. Ser promovido para levar esta vida?

Quando fui responsável por um departamento, ficava noites e trabalhei fim‑de‑semana, mas era porque queria e quando extremamente necessário, não de forma sistemática.

P.S.: Já ouvi por ter feito as coisas diferentes e quando tentei justiçar o porquê de assim o ter feito, o retorno que tive e por outras palavras, foi que não era pago para pensar.

Retrato de Sofia1984
Seg, 03/03/2014 - 12:07
Sofia1984:
Membro desde: 29.05.2010
joaorosa80 wrote:

P.S.: Já ouvi por ter feito as coisas diferentes e quando tentei justiçar o porquê de assim o ter feito, o retorno que tive e por outras palavras, foi que não era pago para pensar.

lool acredita, tu não estás errado. Quem te contratou é que está do lado errado.
Quando um patrão diz isto a um funcionário, ou mesmo um colega nos diz isto...acredita, dá-me vontade de descer da minha elegância e vomitar-lhe em cima.
Eu sou SIM paga para pensar. Se ele não quiser que eu pense, que me mande embora.
Não sou um corpo sem cabeça, nem fui metida numa "forma" para sair igual aos demais, quer queira quer não.

Além disso, uma coisa é dizerem-nos que a nossa forma de fazer as coisas não é a ideal por causa de X e Y, mas agradecer a ideia embora a recusem, outra é colocarem-nos no patamar de burros (com todo o respeito pelo animal) e dizerem que não somos pagos para pensar.
Quando a minha mãe me fez não tinha no leque de pretensões dela que eu me viesse a tornar num vegetal. E mesmo que ela tivesse essa pretensão, EU não tive, nem tenho.
Os vegetais crescem na horta, e são colhidos, para nos servirem à nossa necessidade de nos alimentarmos. Uma pessoa, que por sinal é o patrão OU o empregado, "servem-se" desse vegetal para ficarem fortes e saudáveis.

Peço desculpa, mas não tenho humildade suficiente para aceitar ser tão pouco.
Por isso acho que é uma questão de (muito pouco) tempo, até que essa/s pessoa/s chegue/m à conclusão que com essa mentalidade, não só desce ao nivel de um animal (com todo o respeito pelos ditos), como não sobreviverá num mercado fortemente concorrencial, pois se as pessoas não pensarem, dificilmente chegarão a bom porto.

Senta-te e espera para os veres a tombar como tordos.

joaorosa80 wrote:

rapidamente as pessoas concluem que o ideal é estar na média, precavendo-se desta forma, para um dia que corra menos bem e não cheguem a determinada produção.

ahhh mas seguramente! Smile
Quando vejo as pessoas a correrem só pra ficar bem na fotografia, dá-me vontade de lhes oferecer um desodorizante no natal. é que ainda por cima muitas vezes nem se apercebem que apenas estão a ser usadas e que no dia em que partirem os dois braços nunca mais o contratam.
Sou contra este correr desenfreado e do "fazer tudo a troco de nada".
Não fazer tudo nas horas previstas, porque não dá mesmo, é um motor de evolução. Alguém há-de dar-se ao trabalho de querer colocar as coisas a funcionar melhor.
O que acontece se as pessoas chegarem sempre aos objectivos, é que no dia em que não o fizerem vai cair o mundo em cima delas. Por isso sou mais apologista de uma média, e se houver exigência de fazer mais, dou sugestões para se fazer mais ou melhor de forma segura e inteligente... Por exempo: "Se esta área estivesse organizada de X maneira, poderíamos trabalhar em série, minimizando o tempo de fabrico".
Ou então: "Porque não fotografamos uma ajuda visual para compararmos o modelo com a primeira peça e desta forma perdermos 2 minutos na inspecção visual em vez de 10 minutos e dezenas de procedimentos "culpatórios" depois? Não só agilizaria o processo como se tornaria o operador totalmente autónomo para fazer este procedimento".

Cada vez que eles me venham "cobrar" produção, relembro-os que isso é totalmente possível SE...já os faz pensar duas vezes.

É...lol eu sou lixada mas eles gostam de mim looooooooooooool

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso."
( Joseph Joubert )

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