Herança e advogado
Olá a todos! Gostava de sondar opiniões (profissionais ou empíricas) acerca da seguinte situação:
- A minha avó soube recentemente que uma meia-irmã dela morreu e deixou uma casa e uns "trocados" para dividir entre ela e outras duas irmãs.
- Uma das irmãs sugeriu ser cabeça-de-casal visto ter maior facilidade de deslocação para tratar de papeladas, e sugeriu também um advogado da confiança dela. Quando digo sugeriu, entenda-se sugerir com uma insistência que roçou quase a coação. Na altura, não havendo razão de suspeita, a minha avó e a terceira irmã aceitaram.
- Depois de meses de trás-para-a-frente para assinar documentos, e esporádicas comunicações do advogado a asegurar o andamento do processo, chegou-se à conclusão que, retirada a generosíssima fatia do Estado, há um valor na ordem dos 40.000€ a dividir pelas 3 irmãs.
- No entanto o tal advogado enviou há poucos dias a conta dos serviços dele, um valor de 18.000€! E isso se for pago até esta Sexta, a partir de quando passa imediatamente a 21.000€ mais juros.
- Consultando brevemente alguns advogados e solicitadores conhecidos do nosso lado da família, sucede que este valor é um ultraje. Os valores médios para um processo destes figuram entre os 2.000€ e os 5.000€, opinião unânime de todos com quem falámos.
- Quase unânime foi também a noção de que, se a cabeça-de-casal tem sido complacente com o processo até agora, já não há nada a fazer. Se se recusarem a pagar este "preço de amigo" de 18.000€ para entrar em litígio com o bastardo, colocam-se numa posição em que talvez possam não pagar tanto, mas muito mais provável é que paguem consideravelmente mais porque ele é advogado, o jogo dele é este. Pior, teriam que o fazer do bolso delas, porque ele ainda não trasnferiu os fundos e obviamente não o fará até que seja paga a extorsão.
10.000€ seria o máximo dos máximos, disseram-nos, e mesmo isso já roçaria o absurdo. Este leproso moral cujos filhos, desejo eu, lhe hão um dia de escarrar na campa sem nome depois de o terem deixado morrer sozinho de uma doença prolongada e agoniante, está a pedir 20.000€! 20.000€!!!
Portanto este bárbaro de fato e gravata vai auferir tanto com esta aventura como as 3 irmãs juntas, e não há nada a fazer? Ou há? Agradeço desde já toda e qualquer ideia partilhada.
Na minha opinião de leiga, mas habituada a lidar com advogados, a primeira coisa a fazer quando se contrata um é pedir um orçamento....o advogado tem que mencionar por factura detalhada o valor. Se os honorários dos serviços prestados tem por base um valor estipulado pela ordem dos advogados, logo podem pôr o problema a ordem dos advogados.
Falta saber o que o cabeça de lista decidiu com ele, sem conhecimento dos outros herdeiros.
Se houve tanta insistência para que fosse esse advogado a tratar do assunto de duas uma, ou era de confiança do herdeiro que o contratou, ou há aí interesses do mesmo.
Há que pedir factura detalhada para ver de onde surgiu esse valor.
A factura tem que ser detalhada, honorários onde conste horas que passou no cartórios, finanças, etc.
Documentos, honorários do notário, deslocações, preço de todos os documentos pedidos para fazer a habilitação de herdeiros, etc.
Honorários de preparação de documentos, tenho uma factura de um advogado, se ajudar posso enviar.
Icebergue, Sky3205, Vilhena e RH: obrigado pelas sugestões.
As senhoras têm uma reunião com o homem hoje, para assinarem o cheque dele, e o plano é levar outro advogado para acompanhar o processo. Idealmente este saberá analisar a situação a partir de um enquadramento legal, e portanto detetar e questionar quaisquer irregularidades. No mínimo dos mínimos confirma que o outro, mesmo sendo um excremento moral, está a agir em conformidade com a lei e por isso o melhor é pagar e calar.
Depois resta fazer queixa à Ordem, mas disso ri-se ele com 20.000€ no bolso. As queixas não-fundamentadas são tão comuns que todo o processo está desacreditado.
Que nojo que é isto tudo! Das poucas interações que tive com advogados, a ideia que me fica é que o processo de formação de um advogado exige uma purga gradual de quaisquer valores morais, um bocado como um médico em formação precisa de ficar eventualmente dessensibilizado à repugnância física.
Membro desde: 22.02.2014