Confusão | A Nossa Vida

Confusão

Retrato de Desiire
28.09.2013 | 15:31
Desiire:
Membro desde: 27.08.2013

Bem, agora sou eu que preciso de uma opinião vossa. É o seguinte. Eu namoro, não há muito tempo, mas já é alguns mesitos. A verdade é que nunca foi algo de sentir aquela paixão. Pois isso, nunca mais senti e à anos. Mas fomos falando, comecei a gostar da pessoa que ele é, do que ele me dava e digo-vos que melhor namorado não podia arranjar. Ele ouve-me, compreende-me, atura-me como ninguém, preocupasse mesmo comigo, pois, eu ando também numa fase mais em baixo, e ele anda sempre a tentar colocar um sorriso no meu rosto. Basicamente melhor do que ele, eu não podia ter! E foi assim que o meu sentimento foi crescendo por ele. Fui conhecendo e aceitando-o cada vez melhor, gostando cada vez mais do que ele era. O pior, é que agora já não sinto aquele entusiasmo, ou seja, sinto, mas depende das alturas do dia. Por exemplo, no trabalho, eu penso nele, se não me manda mensagem, eu fico assim meio ansiosa e estou sempre a dar uma vista no telemóvel a ver se tenho alguma coisa. Sinto-me contente por o ter ao meu lado. Sinto aquela vontade de estar com ele. Mas depois e à medida que o tempo vai passando e eu sei que vou ter com ele, o entusiasmo vai diminuindo. E por vezes apetece estar com ele e noutros não. E tenho muitos sentimentos contraditórios e isso é que me faz a confusão à cabeça. Porque houve uma vez que ele não pode estar comigo e aquilo custou-me. Mas depois no outro dia quando o vi, não tinha aquele entusiasmo. Também sinto que é por duas coisas: 1. é que é já rotina estar sempre com ele e todos os dias. E depois a juntar a isso, afastei-me um pouco dos meus amigos, mas nem é por maldade. Apenas saio tarde do trabalho e nem sempre é bom para sair com eles. E 2. não ando bem comigo mesma e claro que quando não se está bem connosco, não podemos fazer outros sentirem-se bem, não é? Já pensei em dar um tempo, para ver a falta que me fazia. O que já aconteceu. E no 1º dia não me fez diferença. No 2º, como fui a um sitio que já tinha estado com ele antes, senti aquela saudade e lembrei-me dele, mas no 3º dia cedi. Mas não sei o que quero fazer. Neutral


Retrato de Sofia_N
Sáb, 28/09/2013 - 17:15
Sofia_N:
Membro desde: 22.09.2013

Olá, deve-se passar o mesmo na cabeça de 90% das mulheres deste fórum... Todas vêm cá ler mas não respondem porque não sabem o que te dizer, foi o meu caso, li e saí... Só agora entrei de novo.
Se queres que te diga, passa-se parecido comigo por isso não te consigo ajudar. Estou numa relação há 8 anos e junta há 5, acredita que me faz imensa confusão nunca querer estar com ele quando ele está em casa, morrer de ciúmes e de raiva por ele estar fora e querer que ele esteja em casa e quando ele chega, não me apetece que ele saia mas que apenas não me incomode, ele num canto e eu noutro. Contenta-me só saber que ele esteja em casa apenas... Estranho mas é assim. Não vivo sem ele mas com ele também acho demais... Que estranha explicação mas até a mim me faz confusão. Não haverá por aqui algum psicólogo que nos esclareça? Obrigado

Retrato de Desiire
Sáb, 28/09/2013 - 19:48
Desiire:
Membro desde: 27.08.2013

Obrigada. Acredita que ao me responderes já é algo muito positivo para mim. E como é algo muito semelhante a muitas de nós, é normal que não haja tantas respostas como tanto isso. Acho que também é com o andar da relação, com o estar habituada à pessoa, com a rotina assim. E eu falo assim e nem estou casada, nem junta! Por isso, nem imagino o quando estiver. Mas se houvesse um psicologo é que era de louvável, sim senhora. É algo tão comum, que acredite ou não, nós não temos essa consciência. Pelo menos eu não tinha. Smile

Retrato de Sofia_N
Dom, 29/09/2013 - 00:37
Sofia_N:
Membro desde: 22.09.2013

Tanta leitura e ninguém comenta... porque realmente não sabemos como te esclarecer... É uma duvida que muitas de nós temos

Retrato de BF74
Dom, 29/09/2013 - 02:37
BF74:
Membro desde: 20.05.2013

Se me permites... Não tenho muita experiência em fins de relação, mas adquiri alguma experiência em viver uma relação. E muita em viver a vida...
Penso que o que estás a passar é fruto de um erro com más consequências para ti e para ambos.
Assim, perdoa-me o atrevimento, mas aqui vão os meus dois cêntimos em relação a essa situação:
A vida, ou seja, o modo como se caminha entre o nascimento e a morte, é um jogo de prioridades.
Nesse correr de opções com que fazemos a nossa vida (o nosso caminho entre o nascer e morrer) temos a natural tendência a dar prioridade ao que ainda não adquirimos e guardar aquilo que já adquirimos.
Guardar uma coisa é arrumar a coisa, ou deixa-la a um canto onde não peguem nela, para a ir buscar quando precisamos dela.
Baseando-me no facto de teres dito que não andas bem, chego à conclusão que andas com um problema de qualquer espécie e, nesse sentido, estás a dar prioridade ao encontro da solução desse problema deixando, por consequência, a tua relação e o teu namorado, arrumados no seu lugar porque estas duas coisas parecem-te já estar adquiridas.
E até podem estar. Só que cada vez que as vais buscar onde as arrumaste sentes-te mais distante delas... Porquê? Porque enquanto deixaste a tua relação e o teu namorado arrumados a um canto, passaste mais tempo a sentir a ansiedade de encontrar a solução do problema que não te deixa estar bem contigo mesma do que a deixares-te invadir pelo afecto (essencial para a manutenção da relação) que te devia unir ao teu namorado.
Repara que todos os problemas são passageiros. Mas os afectos entre duas pessoas que se respeitam e que têm capacidade de distinguir o trigo do joio, são para sempre. Mais: consoante o valor que lhes dermos, os afectos são plantas que podem dar flor e frutos e os problemas podem ser meros desafios ou espinhos que nos evenenam e tornam amargos.
Se fosse eu, investia nos afectos!
Repara como o que sentes é que, neste momento, o teu namorado e a tua relação são mais uma coisa que tens de gerir... Isso é porque o teu foco está no encontro da solução do(s) assunto(s) que fazem com que não estejas bem contigo própria, sendo o resto da tua vida uma coisa a gerir conforme as necessidades do momento.
Se eu tiver razão, estás neste momento a namorar com a tua crise e não com o teu namorado. Estás a dar prioridade à tua crise (que se calhar até se resolve "não resolvendo") não deixando a tua relação crescer em ti. Isto, se calhar, porque de certo modo tens a relação como adquirida. Mas as relações são como as plantas, se não as regares e tratares...
Tudo acaba ou muda... Quer o namoro quer a tua crise interior.
Se optas por viver a crise interior corres o risco de esta até já ter passado e quando vais à "gaveta" onde tens o namorado e já não gostas dele ou ele não gosta de ti porque tu ou ele se alteraram com a tua "ausência".
Se optas por viver os teus afectos e assim "regar e adubar" a "planta que dá flores e frutos" corres o risco de vir a ser feliz com os frutos da "planta" de que trataste como deve ser.
E, disto isto, acredito que se te deixares envolver sem medo por esses afectos, os "stresses" que não te deixam estar bem contigo própria passam a não ter um significado tão grande como têm neste momento. Porquê? Porque a atenção a esse assunto deixou de ser a tua prioridade. Há-de-se resolver...
Se pensares que a melhor maneira de resolver um problema é a frio, então a melhor maneira de resolveres a tua crise interior é dares prioridade ao que deves dar prioridade (aos afectos) e por consequência passar a olhar para a crise interior com mais distância, agindo e resolvendo as coias, ou deixando-as passar, a frio.

Repara no que acontece durante o teu tempo de trabalho:
Pelo que contas, depreendo que o teu trabalho tem um certo dinamismo que te facilita o afastamento do assunto que não te deixa estar bem contigo (mesmo que esse assunto seja o trabalho, a verdade é que a necessidade de realizares tarefas em periodos de tempo determinados não te deixa andar com a cabeça às voltas da "caldeirada" que te faz encontrar mal contigo mesma). Então aí até vais vendo se tens mensagem dele no telemóvel ou não. Se ele se lembrou de ti ou não...
Consoante te alheias da tua crise interior o teu namorado e a existência da tua relação ganha importância, certo?
Penso que a resposta a esta pergunta pode ser a prova dos nove daquilo que eu disse para trás...

Desculpa se me estiquei...

Retrato de Desiire
Dom, 29/09/2013 - 04:09
Desiire:
Membro desde: 27.08.2013

Sim, foi bastante bom ler o teu comentário. Aliás, sei que temos que ir por nós, mas é sempre bom ler ou ouvir uma opinião. Sinto que também possa ser um pouco disso, apesar de no momento andar muito melhor em relação ao meu problema interior e estar mais tranquilizada um pouco nesse aspecto. Apenas também acho que tem a ver com a rotina também, de estar todos os dias com ele, de o ver todos os dias, de o agarrar, de tudo, depois é claro que não cria aquela saudade. Até posso sentir a falta durante um dia, mas sei que à noite estou com ele e isso passa, entendes? Mas sinto um carinho especial pela pessoa que tenho ao meu lado. Por vezes é que não sinto tanto isso, porque lá está. Também é o estar habituada. Neutral Acho que também é um pouco isso e claro que o dando uma certa importância ao meu assunto, deixo um pouco o meu namorado de lado, ou seja, posso ter atitudes mais frias para ele que não merece. Neutral É complicado e acreditem ou não, nem fazia a minima ideia que era algo tão comum. Obrigada a sério!

Retrato de andreia_andre
Seg, 30/09/2013 - 12:04
andreia_andre:
Membro desde: 26.09.2013

Olá, se me permites também vou deixar aqui a minha opinião pois identifico-me muito com o caso.
Namoro há 4 anos (vai fazer 5) e já moramos juntos e somos casados pelo que o problema é semelhante, ambos trabalhamos e no final do dia estamos os dois em casa. É um facto que por vezes me apetece estar sozinha com as minhas "miúdas" e, sim, tens razão, a rotina não ajuda nada. É bom saber que a temos mas é óptimo e saudável quebrá-la de vez em quando. O que para mim ajudou bastante foi combinar com o meu marido umas noites com os respectivos pais. Acontece que a minha mãe mora sozinha e quando saí de casa custou-me deixá-la pois sabia que ela iria ter momentos de solidão. Combinámos então que haveria alguns dias por semana que eu ia jantar à minha mãe e ele aos pais dele...o mesmo se aplica a dormidas. Muitas vezes eu vou passar a sexta para sabado com a minha mãe (aproveito cravo o jantar porque há sempre coisas que ele não gosta e como gostamos as duas aproveitamos para fazer nesses momentos e vice-versa) e depois ele vai lá ter no sabado para um almoço e jantamos em casa do pai dele. Isto quem diz com familia (porque nós somos muito ligados à nossa e felizmente temos uma relação excelente) também diz com amigos.
Outra coisa que fazemos é que quando estamos juntos não precisamos de estar sempre "colados", ele está a fazer a jantar e eu ajudo-o ou estou a ver tv e vice-versa. As coisas não precisam de ser sempre iguais todos os dias e a partilha de tarefas pode querer dizer, hoje fazes tu tudo e amanhã faço eu.
Acho sem dúvida que a rotina será um grande problema porque me identifico muito com isso...começo logo a ficar farta se estiver muito tempo em casa por exemplo. Nada que um cinema, um passeio ou um jantar diferente não compensem...ou mesmo experimentar coisas novas por exemplo este ano fomos diversas vezes ao teatro, eu nunca tinha ido e ficámos fãs especialmente das comédias. Também faço ginásio o que me dá pelo menos uma horinha sozinha uns dias por semana para descarregar energias...

Enfim....desculpa o testamente mas não quero que penses que és a única. Essas coisas acontecem e se realmente gostas dele o que tens a fazer é arranjar formas de contornar a situação e de a tornar melhor...(digo eu) :).

Retrato de homemsemsignificado
Seg, 08/06/2015 - 11:27
homemsemsignificado:
Membro desde: 20.03.2012

devemos reservar um espaço, seja no dia ou na semana, só para nós... para o que mais gostarmos, e procurar o equilibrio que precisamos para nos relacionar com os outros.