adopçao de caes adultos | A Nossa Vida

adopçao de caes adultos

Retrato de anninhas
15.01.2013 | 18:40
anninhas:
Membro desde: 12.10.2009

muito boa tarde

Este tema nao é muito falado nos foruns e tambem fiquei com muita curiosidade em saber como é adoptar um cao ja adulto.

sera que o cao adulto é mais calmo, tipo no ladrar quando fica sozinho em casa e quando ve outros caes?

sera que aprendem a fazer as necessidades num jornal em casa, só no caso se tivesse muito frio ou chuva?

como sera lidar com um cao adulto? sera o mesmo como lidar com um cao que criamos desde bebe?


Retrato de princesa_
Ter, 15/01/2013 - 18:59
princesa_:
Membro desde: 13.04.2008

A minha experiência foi:

Fui buscar um cão adulto ao Canil. Foi escolhido não por ser o mais bonito, nem o mais pequeno, nem o mais engraçado. Pelo contrário, este era aquele que nos disseram que não era como queríamos (queríamos um pequeno) e que não era bebé e também não devia sobreviver no canil pois não se adaptava ao meio. Estava já separado dos outros por não comer e andar fraco e enrolado a um canto.

Foi escolhido porque sentimos que se não fosse ele o escolhido, ele não resistiria ali (por não ser bebé nem engraçado nem pequenino e mais, foi abandonado pelo próprio dono, que o terá prendido ao portão do canil, juntamente com um outro)...

Estava assustado no inicio, e até me parecia agressivo, porque estava quieto a um canto e quem conhece cães sabe quando eles se sentem ameaçados e, por instinto, até podem morder a quem lhes for tocar. Este até me rosnou no canil.

Meu marido, que conhece cães tão bem como eu mas que ali estava mais corajoso que eu, disse que era manso, que ia ser manso e que estava só assustado. Enchi-me de coragem e escolhi este, o mais fraquinho e um dos maiores que lá estava. Smile

Foi a melhor escolha que podia ter feito. Ele adora-nos, não parece nada que não cresceu desde sempre connosco. É um cão fiel amigo. Adora o bebé lá de casa, nota-se que até estava habituado a bebés!

Ele vinha "educado" a fazer tudo na rua mas por outro lado, há traumas que tinha e que vai ter sempre... Ele faz xixi em casa quando fica sozinho. Não reage bem às nossas saídas, não é que ladre, mas fica inquieto, não come e é capaz de fazer xixi (no wc ou junto à porta). Fica nervoso e impaciente. Já me habituei a lidar com estas características dele, que ganhou por ter sido abandonado um dia, por um qualquer animal.

Ao animal que o abandonou, se me estiveres a ler: Não sabes o que perdeste! Smile Tenho dito. E desejo-te não mais, nem menos do que isso. Que tenham por ti a mesma paixão que tiveste pelo MEU cão. Beijinhos e leva a manta quando chegar à tua vez.

Retrato de margarid.a
Ter, 15/01/2013 - 19:35
margarid.a:
Membro desde: 22.01.2012

não podia deixar de não dar a minha opinião sobre este assunto.
princesa_ antes de tudo os meus parabéns por teres adotado um cão já adulto. é de uma nobreza enorme!

conheço quem tenha feito o mesmo e também está bastante satisfeita porque a maior característica que refere é precisamente essa: a lealdade do animal!

quando se adota cães já adultos que tenham sido abandonados, são-nos eternamente gratos!

não posso partilhar a minha experiencia porque tenho duas gatas (uma de rua também) mas noto o mesmo: o carinho, a gratidão estão lá e em relação à gata que tenho que foi dada em bebé mas que nasceu e teve os primeiros tempos numa casa, noto que o comportamento é um pouquinho diferente. mas gosto das duas por igual claro Smile

se o cão a adotar já tiver sido ensinado penso que não haverá problemas de maior. força! vai em frente! Smile

Retrato de Lucia1
Qua, 16/01/2013 - 09:53
Lucia1:
Membro desde: 29.07.2011
princesa_ wrote:

A minha experiência foi:

Fui buscar um cão adulto ao Canil. Foi escolhido não por ser o mais bonito, nem o mais pequeno, nem o mais engraçado. Pelo contrário, este era aquele que nos disseram que não era como queríamos (queríamos um pequeno) e que não era bebé e também não devia sobreviver no canil pois não se adaptava ao meio. Estava já separado dos outros por não comer e andar fraco e enrolado a um canto.

Foi escolhido porque sentimos que se não fosse ele o escolhido, ele não resistiria ali (por não ser bebé nem engraçado nem pequenino e mais, foi abandonado pelo próprio dono, que o terá prendido ao portão do canil, juntamente com um outro)...

Estava assustado no inicio, e até me parecia agressivo, porque estava quieto a um canto e quem conhece cães sabe quando eles se sentem ameaçados e, por instinto, até podem morder a quem lhes for tocar. Este até me rosnou no canil.

Meu marido, que conhece cães tão bem como eu mas que ali estava mais corajoso que eu, disse que era manso, que ia ser manso e que estava só assustado. Enchi-me de coragem e escolhi este, o mais fraquinho e um dos maiores que lá estava. Smile

Foi a melhor escolha que podia ter feito. Ele adora-nos, não parece nada que não cresceu desde sempre connosco. É um cão fiel amigo. Adora o bebé lá de casa, nota-se que até estava habituado a bebés!

Ele vinha "educado" a fazer tudo na rua mas por outro lado, há traumas que tinha e que vai ter sempre... Ele faz xixi em casa quando fica sozinho. Não reage bem às nossas saídas, não é que ladre, mas fica inquieto, não come e é capaz de fazer xixi (no wc ou junto à porta). Fica nervoso e impaciente. Já me habituei a lidar com estas características dele, que ganhou por ter sido abandonado um dia, por um qualquer animal.

Ao animal que o abandonou, se me estiveres a ler: Não sabes o que perdeste! Smile Tenho dito. E desejo-te não mais, nem menos do que isso. Que tenham por ti a mesma paixão que tiveste pelo MEU cão. Beijinhos e leva a manta quando chegar à tua vez.

Comovi-me com a história!! Ainda bem que teve um final feliz!!
Devia haver mais pessoas como voces!!!

bj

Retrato de princesa_
Qua, 16/01/2013 - 11:27
princesa_:
Membro desde: 13.04.2008

Contei a parte inicial e a final.

Pelo meio não vos digo que não houve sacrificio. Daquele sacrificio quando ainda não temos "aquele amor" ao animal.

Foi muito dificil ao inicio, ele nos primeiros dias só me vinha a mim, que fui eu que o trouxe ao colo quando viamos do canil. Evitava contactos por exemplo com homens e ia atrás de crianças (o que as assustava, mas era reacção dele de quem está habituado a crianças). E depois ficava em casa e fazia xixi em todo o lado (mas só quando estava sozinho). Chegou a fazer xixi em cima da mesa da sala e na cama do meu filho (SIM!).

Eu chegava cansada e só pensava que não ia aguentar e que ele não conseguia "aprender". Desabafei com uma amiga e o meu desespero ao inicio era tão grande que ela no dia a seguir "arranjou" uma velhota que o queria e que tinha um quintal para ele, onde ele ia ser mais feliz. Aí é que me caiu a ficha. Eu estava a desabafar mas a intenção nunca foi a de o abandonar. Isso foi antes. Eu ia resolver o problema. E resolvi. Adaptei-me a ele, optei pela castração (no caso dele resolveu 90% do problema) e passei a deixa-lo num espaço ao ar livre quando não estou em casa. Ele faz menos asneiras porque se distrai menos. Com o tempo fui controlando o pânico que ele tem de ser abandonado. Ele sabe sempre, que voltamos. E isso é o mais importante.

Ninguém vos diz que é fácil. Tem dificuldades diferentes das de adoptar um animal bebé, ou de criar um desde que nasce. Mas tem compensações sem tamanho.

A imagem mental que tenho agora na cabeça é: o meu filho pequenino num triciclo, que ele puxava a correr à frente dele... As pessoas a rir e a pensar que aquele cão cresceu sempre connosco. Mas não. Foi abandonado e nós, decidimos carregar aos ombros as dificuldades que alguém atou ao portão do canil. E não me arrependo de absolutamente nada. É tão compensador que acho que quem está em dívida, ainda sou eu.

Aconselho vivamente. Este caso também foi mais dificil do que os normais, este animal não se estava sequer a aguentar no canil, ele estava nitidamente abalado com o que lhe aconteceu. Era muito meigo mas estava amedrontado.

Do canil, teve a ajuda de uma pessoa das que existem também nos canis, que se preocupou com ele e que nos abria a porta aos sabados e fora de horas a tentar convencer-nos a levar um, qualquer um, dos tantos condenados que ali estão.

Este cão preto, esta foca. É parte da família e eu simplesmente não consigo perceber o que leva uma pessoa a deixar um bichinho destes ali... Estou feliz por ele nos ter encontrado. Beijinhos a todas e façam as escolhas certas Smile

Retrato de lapinha
Ter, 29/01/2013 - 21:54
lapinha:
Membro desde: 16.08.2012

Olha eu acho que isso depende da educação que lhe tenha ensinado o antigo dono.

Eu apareceu-me uma cadela adulta à porta de casa, completamente esfomeada e cheia de carraços e pulgas. Fiz por ela.

Ela dá a mão, não faz xixi nem cócó em casa, é muito mansa e muito meiga. Contudo tem o mau hábito de quando nós não damos por isso, ir dormir em cima da cama no quarto de hospedes :D.

No entanto ela tem alguns traumas, que com o tempo fui aprendendo quais eram. O porquê não sei, só ela é que saberá, provavelmente terá algo a ver com a vida passada.

Quando há Trovões ou Tiros (vivemos perto de uma reserva) ela destrói tudo o que está no quintal (baldes, flores, vedações, até já destruiu uma árvore de fruto já grandinha) e por vezes pula o muro.
Quando está mal desposta come as flores de casa Confused

E tem uma mania muito grande e má de quando vê um gato, corre atrás dele e destrói tudo para conseguir apanhá-lo.

Mas se compensa ter esta cadela adulta?

COMPENSA e muito. Adoro-a tanto como ao meu outro cão que tenho há 8 anos desde os 2 meses.